Aniversário de Campinas

Maior floresta urbana da RMC, Mata de Santa Genebra é um dos patrimônios de Campinas

11 de julho de 2021

Um pedaço remanescente da Mata Atlântica em Campinas, a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata de Santa Genebra, localizada no distrito de Barão Geraldo, é um verdadeiro patrimônio da cidade. E que muita gente ainda desconhece.

Considerada a maior floresta urbana da Região Metropolitana de Campinas (RMC), possui 251,7 hectares, com um perímetro de nove quilômetros e uma vasta biodiversidade. É um importante remanescente preservado em meio urbano, utilizado para educação, pesquisa e conscientização ambiental.

“A Mata Santa Genebra é hoje um diamante. Um banco genético de biodiversidade na região de Campinas, é onde os animais conseguem se reproduzir e ter segurança. Então é um patrimônio, uma joia, não só da cidade, como do estado de São Paulo e do Brasil”, ressalta Aparecido Santos, presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, que é responsável pela conservação e gestão da ARIE.

Para se ter uma ideia, em abril de 2021, câmeras instaladas no local flagraram uma onça-parda com seu filhote circulando pela área de dia, o que é raro, já que, segundo os biólogos, elas circulam mais durante a noite. A onça-parda, Puma concolor, é o segundo maior felino do Brasil, e a presença deste animal ocorre em uma ampla variedade de habitats, desde florestas até formações de savanas. Assim como a onça pintada, alimenta-se de animais silvestres de portes variados.

História

A mata leva o nome da fazenda em que estava inserida: a Fazenda Santa Genebra, de propriedade do Barão Geraldo de Rezende, no final do século XIX.

A área era muito muito extensa, abrangendo o distrito de Barão Geraldo e a área hoje da Unicamp, e outras da cidade atualmente do outro lado da rodovia Dom Pedro I.

A fazenda era considerada modelo em tecnologia na plantação de café e no início do século XX já era a maior produtora do grão no estado de São Paulo. Porém, ao investir em novas tecnologias, o barão foi à falência, e suas terras foram a leilão. Uma das famílias compradoras, a família Oliveira, preservou intactos cerca de 100 alqueires da mata. O proprietário, José Pedro de Oliveira, sofria de tuberculose e acreditava que dentro da mata conseguia respirar melhor.

Após a sua morte, a fazenda foi dividida entre os herdeiros, e a viúva, Jandyra Pamplona de Oliveira, doou a área para Campinas, com a condição de que se criasse uma Fundação para mantê-la e com um texto inédito na história ambiental do país: através da Prefeitura, a cidade recebeu da viúva a sombra da mata. Isso quer dizer que a mata só é da cidade enquanto estiver em pé. Se houver um incêndio ou as árvores forem derrubadas e
não lançarem mais sua sombra sobre a terra, a propriedade volta às mãos da família Oliveira Costa.

Em 14 de julho de 1981, Dona Jandyra formalizou a doação da Mata de Santa Genebra a uma Fundação Municipal criada pelo Poder Executivo Municipal, conforme publicação no Diário Oficial do Município, que regula a doação do que foi chamado “sombra da mata”.

Uma vez criada, a ARIE manteve o nome de Mata de Santa Genebra. O termo de doação foi assinado no mesmo dia da criação da Fundação José Pedro de Oliveira, por meio da Lei Municipal nº 5118, de 14 de julho de 1981, data do aniversário de Campinas. A lei determinou o uso da mata para fins estritamente científicos e culturais.

Foi tombada como Patrimônio Natural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) em 1983, e dois anos depois, em 1985, foi declarada Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) por meio de decreto federal. Foi tombada novamente como Patrimônio Natural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (CONDEPACC), em 1992. Por ser uma UC federal, a ARIE Mata de Santa Genebra é subordinada ao Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente que administra as UC federais.

Atrações

Para quem ainda não conhece, a Mata de Santa Genebra possui diversas atividades abertas à comunidade, inclusive com visitas autoguiadas.

No passeio, os visitantes podem fazer a caminhada para o Laguinho da Sanã ou a Trilha do Jatobá, no período de duas horas. O roteiro pode ser definido na hora, havendo, inclusive, a possibilidade de fazer os dois roteiros no mesmo dia, desde que seja dentro do período estipulado.

Entre as atrações desta reserva natural há também um borboletário de 3 mil m² de área, com viveiro de borboletas, casa de criação, jardim e um pequeno viveiro de plantas utilizadas para alimentação das lagartas, permitindo a criação e monitoramento das mais de 600 espécies existentes no local.

Por conta da pandemia, o uso de máscara no local é obrigatório, e os visitantes devem manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre eles e higienizar as mãos com frequência.

Na chegada, os visitantes têm a temperatura aferida e, caso apresentem algum sintoma da Covid-19, não devem realizar a visita. A própria Fundação José Pedro de Oliveira recomenda que, aqueles que se encontram no grupo de risco da doença, não realizem a atividade.

Para mais informações sobre a Mata de Santa Genebra, agendamento de visitas e programação de atividades, acesse o site: www.fjposantagenebra.sp.gov.br.

Foto no alto: arquivo/Prefeitura de Campinas

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