“Ilhabela in Jazz” tem programação musical de qualidade no mês de julho

Alguns dos mais consagrados intérpretes nacionais e internacionais do legítimo jazz estão na programação do “Ilhabela in Jazz”, festival que será realizado na cidade, no litoral norte de São Paulo, nos dias 10, 11 e 12 de julho, a partir das 20h30. 

A abertura será com o grupo Pau Brasil, no dia 10. A sonoridade única do grupo, que conta com mais de 30 anos de história, originou convites para várias turnês pelos Estados Unidos, Japão e Europa, onde participou dos mais prestigiados festivais de jazz. Com um trabalho de vanguarda, o Pau Brasil surgiu no cenário paulistano e logo se tornou uma referência da música instrumental brasileira. Seu repertório, distribuído pelos 10 trabalhos que compõem sua discografia, é calcado na cultura nacional, mas possui influências de diversos estilos musicais.

Às 22h30 também da quinta (10), será a vez do consagrado percussionista Naná Vasconcelos, que vai dividir o palco com Lui Coimbra para um show elogiado pela crítica. O trabalho está baseado no popular brasileiro, com arranjos de alta qualidade, composições próprias e inserção de algumas músicas de Elomar, Zeca Baleiro e Villa Lobos. A interpretação instrumental e vocal equilibra técnica e emoção. Naná e Lui provam que o popular e o erudito podem conviver harmoniosamente, lado a lado, oferecendo um resultado de extremo bom gosto e de fácil assimilação pelo público.

O saxofonista James Carter, um dos músicos mais cultuados pelos fãs do jazz de raiz, fecha a noite com a apresentação prevista para às 0h30. Com uma carreira que ultrapassa quatro décadas, Carter mantém uma vitalidade que se compatibiliza com a energia sonora e provocante do jazz. O músico recebeu o prêmio da crítica de melhor saxofonista barítono por três anos consecutivos, concedido pela revista Down Beat. 

No dia 11, quem abre a noite é o Trio Curupira, formado por jovens músicos e compositores do estado de São Paulo que realizam um dos trabalhos mais criativos desse gênero instrumental. O Curupira nasceu em meados de 1996 do encontro de ideais e afinidades de seus integrantes André Marques (pianista do grupo de Hermeto Pascoal, desde 1994), Fábio Gouvêa e Cleber Almeida. Eles se uniram para desenvolver um trabalho diferenciado, fruto de pesquisas musicais e culturais, tendo por base a genuína música do Brasil. A partir daí, eles percorrem todos os ritmos e eliminam qualquer fronteira entre estilos.

Em seguida, apresenta-se a Banda Mantiqueira, outro grupo que manifesta sua brasilidade já a partir do nome. Sua música é reconhecidamente influenciada por jazzistas famosos como Louis Armstrong, Miles Davis e John Coltrane, entre outros. O grupo também busca influências nacionais mergulhando nas canções de Tom Jobim, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mantiqueira possui diversos álbuns gravados, inclusive com indicações ao Grammy, um dos principais prêmios de música do mundo.

Uma atração internacional encerra o segundo dia. Trata-se de Yusa, uma das representantes da nova geração cubana. Cantora, compositora e multi-instrumentista, Yusa faz uma interessante mistura latina de rock, jazz e ritmos brasileiros e cubanos. Em 2002, ela participou, tocando baixo da gravação do CD e DVD “Lenine InCité”, gravado em Paris. 

No dia 12 de julho, véspera da final do campeonato mundial de futebol, Ulisses Rocha Trio, Gary Brown e a banda Funk Como Le Gusta encerram o festival. A abertura será feita por Ulisses Rocha, professor da Faculdade de Música da Unicamp, que traz em seu currículo trabalhos conjuntos com Gal Costa, Zé Renato, Roberto Carlos, Ritchie, Diana Pequeno, Cida Moreira e Ronnie Von, entre outros. Gary Brown assume o palco, na sequência, para os apreciadores do soul, funk, blues, reggae e outros estilos de música pop negra. Eclético, Brown é capaz de passar da salsa para o jazz e, ainda, apresentar composições próprias, sem que o público perca a alegria.

O encerramento ficará sob a responsabilidade da banda Funk Como Le Gusta, a big band paulistana que faz uma mistura de black music com música latina e samba-rock, sempre com toques eletrônicos. Com 10 integrantes, a Funk Como Le Gusta diferencia-se por tocar funks clássicos de trilhas de filmes e por promover inesquecíveis jam sessions, utilizando formação de big band. Várias de suas canções estão em coletâneas ao redor do mundo e já contou com parcerias e participações, em palco e em seus álbuns, de Marcelo D2, Jorge Benjor, Osvaldinho do Acordeon, Toni Tornado, Paula Lima (antiga vocalista do grupo), Chico Science & Nação Zumbi, e dos DJs Marky e Hum, entre outras dezenas de artistas.

Serviço:

“Ilhabela in Jazz 2014”
Local: Centro histórico de Ilhabela, litoral norte de São Paulo
Data: de 10 a 12 de julho
Horário: a partir das 20h30
Entrada: gratuita