Turismo

Festa do “Boi Falô” é tradição na Sexta Santa em Barão Geraldo

20 de abril de 2011

O feriado que celebra a Paixão de Cristo nesta sexta-feira, dia 22 de abril, além das celebrações religiosas em Campinas, é marcado pela tradicional festa do “Boi Falô”, realizada há 16 anos no distrito de Barão Geraldo.

Duas mil pessoas são esperadas para o evento que começa logo pela manhã, na praça Manoel Siqueira, na avenida Santa Izabel.

Durante a comemoração, pela manhã, haverá apresentações de grupos folclóricos, como a Orquestra Cabocla de violeiros e Grupo Savuru, fanfarra, grupos musicais e de dança, entre outros, além de oficinas de artesanato para a terceira idade. Ao meio-dia, após a bênção dos alimentos, será servida a tradicional macarronada feita por voluntários com doações dos comerciantes, amigos, voluntários e população, que ajudam a comissão organizadora do evento a manter a tradição no distrito.

Segundo o subprefeito de Barão Geraldo, Miguel Rodrigues, a comemoração do “Boi Falô” é uma forma de resgatar anualmente a lembrança da única lenda campineira. “Procuramos fazer a cada ano uma festa que movimente a sociedade em torno desta lenda genuinamente campineira que não pode ser esquecida”, afirma.

A Lenda

Parte do folclore do distrito de Barão Geraldo, a lenda do "Boi Falô", de acordo com relatos, surgiu em 1888, na fazenda Santa Genebra, pertencente ao Barão Geraldo de Rezende.

Um dos escravos que trabalhava nas plantações foi obrigado pelo capataz a arar a terra em uma Sexta-Feira Santa. Mesmo relutante em trabalhar em dia santo, pois tinha muita fé, o escravo chamado Toninho, obedeceu a ordem e foi atrelar o boi para iniciar o trabalho.

Deitado embaixo de uma árvore, o boi não se mexia diante das tentativas de Toninho de atrelar as cangas. Diz a lenda que o animal olhou para o escravo, deu um mugido aterrorizante e disse bem alto: “Hoje é dia Santo, é dia do Senhor, não é dia de trabalho”.

Assustado, Toninho saiu em desabalada carreira gritando: "O Boi Falô, O Boi Falô!". Ao chegar na Casa Grande, ele contou ao Barão o que havia ocorrido e naquele dia ninguém trabalhou. O Barão, que era homem descrente, virou rezador e Toninho virou escravo doméstico, trabalhando dentro da casa até sua morte, quando foi enterrado ao lado do Barão Geraldo de Rezende, por seus serviços prestados à família.

Outra versão, menos popular, conta que o capataz açoitou o escravo, que morreu como mártir e virou protetor dos que nele acreditam.

Serviço:

Festa do Boi Falô
Local: Praça Manoel Siqueira, na Avenida Santa Izabel, Barão Geraldo
Data: 22 de abril
Horário: a partir das 9 horas
Entrada: gratuita

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