Por Luciana Almeida
A cidade de Campinas reúne igrejas históricas, templos antigos e algumas construções mais modernas que compõem um roteiro religioso e atraem visitantes motivados pelas riquezas arquitetônicas, culturais e históricas ou movidos pela força da fé.
Entre as mais visitadas está a bicentenária Catedral Metropolitana de Campinas, de valor histórico inestimável, e o novo santuário dedicado à Nossa Senhora Desatadora dos Nós, que recebe excursões de devotos de todo Brasil e até de outros países.
A Basílica Nossa Senhora do Carmo, uma das mais antigas, foi o local de batismo de algumas das personalidades de Campinas, como o maestro Carlos Gomes, e também guarda os despojos do fundador Barreto Leme.
Conheça as principais igrejas e alguns templos do roteiro religioso de Campinas:
Catedral Metropolitana
Com mais de 200 anos de existência, a importância da Catedral Metropolitana de Campinas, localizada no centro da cidade, ultrapassa a de um templo católico. É reconhecida, também, como patrimônio histórico, arquitetônico, religioso e cultural da cidade, tombada pelo Condephaat (órgão estadual) e Condepacc (municipal). É considerada uma das sete maravilhas de Campinas.
A igreja foi inaugurada em 8 de Dezembro de 1.883 e levou 76 anos para ser construída. Riquíssimo em detalhes, o altar-mor, dedicado a Nossa Senhora da Conceição, demorou nove anos para ser esculpido. Atualmente, o prédio abriga também o Museu de Arte Sacra. (Veja reportagem completa sobre a Catedral).
Endereço: Praça José Bonifácio, s/n, Convívio, Centro.
Basílica Nossa Senhora do Carmo
Dos monumentos da cidade, pode-se dizer que a Basílica do Carmo, também no centro, é o mais campineiro. Junto com a praça Bento Quirino forma o marco de fundação de Campinas.
Na igreja foram batizados Carlos Gomes, Francisco Glicério entre outros cidadãos ilustres. Além do valor arquitetônico do edifício, com suas duas torres altaneiras, a igreja guarda os despojos de Barreto Leme, fundador de Campinas.
O estilo neogótico, a beleza dos vitrais, a Porta Santa, o órgão considerado um dos instrumentos de maior recurso harmônico e melódico do interior do Estado de São Paulo são algumas das raridades da Basílica. (Veja texto completo sobre a Basília Nossa Senhora do Carmo)
Endereço: Praça Bento Quirino, s/n, Centro.
Igreja Nossa Senhora Desatadora dos Nós
A história da Igreja Nossa Senhora Desatadora dos Nós em Campinas é repleta de amor e fé. Começou devagar quando uma réplica do quadro original da santa, feito na Alemanha, em 1700, foi trazida da Argentina pelo ex-piloto francês Denis Bourgerie.
Ele e sua esposa, a médica Suzel Frem Bourgerie, fundaram a primeira capela dedicada no país à Maria Desatadora dos Nós em 1.998, com recursos próprios. Desde então os fiéis se multiplicam e foi necessário construir um santuário para abrigar os devotos. O casal também fundou a Associação Maria Porta do Céu, por meio da qual está sendo construído um hospital para doentes terminais. O local vai funcionar como um centro de terapia da dor e cuidados paliativos para tratar com dignidade pessoas em estado de morte eminente devido ao câncer. (Veja reportagem completa).
Endereço: rua Estácio de Sá, 466, Jardim Santa Genebra.
Capela Nossa Senhora da Boa Morte
Construída em 1875, dentro das dependências da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, a Capela da Boa Morte tinha como principal objetivo levar auxílio religioso aos doentes. Sua arquitetura mescla o tradicional estilo do império com a influência neoclássica vinda da Europa. O belo interior da capela é pintado em tom rosa. O altar mor, as duas pias de água benta e o piso do presbitério são em mármore carrara. Tombada pelo Condephaat (estadual) em 1972 e Condepacc (municipal), em 1988.
