Campinas e cidades da região terão barreiras sanitárias durante o feriado de Corpus Christi

Atualizado em 2 de junho

As 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que abrangem uma população de 3,5 milhões de pessoas, deverão adotar barreiras sanitárias ao longo do fim de semana prolongado pelo feriado de Corpus Christi como medida para conter a disseminação do coronavírus.

Em live nas redes sociais na tarde de terça-feira (1º), o prefeito de Campinas, Dário Saadi, informou que toda a região fará operações contra aglomerações neste feriado, especialmente em bares e festas clandestinas. Segundo ele, serão realizadas grandes operações, que terão apoio das polícias Militar e Civil.

As barreiras sanitárias nos principais pontos de acesso a Campinas pelas rodovias começam a ser implantadas no final da tarde desta quarta-feira, 2 de junho, e seguem pelo feriado. A ideia é restringir a circulação de pessoas de outros municípios.

A operacionalização foi definida em reunião na manhã desta quarta-feira, dia 2, entre os secretários de Segurança da RMC.

Os bloqueios serão realizados pela Guarda Municipal. Motoristas de outros municípios serão abordados e questionados sobre o motivo pelo qual estão visitando Campinas. As pessoas serão orientadas sobre as medidas de prevenção contra o coronavírus e recomendadas a voltar para seu município de origem caso o deslocamento não seja por um motivo essencial. Não haverá multa ou punição.

Os detalhes sobre os locais, horários e efetivo empregado na ação não serão divulgados para garantir a sua efetividade.

O prefeito voltou a fazer um apelo para que as pessoas não se aglomerem neste feriado, ressaltando os perigos de reuniões familiares com bebidas alcoólicas, e também nos estabelecimentos. “Sabemos que a maioria cumpre as normas e temos que agradecer, mas uma pequena parcela que deixa a aglomeração colabora muito com a circulação do vírus na cidade. Estamos no limite de ter explosão para uma terceira onda. Por isso esse feriado é muito importante para segurar a possibilidade de uma terceira onda. Peço mais uma vez que população não aglomere, evite festas e aglomerações em bares. A prefeitura tem tentado fazer tudo no limite. Ninguém aqui gosta de fazer live anunciando restrição, de mandar fechar, proibir funcionamento, é dolorido fazer isso, mas é preciso a colaboração da população para evitar medidas mais duras no futuro”, argumentou.

De acordo com o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Christiano Biggi, já houve um pequeno aumento de autuações no último fim de semana, e haverá um endurecimento na fiscalização que inclui a implementação das barreiras sanitárias no feriado. “Além disso, o Serviço de Inteligência da Guarda Municipal consegue monitorar e identificar os organizadores de festas clandestinas. A partir daí, podemos solicitar à Polícia Civil para instaurar procedimento administrativo com base no artigo 268 do Código Penal, que prevê crime contra a saúde pública”, afirmou.

O secretário também reforçou a necessidade da população em evitar aglomerações nos momentos de lazer e pediu bom senso para que não haja regressão de fase e medidas mais restritivas.

Situação da pandemia em Campinas

O presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, também disse que é necessário atenção da população no feriado para que a situação não fuja do controle mais uma vez. Segundo ele, os gripários da cidade registram um aumento discreto na procura, além da pressão por leitos de pacientes não Covid.

Nesta quarta-feira (2), a cidade está com 93,75% dos leitos de UTI Covid ocupados, com a rede pública praticamente lotada. São 384 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 nas redes pública e particular de saúde. Deste total, 360 estão ocupados. Atualmente, 18 pacientes estão na fila de espera, mas todos são atendidos em leitos de retaguarda.

No SUS Municipal são 153 leitos de UTI Covid, dos quais 150 estão ocupados, o que equivale a 98,04%. Há três leitos livres, mas que são destinados exclusivamente para pacientes gestantes. E no SUS Estadual são 40 leitos, com 36 ocupados.

Na rede particular há 191 leitos, dos quais 174 estão ocupados, o que equivale a 91,09%. Há 17 leitos vagos.

No balanço desta quarta-feira (2), Campinas registrou mais seis mortes por Covid-19, totalizando agora 3.358 óbitos, além de 549 casos a mais, chegando a 102.539 pessoas infectadas.

O secretário de Saúde, Lair Zambon, destacou que as restrições se baseiam na ciência e nos indicadores, e que há preocupação. “Se houver uma piora, não teremos problema em indicar medidas mais restritivas”, disse. Ele afirmou ainda que há os que não respeitam as regras sanitárias, mas muita gente está respeitando, e também é preciso respeitá-las. “Pedimos para as pessoas nos ajudarem, estamos no limite da capacidade hospitalar. O mês de junho e julho será marcante em vacinação, e esperamos no mês de agosto boas notícias em relação ao começo de vencer a pandemia”, afirmou.

Em Campinas, 320.507 pessoas receberam a primeira dose da vacina, e 166.622 a segunda dose.

Na próxima sexta-feira, 4 de junho, haverá mais um Dia D de vacinação contra a Covid-19 para 25.862 pessoas de grupos prioritários que já estão agendadas.

Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas (arquivo)