As projeções de crescimento do turismo, não apenas na região de Campinas, como em todo Brasil, especialmente em virtude dos eventos mundiais Copa 2014 e Olimpíadas em 2016, alçam voo alto.
Números apresentados no evento “Perspectivas do Turismo de Campinas”, realizado pelo Campinas Convention & Visitors Bureau no Royal Palm Plaza Resort, em Campinas, no dia 16 de dezembro de 2010, mostram este cenário. Para se ter uma ideia, o número de passageiros no Aeroporto Internacional de Viracopos saltou de quase 1 milhão para 3,3 milhões em 2009, com o impacto do início das operações da Azul Linhas Aéreas no local, em 2008. Um aumento surpreendente de 210% de movimento. O ano de 2010 deve fechar com um movimento de 5 milhões de passageiros.
Já a portuguesa TAP foi a responsável por iniciar os voos internacionais em Viracopos a partir de 2010 e a uruguaia Pluna vem na sequência, inaugurando nesta segunda-feira, 20 de dezembro, as operações Campinas-Montevidéu, com opção de conexões para Buenos Aires.
A Infraero vai receber investimentos de quase R$ 750 milhões para Viracopos até 2015, verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, de acordo com a superintendente Lilian Ratto Neves. Para 2011 o aeroporto já deve receber o Módulo Operacional Provisório (MOP), uma área para abrigar os passageiros, vagas de estacionamento e mais de 20 posições de check in. A expansão ainda prevê construção de uma nova pista, um novo terminal de passageiros e aumento do pátio de aviões.
Gargalos e críticas
O problema é que a demanda atual já mostra que a maioria dos principais aeroportos do país enfrentam gargalos. Os representantes das companhias aéreas presentes no evento, Trip, Azul, Pluna, TAM e TAP, apontam uma série de falhas e preocupações. O presidente da Trip Linhas Aéreas, José Mário, fez várias críticas à política de transporte aéreo brasileira e apresentou dados preocupantes. Segundo ele, o tempo de voo já teria aumentado em torno de 9% devido ao gargalo do sistema. Além disso, dos investimentos previstos para o setor, em torno de R$ 2,7 bilhões, entre 2007 e 2010, apenas R$ 800 milhões teriam sido gastos até agora.
Já o vice-presidente operacional da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, Comandante Miguel Dau, disse que a preocupação da empresa ainda não é como chegar na Copa do Mundo em 2014 e, sim, como chegar no fim do ano que vem. Segundo ele, o atual modelo da viação brasileira está falido. “Não existe um planejamento ordenado. Não vejo outra solução se não os atores envolvidos sentarem para discutir soluções”, afirmou. Ele anunciou que a empresa está trazendo mais 22 aviões para o Brasil em 2011, mas há preocupação por parte da Azul. “Temos dúvidas se há capacidade (de infraestrutura) para suportar”, disse.
Mário Carvalho, diretor da TAP, disse que experiência das operações da companhia aérea em Campinas contou com uma dose de “teimosia portuguesa”. O número de passageiros, de acordo com ele, foi um sucesso e acima do esperado, mas o estrangulamento não permite maior frequência de voos (hoje são apenas três por semana).
A uruguaia Pluna, que inicia as operações neste final de ano em Campinas, teve complicações para conseguir todas as autorizações necessárias para começar as atividades em Viracopos. “De todas as implantações que participei, esta foi a mais complexa”, afirmou gerente de vendas da empresa, Roberto de Oliveira. Os voos estavam programados inicialmente para às 12 horas, mas foi preciso um “remendo” para começar operar e, por enquanto, o voo será noturno.
Enquanto isso, a TAM investe em novas tecnologias como medidas paliativas para superar os problemas. Entre elas está o check in via celular ou outras mídias, para que o passageiro vá direto ao embarque.
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