Endereço: Av. Benjamin Constant, 1651, Centro.
Paróquia Nossa Senhora das Dores
Símbolo do bairro onde está edificada, o Cambuí, a bela igreja teve lançada a pedra fundamental em agosto de 1937. O terreno foi comprado pela diocese para abertura da avenida Coronel Silva Teles e o projeto arquitetônico foi do Dr. Hoche Segurado.
Endereço: Rua Maria Monteiro, 1212, Cambuí.
Capela Santa Cruz (Cambuí)
A Capela Santa Cruz é a mais antiga capela de Campinas, sede da primeira paróquia da cidade, construída por escravos, no terceiro dos três campinhos (clareiras na mata) que deram origem ao povoamento local e a cidade de Campinas no século 18. O local era ponto de passagem e parada dos tropeiros rumo a Goiases, em busca das minas de ouro.
O prédio é um raro exemplar de arquitetura urbana de transição do estilo colonial (taipa de pilão) para o neoclássico. E foi justamente pelo valor histórico do templo, construído em taipa, que os próprios religiosos pediram o seu tombamento.
Endereço: Largo Santa Cruz , Praça 15 de Novembro, Cambuí.
Capela de Santa Cruz (Sousas)
A construção original, datada do final do século 19, apresentava forro com ripa de coqueiro e barrote de madeira aparente, compondo a estrutura do telhado. Reformada muitos anos depois, continua apresentando uma arquitetura muito simples, porém caracteriza-se como a única capela remanescente no núcleo urbano do distrito de Sousas, tombada pelo Condepacc em 2003.
Endereço: Av. dos Expedicionários, perto do nº 91, distrito de Sousas.
Igreja São Benedito
A Igreja São Benedito foi construída por iniciativa da Irmandade de São Benedito. Em 1.835, os membros da congregação pediram às autoridades municipais a doação de um terreno para construir a então igreja dos negros. O local destinado ficava próximo ao cemitério, onde eram enterrados os escravos cativos. A área, palco da história dos negros e escravos de Campinas, é conhecida hoje por Largo São Benedito. As obras só tiveram início muitos anos depois.
Um de seus maiores precursores foi Mestre Tito, escravo alforriado que mobilizou grande parte dos recursos para que a igreja fosse erguida. Mestre Tito morreu em 1.882, antes de ver a Capela de São Benedito pronta.
As obras ficaram então paralisadas, até que uma comissão de senhoras da sociedade campineira, lideradas por Anna de Campos Gonzaga (esposa de um médico que dedicou sua vida e sua fortuna à beneficência), propôs-se a arrecadar dinheiro para o término das obras. Nessa fase, o arquiteto Ramos de Azevedo foi convidado para projetar a fachada, que foi concluída em outubro de 1885.
A estrutura geral da igreja foi concebida em estilo colonial, no qual predominam os elementos rústicos. Já o mobiliário, assim como os entalhes em madeira do altar-mor seguem concepções neo-românticas. No projeto da fachada, Ramos de Azevedo lançou mão de estilo mais sofisticado, mas seguindo também as linhas neo-românticas. Por sua importância histórica, em 1998 a igreja foi tombada como patrimônio histórico da cidade.
Endereço: Rua Cônego Cipião, 772, Centro.
Igreja Matriz de Santana (Sousas)
Em 1.894 foi inaugurada a então Matriz do Arraial de Sousas, sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho. Somente em 1.903 passou a intitular-se Igreja Matriz de Santana. Ao lado, foi construída a Casa Paroquial, formando o conjunto arquitetônico da Igreja, tombado pelo Condepacc em 2003. Desde o início, o espaço é palco das confraternizações locais e celebrações religiosas com destaque para conhecida Festa Popular de Sant Ana, homenagem à padroeira do distrito.
Endereço: Largo de Santana, s/n, Sousas.
