Por Wanderley Garcia
A criação da Rota Turística de Sousas e Joaquim Egídio abre espaço para a articulação e intensificação de políticas públicas voltadas ao turismo nos dois distritos de Campinas. A Rota foi criada em maio de 2024, quando o prefeito Dario Saadi sancionou o projeto de lei da vereadora Debora Palermo, aprovado pela Câmara Municipal.
Para o diretor de turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas, Eros Vizel, a rota dá um outro status às ações que sua diretoria vinha desempenhando no distrito. “Agora nós temos uma condição legal que permite mobilizar a oferta turística na região, permite também a gente apresentar um produto estruturado na discussão de políticas públicas”, comentou.
Ele acrescentou que as políticas podem se estender também para a região do bairro Carlos Gomes, que também pertence e APA (Área de Proteção Ambiental) onde estão Sousas e Joaquim Egídio.
A Rota Turística é composta por uma relação de 17 pontos de interesse histórico e cultural dos distritos, como a ponte histórica sobre o rio Atibaia, os calçamentos tombados dos distritos e as igrejas de Santana e São Sebastião (veja relação completa abaixo).
Para a vereadora Debora Palermo, a implantação efetiva da rota deve buscar “o desenvolvimento sustentável do potencial turístico regional, o fortalecimento, ampliação e desenvolvimento da produção local nas áreas turística, cultural, gastronômica, agroprodutiva e a implantação de mecanismos de educação ambiental”.
O diretor de turismo comentou que o fato de vários pontos da rota estarem nos centros dos dois distritos facilita a implantação de políticas voltadas ao setor. Mas permite também a ampliação para a zona rural, onde há alguns pontos que foram elencados na lei, como fazendas, usina Salto Grande e trilhas.
Foto – Estação Ambiental de Joaquim Egídio – Posto de Informação Turística. Crédito: Prefeitura de Campinas/divulgação
No momento, a principal ação adotada pela Secretaria é a identificação de pontos de interesse turístico nos distritos. Em vários locais já foram instalados totens, placas intermediárias e placas de sinalização indicando um bem tombado. Esta ação, agora, poderá ser estendida para a zona rural.
Para Vizel, a colocação da sinalização “permite não só você fazer uma operação em grupo, mas também uma operação individual para aquelas pessoas que querem conhecer [o local] e não têm a oportunidade de ter um guia, de estar em um grupo”.
A Secretaria também planeja propor uma capacitação para os guias de turismo cadastrados, para melhorar a qualidade da oferta de serviços de roteiros e acompanhamento de turistas, permitindo que não só a prefeitura faça os passeios, mas que a iniciativa privada também possa operá-los.
Quanto à iniciativa privada, o diretor também lembra da participação de bares e restaurantes, que atraem um grande número de turistas, principalmente nos finais de semana.
Mas ele lembra que o turismo também deve ser olhado pelo que ele pode trazer de negativo, em especial numa área de proteção ambiental. O aumento do fluxo de turistas pode acarretar problemas “que podem ser irreversíveis”, comentou. Por isso, Eros aponta que o Plano de Manejo da APA deve ser uma referência importante para desenvolver ações de turismo nos distritos. “A Rota passa, necessariamente, por uma vocação que aquela região já tem: uma unidade de conservação. Passa, também, por ter uma oferta turística ali que ela seja democrática, que seja pública”.
Para Eros, a rota mostra o potencial arquitetônico e cultural da região e oferece condições para avançar, mas é importante observar que há áreas sensíveis, onde a ação deve ser feita com cautela, como, por exemplo, áreas de matas, ribeirões e cachoeiras.
Embora não estejam previstos na lei, os eventos que acontecem nos distritos também devem ser considerados na gestão do turismo local. Por isso, Vizel avalia como fundamental promover a conexão dos eventos com o fluxo de turistas e o patrimônio histórico e cultural de cada distrito. Ele lembra das festas de Santana, São Roque, São Joaquim e também a Festa das Nações.
Pontos integrantes da Rota Turística Sousas e Joaquim Egídio:
1. Ponte Histórica do Rio Atibaia;
2. Parque Linear Ribeirão das Cabras – Estrada do Bonde, em Sousas;
3. Vila das Artes, feira realizada no primeiro domingo de cada mês – Praça Beira Rio, em Sousas;
4. Casarão do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira – Rua Helena Fabrini, em Sousas;
5. Igreja Matriz de Sant’Ana – Largo de Sant’Ana, em Sousas;
6. Igreja de São Sebastião – Rua Maneco Rosa, em Sousas;
7. Subprefeitura de Sousas – Rua Maneco Rosa, nº 32;
8. Casarão de Joaquim Egídio – Rua José Ignácio, nº 14;
9. Observatório Municipal de Campinas “Jean Nicolini” – Estrada do Capricórnio, Serra das Cabras, em Joaquim Egídio;
10. Capela de São Joaquim e São Roque – Rua José Ignácio, nº 89, em Joaquim Egídio;
11. Fazenda Três Pedras, construída em 1871, em Joaquim Egídio;
12. Fazenda Bonfim, Serra das Cabras, em Joaquim Egídio;
13. Usina Salto Grande, com mais de 75 mil m², construída em 1905, em Joaquim Egídio;
14. Trilhas de Joaquim Egídio;
15. Estação Ambiental de Joaquim Egídio – Posto de Informação Turística – Rua Manoel Herculano da Silva Coelho, nº 214-418;
16. Traçados urbanos criados no século XIX;
17. Ruas de paralelepípedos e as calçadas das principais vias, tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas – Condepacc.
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