(*) Por André Marangoni
Sem considerarmos a água, a cerveja situa-se entre a segunda ou terceira bebida mais consumida em todo mundo, e apesar desta convivência e presença frequente na vida de muita gente, nem todo mundo sabe definir ao certo do que se trata esta bebida.
Logicamente que não se espera que o consumidor compreenda a bioquímica da fermentação ou os detalhes da legislação pertinente. Entretanto, com o aumento do consumo de cerveja tendo crescido de alguns anos para cá, e novidades surgindo nesse segmento, é natural que a curiosidade e a busca por mais informações a respeito desta bebida também aumente.
Em termos tecnológicos cerveja é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto cervejeiro oriundo do malte de cevada e água potável, por ação da levedura, com adição de lúpulo. Como exemplo, este mesmo conceito é especificado na legislação, por meio do artigo 36, do decreto nº 6.871,de 04 de Junho de 2009; do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – o famoso MAPA.
Em termos de ingredientes, desde que a cerveja se consolidou tal como a conhecemos hoje, os ingredientes básicos permanecem os mesmos: água, malte e lúpulo (ouvi Lei da Pureza?!). Logicamente que outros tantos podem ser utilizados para agregar novas características, sabores e aromas – mas isto é assunto para outro dia. Não nos esqueçamos da levedura (fermento), cuja existência e importância só foram constatadas a partir do século XIX.
E apesar de basicamente a composição da cerveja ser a mesma, é notável que desde cerca de uns 10 anos prá cá – aqui no Brasil – vimos uma multiplicação de rótulos, nomes, cores e sabores de cerveja e claro, cervejarias. Fomos apresentados a um novo mundo cervejeiro, muito além do domínio monotemático das chamadas “pílsens” – sim, é com aspas mesmo, porque não é bem isso que bebíamos (conversa para outro momento também).
Começamos a perceber que há estilos de cerveja, cada qual com suas características específicas, aumentando-se assim o leque de possibilidades de encontrarmos esta bebida com todo seu potencial sensorial que ela é capaz de ter.
Falar dessa variedade e complexidade é um assunto que necessita e pede mais tempo e espaço; então deixo no ar este ponto e retomo-o no próximo texto.
Até breve e saúde!
(*) André Marangoni é doutor em Tecnologia de Cereais, professor universitário e sommelier de cervejas.
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