Igreja de São Sebastião (Sousas)
A modesta construção, de 1.889, era ainda desprovida de torre e com uma simples cruz sustentada em seu ápice. A construção da capela favoreceu extraordinariamente o crescimento da ocupação nos seus arredores, fato que propiciou a elevação do povoado a Arraial de Sousas. Por seu valor histórico na formação do distrito, a Igreja de São Sebastião foi tombada pelo Condepacc em 2003.
Endereço: Rua Maneco Rosa, Largo de São Sebastião.
Capela de São Joaquim e São Roque (Joaquim Egídio)
Joaquim Egídio de Souza Aranha, proprietário da fazenda Sertão, doou terras de sua propriedade, por volta de 1870, para a construção de uma capela no antigo bairro Laranjal, em homenagem a São Joaquim. A modesta construção restringiu-se apenas ao altar, sendo ampliada tempos depois por uma torre e sinos.
A Igreja até hoje centraliza as festividades de confraternização da comunidade, nas quais se destaca a Festa de São Joaquim e São Roque, padroeiros do distrito, que vem acontecendo há aproximadamente 80 anos, seguindo sempre a mesma tradição de quermesses, leilões, quebra-pote, pau de sebo, etc. As festas são realizadas pelos habitantes da região de Sousas e Joaquim Egídio, reunindo grande público e dando continuidade às manifestações genuínas da cultura popular. Por caracterizar-se como a única Igreja de Joaquim Egídio e pelo seu valor histórico e cultural para a região, a Capela de São Joaquim e São Roque foi tombada pelo Condepacc em 2003.
Endereço: Rua José Ignácio , 89, distrito de Joaquim Egídio.
Centro Budista Kadampa
Campinas foi a terceira cidade a acolher um Centro de Darma da Tradição Kadampa. Tudo começou em 1.996, quando foi realizado um curso sobre os oito versos do treino da mente. Depois disso, esforços de diversos discípulos do Venerável Geshe Kelsang Gyatso permitiram que em 1.998 fosse fundado o Centro de Darma que recebeu o nome de Avalokiteshvara, o nome do Buda da Compaixão.
O Centro é membro da Nova Tradição Kadampa – União Budista Kadampa Internacional. Lugar de paz, com um ambiente inspirador para que as pessoas possam aprender sobre o budismo e meditação, o centro realiza atividades todos os dias da semana e é aberto para quem quiser conhecer o local.
A meditação budista e suas práticas são indicadas para todos, desde aqueles que precisam simplesmente relaxar até aqueles que desejam descobrir a paz interior.
Endereço: Rua Dona Rosa de Gusmão, 606, Guanabara.
Templo Mórmon
O Templo Mórmon de Campinas foi o quarto construído no Brasil. Os planos de construção foram anunciados no dia 3 de abril de 1.997, data em que mais de 30 templos tinham sido anunciados e a liderança da Igreja mórmon havia pedido para que os membros mandassem doações para ajudar especificamente com o trabalho do templo, o que foi atendido rapidamente pelas integrantes da área de Campinas.
A cerimônia de abertura de terra, em Campinas, e o lugar da dedicação foram feitos no dia 1 de maio de 1.998. Foi presidido por James E. Faust, um membro da Primeira Presidência. Para ele o evento foi bastante significativo, já que havia servido como um missionário mórmon no Brasil na década de 1940.
O templo de exuberante arquitetura pode ser avistado de longe, já que está localizado em uma área bastante alta às margens da rodovia D. Pedro I, na ligação com distrito de Sousas. Foi aberto ao público no dia 20 de abril de 2002. Quatro sessões foram feitas para que milhares de pessoas pudessem participar da cerimônia de dedicação.
O Brasil é o terceiro país com maior número de mórmons. Os primeiros são Estados Unidos e do México.
Endereço: Rua James Esdras Faust, 400, Notre Dame.
Fonte: sites oficiais das igrejas e templos
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