Hora do Café

Arquiteta de Mococa registra patrimônio do café em quadros e porcelana

24 de agosto de 2022

(*) Por Sandra Racy

O século XIX e o começo do século XX ficaram marcados economicamente pela cultura cafeeira, que impulsionou o desenvolvimento de cidades. Com ela vieram as fazendas e casarões que pertenceram aos grandes cafeicultores. Andando e observando a cidade de Campinas e algumas cidades da região, ainda temos acesso a este que pode ser considerado patrimônio ligado a muitas memórias e história ligado ao cultivar do café.

Dentre esse desenvolvimento de cidades e patrimônio, a cidade de Mococa (SP) também tem sua história ligada principalmente à cafeicultura. Mococa está localizada a pouco mais de 200 km de Campinas e tem muitos casarões preservados no chamado entorto da matriz de São Sebastião, construída em 1896 no centro da cidade.

O município possui também fazendas que estão ligadas ao cultivar do café e que preservam seus casarões até hoje, algumas que ainda produzem café bem conhecidos e de alta qualidade.

Todo este contexto despertou na arquiteta Matiza Rigobello Lima o interesse de registrar em pinturas e porcelanas todo este patrimônio. A arquiteta nos conta que isso foi uma vontade de muitos anos até que tomou corpo e se materializou no que ela chama de Projeto Arquitetura do Café, que começou em 2011. Segundo Matiza, além de toda arquitetura no Centro da cidade, Mococa chegou a ter 40 fazendas de café, o que proporciona vasto material para pesquisa.

Para a arquiteta, registrar este patrimônio em pinturas, canecas e quadros faz com que, de certa forma, ele seja preservado. “Existe em Mococa uma vontade da população em preservar este patrimônio, diferentemente da maioria das cidades da região que, como observamos, quase sempre abandonam sua arquitetura histórica”, ressalta.

Ela usa a fotografia dos locais como base para começar seu trabalho e com isso faz observações conversando com moradores como eles gostam do patrimônio preservado. “Há um movimento voltado à conservação desses prédios, a história deles na cidade”, observa Matiza.

As escolas fazem parte desse movimento levando alunos para visitas ao Centro da cidade, contando sobre a história e fazendo com que se crie uma conscientização já nas crianças do quanto isso é importante.

Matiza tem um ateliê na cidade e também disponibiliza as peças em lojas e por encomenda, e ainda participa desse movimento junto com outros profissionais em palestras nas escolas.

Para conhecer mais sobre o trabalho da arquiteta e só acessar: @vivaioprojetoscomarte.

(*) Sandra Racy é jornalista e barista

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