Foto – crédito: João Caldas Francisco/divulgação
Campinas recebe, entre os dias 17 e 19 de março, o espetáculo “A Última Sessão de Freud”, dirigido por Elias Andreato e estrelado pelos atores Odilon Wagner e Cláudio Fontana. As apresentações vão ocorrer no teatro Castro Mendes. Os ingressos para as sessões principais já se esgotaram e estão à venda para sessões extras.
Sucesso de público e de crítica, o espetáculo narra um encontro hipotético entre o pai da Psicanálise e o escritor C.S. Lewis.
Pelo desempenho na peça, Odilon foi indicado ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) em 2022. O espetáculo já fez uma turnê pelas cidades de Curitiba, Belo Horizonte, Recife, João Pessoa, Ribeirão Preto, São José dos Campos e Campos do Jordão, sendo prestigiado por mais de 35 mil espectadores.
Mais sobre o espetáculo
O texto do premiado autor americano Mark St. Germain é baseado no livro “Deus em Questão”, escrito por Armand M.Nicholi Jr., professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School.
A trama apresenta um encontro fictício entre Sigmund Freud (Odilon Wagner), o pai da psicanálise, e o escritor poeta e crítico literário C.S.Lewis (Claudio Fontana), dois intelectuais que influenciaram o pensamento científico filosófico da sociedade do século 20. Durante o diálogo, Freud, crítico implacável da crença religiosa, e C.S Lewis, um renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e influente defensor da fé baseada na razão, debatem, de forma apaixonada, o dilema entre ateísmo e crença em Deus. Freud quer entender por que um ex-ateu, um brilhante intelectual como C.S. Lewis, pode, segundo suas palavras, “abandonar a verdade por uma mentira insidiosa”, tornando-se um cristão convicto.
Foto – crédito: João Caldas Francisco/divulgação
No gabinete de Freud, na Inglaterra, eles conversam sobre a existência de Deus, mas o embate verbal se expande por assuntos como o sentido da vida, natureza humana, sexo, morte e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O sarcasmo e ironia rondam toda essa discussão. As ideias contundentes ali propostas nos confundem, por mais ateus ou crentes que sejamos.
O cenário assinado por Fábio Namatame reproduz o consultório onde Freud desenvolvia sua psicanálise e seus estudos. Ele estava exilado na Inglaterra depois de ter fugido da perseguição nazista na Áustria, em plena Segunda Guerra Mundial, no ano de 1939.
“A peça mostra um embate de ideias. Isso é uma armadilha, e eu não queria que o espetáculo se transformasse em um debate. Por isso, pelo bem da ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra
O diretor Elias Andreato optou por uma encenação que valoriza a palavra. “O teatro é uma forma de arte onde os atores apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos variados. É isso o que me interessa: despertar sentimentos e acreditar na força de se contar uma história. É muito prazeroso brincar de ser outro e viver a vida dessa pessoa em um cenário realista, com figurino de época, jogando com ficção e realidade”, comenta o diretor.
Foto – crédito: João Caldas Francisco/divulgação
Para Odilon Wagner a experiência de interpretar Freud é fascinante. “Para um ator ter a oportunidade de representar um personagem tão intenso e profundo, que fez parte de nossa história recente, é um privilégio. A construção desse personagem me fez vibrar desde a primeira leitura, foram meses estudando sua vida e personalidade, para tentar trazer um recorte mais fiel possível do último ano de vida desse grande gênio do século 20”, revela.
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