Que a cerveja é a bebida oficial do brasileiros, todo mundo já sabe. Mas nos últimos anos as cervejas artesanais invadiram o mercado e vieram pra ficar, com a tendência dos consumidores de priorizarem a qualidade da bebida. É neste cenário que as cervejarias se estabelecem e ganham cada vez mais força. E Campinas não ficou de fora. Tanto que desde 2017 foi criado um Polo Cervejeiro da Região Metropolitana de Campinas, que reúne 34 cervejarias artesanais (em 2023).
Mas a história das cervejas em Campinas começa lá no século XIX, com o imigrante italiano Angelo Franceschini, que começou a produzir a bebida na cidade com matérias-primas alemãs. Ele veio da Itália para o Brasil em 1875, e em 1880, junto com A. Belluomini, seu sócio, fundou a primeira fábrica que se tem registro, a Fábrica de Cerveja Guarani, na Rua Cônego Cipião, 19 (antiga Rua 24 de Maio), prédio que resistiu até 1988.

Foto: Pró-Memória de Campinas (pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com)
Em 1906, Ângelo Franceschini fundou a Fábrica de Cerveja e Gelo Columbia, em um prédio de tijolo à vista na Avenida Andrade Neves, 103, na época eixo de desenvolvimento e expansão de Campinas aos arredores do Centro e perto da estação ferroviária. O prédio construído em 1873 para abrigar a Cia. MacHardy, primeira fundição de Campinas, foi comprado pela Columbia quando a Cia. enfrentou problemas financeiros no final do século XIX. As suas cervejas receberam medalhas de ouro e diploma de honra nas exposições de Torino, em 1911, e em Roma, em 1913.
A fábrica empregava 70 funcionários e tinha importação anual de 100:000$000 (cem mil contos de réis).

Foto site www.tokdehistoria.com.br
A Cervejaria Columbia lançou no mercado marcas de cervejas que se tornaram conhecidas, como as cervejas Franciscanas, a Duqueza, a Columbia, a Negrita e o Guaraná Cristal. A produção anual de cerveja, refrescos, gasosas, água mineral e xaropes chegaram a 15 mil hectolitros. Mais tarde, foi fabricada a Mossoró, uma cerveja preta, criada em homenagem ao cavalo que ganhou o 1º Grande Prêmio do Brasil, disputado no Jockey Clube Brasileiro, com a presença de Getúlio Vargas, e no rótulo da garrafa de cerveja foi estampada a cara do cavalo campeão. A marca sobreviveu até o início da década de 1960 e dizem que era bem saborosa.
Em 1957, a Cervejaria Columbia foi comprada pela Companhia Antarctica e seus produtos foram gradativamente retirados do mercado, mas a Antarctica ainda produziu por um certo tempo a cerveja preta Mossoró
Hoje, parte do prédio foi demolida e uma outra parte está abandonada.
Polo Cervejeiro
Do século XX para o XXI, hoje a região de Campinas conta com diversas pequenas, médias e grandes cervejarias artesanais de alta qualidade.
Em 2017, para buscar o reconhecimento das cervejarias da região, nasceu o Polo Cervejeiro da RMC. O Polo é uma associação que luta pela representatividade das empresas do setor, com representantes nas cidades de Campinas, Valinhos, Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara D’Oeste.
O Campinas.com.br, junto com o Polo Cervejeiro da RMC, promoveu um Tour Cervejeiro Campinas no final de 2019, que reuniu um grupo de pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre as cervejas produzidas na cidade. Também há a iniciativa do Beer Tour Campinas.
Saiba mais sobre o Polo Cervejeiro RMC.
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