A audição é um sentido muito importante na vida dos animais. É através dela que os pets percebem as aproximações e detectam o perigo. Quando ela não está bem, cães e gatos correm riscos sérios e se tornam vulneráveis.
A surdez em animais é um problema que surpreende os próprios tutores que demoram a perceber, até que um indício muito forte acaba denunciando a deficiência auditiva. Apesar de assustar quando detectada, a situação é mais comum do que se pode imaginar. Eles podem nascem assim ou adquirir essa condição.
O médico veterinário Daniel Blazko explica que a surdez pode acontecer por uma série de fatores e condições como traumas, infecções, uso inadequado de medicações, idade avançada, doenças como a Cinomose ou o Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing) que é uma endocrinopatia.
O veterinário conta que algumas raças são mais propensas a adquirir a surdez, como Dálmatas, Boxers, Beagles, Poodles, Maltês e Dashunds. Cães albinos também tem propensão maior à surdez.
Dr. Daniel explica que “os sinais mais importantes para que o tutor note que seu animal apresenta perda auditiva são: latidos altos e frequentes, animal agressivo ou assustado quando o dono o toca sem avisá-lo, desobediência aos chamados e falta de interação aos comandos ou chamados de voz.”
A tutora Carolina Astorgini percebeu que havia algo errado com a Samara, de 2 anos, da raça Maltês, quando mudou para uma rua muito movimentada. Mesmo com barulho, ela dormia tranquilamente. Os sustos que a cachorra tinha quando tocada também acenderam o sinal de alerta.
Percebendo alguns dos sinais apresentados pelo médico, o tutor deve procurar ajuda especializada. “O diagnóstico é feito através do levantamento de uma série de informações e exames complementares e específicos, desde a anamnese, exame clínico e parte comportamental, até exames de imagem e estímulos sonoros, o teste conhecido como BAER (Brainstem Auditory Evoked Response)”, explica Daniel Blazko.
“Dependendo do grau da perda auditiva, é possível que haja tratamento, uma vez diagnosticada como não reversível, não há tratamento que possa reverter o quadro clínico”, completa o médico.
Uma vez feito o diagnóstico e constatada a doença, o médico veterinário orienta que alguns cuidados sejam adotados para o convívio saudável com o pet: “manter o animal na coleira para passeios, pois ele não vai ouvir sons de veículos e não vai poder evitar riscos. O ideal é utilizar uma coleira que identifique o animal como um cão surdo. Caso ele se perca, perder as pessoas consigam lidar com ele de melhor forma. Procure sempre chegar perto dele pela frente fazendo contato visual para que ele não se assuste ao ser tocado, se for adestrar, opte pelo adestramento por comandos de sinais”.
Dicas para quem tem um cachorro surdo
Os gatos brancos de olhos azuis tem 70% de chance de perderem a audição, mas nada impede que gatos com pelagem de outras cores desenvolvam o problema por diversos fatores a partir de infecções ou medicamentos indevidos. Mesmo com deficiência auditiva, os gatos conseguem adaptar-se a uma rotina e tem facilidade em desenvolver outros sentidos. Especialistas orientam que o ideal para os bichanos é estimular os outros sentidos. Investir em brinquedos interativos (brinquedinhos, arranhadores, bolinhas e o laser para gatos) ajuda no processo.
Criar uma rotina para que eles possam se acostumar à nova condição também é fundamental. Para todos os pets, é imprescindível que passem por consultas e exames periódicos para garantir uma boa saúde desses nossos amigos de patas!
Fotos – crédito: Pexels/banco de imagens
Newsletter:
© 2010-2025 Todos os direitos reservados - por Ideia74