Atualizado às 14h10
O governador João Doria anunciou nesta sexta-feira (7) que a fase de transição do Plano São Paulo será prorrogada novamente, agora por mais duas semanas, mas com ampliação do horário de funcionamento do comércio e serviços das 20h para 21h e a capacidade permitida dos estabelecimentos aumenta de 25% para 30%. O toque de recolher foi mantido, agora a partir das 21h, e continua até as 5h. As novas medidas começam a vigorar já a partir deste sábado, véspera do Dia das Mães, dia 8, e seguem até 23 de maio.
Doria disse que houve queda das internações e óbitos por Covid-19, com número de casos estabilizados, mas os índices ainda estão em patamar elevado. Segundo ele, o Centro de Contingência Covid-19, formado por 21 membros, recomenda agir com responsabilidade, cautela, com abertura gradual e segura para evitar qualquer novo pico da pandemia no estado. “Seguimos respeitando a ciência, a medicina, o trabalho e a evolução da economia, porém de forma segura”, afirmou.
O coordenador do Centro de Contingência Covid-19, Paulo Menezes, afirmou que ao longo das três semanas da fase de restrição os números foram acompanhados todos os dias, e houve a questão sobre a possibilidade do aumento de casos, que não se confirmou ao final desta semana. “Estamos na estabilização. Houve reduções se comparar com o pico da segunda onda de um mês atrás, com evolução de mais de 30% na redução do número de óbitos e internados. O avanço da cobertura vacinal, especialmente nos grupos mais vulneráveis, teve impacto grande nos casos mais graves. Entendendo que a sociedade tem outras necessidades, o Centro de Contingência recomendou a extensão da fase de transição, permitindo que atividades possam ocorrer de forma controlada e segura. Vamos acompanhar as próximas semanas com expectativa de termos uma situação mais positiva no final do período”, afirmou.
Já o coordenador executivo do Centro, João Gabbardo, explicou que o estado está com 78% de ocupação dos leitos de UTI. A capacidade máxima atingida foi em 7 de abril, de 14.453 leitos ocupados, hoje são 12.823 leitos. Segundo ele, quando a demanda diminui, os hospitais não podem ficar com o leito desocupado. “Existe a demanda por outras especialidades. Quando reduz (a ocupação), há uma movimentação automática de utilização para outras especialidades, reduzindo para Covid-19. A taxa permanece alta porque há redução de ocupação para Covid. Se houver aumento, voltam a ser usados para Covid quando necessário”, afirmou, informando que este cenário se dá especialmente na rede privada e também na filantrópica, e que na rede pública estadual e municipal se consegue manter os leitos.
Ainda de acordo com Gabbardo, neste cenário, com redução dos leitos Covid, a ocupação gira em torno de 70% em média. “Isso nos dá segurança e tranquilidade para avançar gradualmente e lentamente”, disse.
A secretária de desenvolvimento econômico, Patricia Ellen, comentou que o esforço de toda sociedade resultou na desacelaração dos índices, “o que nos dá um conforto por um lado e responsabilidade pelo patamar elevado, com uma gestão segura da pandemia com a fase de transição prorrogada. Com essa conquista importante, é um novo voto de confiança para mais um passo de manter o esforço para fazer a retomada econômica”, ressaltou.
Números
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, reforçou que a taxa de ocupação no estado hoje é de 78,3%, sendo que em 1º de abril era de quase 93%, com redução em torno de 3 mil pacientes internados, o que permite remobilização dos leitos para outras doenças, mas diante da necessidade, são rapidamente acionados para atendimento da Covid-19.
De acordo com o secretário, os números ainda estão elevados se comparado com o pico da primeira onda, em julho de 2020, e que se mantém a fase de transição expandida, mas sempre atentando aos dados da saúde, e pedindo à população para manter todas as regras sanitárias.
Nesta semana, os dados epidemiológicos apontam queda de 10,8% no total de casos, 0,4% internações e 13,5% de óbitos.
Sobre as recomendações para o Dia das Mães, o secretário ressaltou a necessidade da população manter todos os regramentos. “Que todos tenham cuidado e procurem ainda evitar os encontros em casa. Tínhamos a preocupação com as pessoas circulando fora, mas a maioria dos pacientes internados foram contaminados dentro da própria casa. Essa é nossa preocupação. Que as pessoas evitem fazer aglomeração, se puderem fazer (encontros) em ambientes abertos, arejados, especialmente os almoços, alimentações, em que se aproximam mais e sem máscara. Se forem comprar presente, que sejam breves e que seja rápido para evitar acúmulo de pessoas”, reforçou
E sobre uma possibilidade de terceira onda, o coordenador Gabbardo disse que os indicadores são de redução de casos, e não apontam para este cenário, mas que todo cuidado é pouco. “Temos que trabalhar com dados e pedindo às pessoas para sair quando houver necessidade, as recomendações das regras persistem. O que temos a nosso favor no momento, se conseguimos manter o controle por mais três semanas, o número de pessoas vacinadas e aumento da velocidade da vacinação oferecem outra condição de imunidade. Com ampliação do número de pessoas imunizadas, diminuem os casos graves, moderados e internação. Manter as medidas de restrição e ao mesmo tempo esperando que o aumento velocidade da imunização traga resultado “, argumentou.
Fase de transição prorrogada – 08 a 23/05
– Atividades comerciais: atendimento presencial entre 6h e 21h;
– Atividade religiosas: atividades presenciais individuais e coletivas;
Serviços gerais:
– Restaurantes e similares: consumo local entre 6h e 21h;
– Salões de beleza e barbearias: atendimento presencial entre 6h e 21h;
– Atividades culturais: atendimento presencial entre 6h e 21h;
– Academias: atendimento presencial entre 6h e 21h;
– Parques: funcionamento entre 6h e 18h.
– 30% da capacidade de ocupação do estabelecimento e aplicação de protocolos rigorosos;
– Toque de recolher das 21h às 5h (em Campinas, há uma restrição de entrada de apenas uma pessoa da família nos estabelecimentos);
– Recomendação de teletrabalho para atividades administrativas não essenciais;
– Recomendação do escalonamento de horários alternados para a entrada de funcionários dos setores de serviços, do comércio e da indústria.
Foto: governo do estado de São Paulo
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