Carros

Nissan March 1.6 SV: popular japonês traz trunfos estratégicos

29 de julho de 2013

Por Jorge Augusto

Ninguém duvida que o segmento de compactos é o mais disputado do mercado brasileiro. Com tantas opções, de praticamente todas as montadoras, o cliente precisa saber bem o que procura. Afinal, geralmente, quem compra um compacto é porque precisa do máximo possível, com o menor investimento possível. E para aqueles que não abrem mão do desempenho, e gostam de produtos “racionais”, a Nissan talvez seja a melhor escolha.

Lançado em setembro de 2011, o Nissan March chegou como o primeiro carro popular japonês ao Brasil. Na sequência, a japonesa Toyota também entrou na briga com o Etios, além da Hyundai com o HB20. Ainda sim, o March guarda alguns trunfos estratégicos. A receita do carro continua simples: é funcional, resistente, possui ótimo desempenho e boa relação custo-benefício. Como foco dessa avaliação, trazemos a matéria da versão SV equipada com motor 1,6 litro.

Boa opção 

É bem verdade que quando chegou o March tinha um visual inovador. Porém, de lá pra cá, novos competidores agitaram o mercado. Mas quem ainda faz conta, pode encontrar no carrinho da Nissan uma boa opção, pois ele vem equipado com aquilo que é fundamental, de fábrica. Desde a versão de entrada o carro tem air-bag duplo, computador de bordo, ar quente e ajuste de altura do banco do motorista. E agora, nos modelos 2013, todos com motor 1,6 litro, passam a contar também com freios ABS.

Um dos pontos fortes do carro é a Plataforma V (de versátil). O projeto que partiu do zero, permitiu que o Nissan March tivesse 18% menos componentes em relação à geração anterior. Assim, o compacto pesa entre 964 a 982 kg na versão 1.6 litro. E isso ajuda na economia de combustível.

Interior

É certo que o principal apelo do March não é o seu estilo, mas sim sua funcionalidade. Não dá pra negar a praticidade. O interior é espaçoso. O March tem 1,53 m de altura e 1,66 m na largura. Com apenas 3,78 m de comprimento, a plataforma V permitiu uma distância entreeixos de 2,45 m. O principal benefício disso é que os passageiros de trás não se sentem apertados, e o espaço do March esta entre os melhores do segmento. Uma solução que ajuda a melhor o espaço interno, são os para-lamas mais levantados. Isso permitiu posicionar as caixas das rodas nos extremos da carroceria, ampliando o espaço interno.

Outro recurso que ajuda a melhorar o espaço no interior é o conceito de dupla-bolha do painel, com superfícies curvadas. Dessa forma, o painel abre espaço para pernas. O motorista conta também com o ajuste de altura do banco, que pode elevá-lo em 4 cm, item de série desde a versão de entrada. Apesar do ajuste da coluna da direção na altura, faltou a profundidade.

O painel de instrumentos, bem simples por sinal, engloba o velocímetro e o conta-giros (item de série desde a versão de entrada), e computador de bordo (básico, mas esta lá). Para um popular, tanto motorista como passageiros ficam bem acomodados.

O Nissan March tem um console longitudinal entre os bancos dianteiros. Indo do fim do painel até pouco depois do freio de estacionamento, a peça comporta três porta-copos (dois na frente e um entre os dois bancos, próximo aos encostos). Além destes, o March conta com outros dois porta-copos nas portas dianteiras.

Ainda que o interior seja bastante funcional e o acabamento tenha uma qualidade justa para a categoria, o visual é pobre. Um pouco mais de refinamento, seria bem vindo, como acontece em alguns concorrentes como HB20 e Onix. E a única diferença da versão 1.6 litro para a 1.0 são as maçanetas internas cromadas. Ai, a Nissan deixou bastante a desejar.

O porta-malas é pequeno e tem 265 litros. Mas a maioria dos concorrentes ficam nessa média também, afinal são carros compactos e de proposta quase popular.

Motor e câmbio

O motor flex 1,6 litro (1.598 cm³) foi desenvolvido pela Aliança Renault-Nissan e foi ajustado para se adequar ao desempenho e características do March. Com quatro cilindros em linha e 16 válvulas, entrega 111 cavalos de potência a 5.600 rpm e 15,1 kgfm de torque a 4.000 rpm, tanto com etanol como com gasolina. O câmbio é manual de 5 marchas.

Com esse conjunto, o March 1.6 – 16V faz de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos (gasolina) e 9,4 segundos (etanol), segundo a Nissan. Estranho isso, já que os carros geralmente andam mais com etanol. A velocidade máxima supera os 190 km/h. Em resumo o carro é um “foguetinho”. Difícil encontrar outro carro com essa performance nessa categoria. Alías, o March 1.6 anda mais que alguns carros com motores 1.8 e 2.0 litros, mesmo de categorias superiores!

Equipamentos

Além do citado airbag duplo de série desde o modelo de entrada, outro destaque do March é a direção elétrica progressiva, também disponível em todas as versões (opcional na 1.0). O sistema elétrico oferece mais leveza no momento das manobras e em baixas velocidades, tornando a direção progressivamente mais pesada com o aumento da velocidade para que a segurança não seja comprometida.

A abertura da tampa do tanque de combustível é feita por meio de uma alavanca no painel entre o volante e a porta esquerda, e é um recurso presente desde a versão de entrada 1.0. O reservatório de gasolina para a partida a frio pode ser abastecido sem a abertura do capô, algo que não é comum para modelos do segmento. No March, basta abrir a tampa de proteção do subtanque, localizada na base do para-brisa, girar o botão e destravar com o bocal com a chave – a Nissan também adota esta solução, que é muito mais segura, na linha Livina e Tiida.

Desde a versão de entrada o March conta com computador de bordo, com as seguintes informações: consumo instantâneo, médio e a autonomia. O computador de bordo também conta com relógio digital e dois odômetros parciais.

Na versão 1,6 litro, o March vem com um rádio double din. Agora, ele já traz conexão Bluetooth, mas não tem entradas SD Card ou USB. Apenas uma conexão do tipo P2. Os demais recursos são básicos.Essa versão ainda inclui Alarme perimétrico e rodas de liga leve de 15 polegadas.

Os ‘poréns’ do carro são a indisponibilidade de farol auxiliar, até mesmo na versão 1.6. Também não existe o apoio de cabeça para o passageiro central do banco traseiro.

Dirigibilidade

Quem dirige o March pela primeira vez, se impressiona com sua agilidade. Ele oferece rapidez nas acelerações, graças às relações curtas do câmbio. Na estrada, o motor se mostra muito eficiente quando comparado a outros modelos 1.6 litro. Outro ponto que contribui no desempenho em velocidade é o baixo coeficiente de arrasto, de apenas 0,33.

A agilidade ainda estende-se no caso de manobras. O modelo tem um raio de giro de apenas 4,5 m e sua direção assistida é realmente leve. Assim é muito gostoso manobrar o March, que além da direção leve, consegue fazer curvas mais fechadas que os concorrentes. As mulheres adoram isso!

No uso urbano, o March também mostra disposição para encarar lombadas e buracos. Sua suspensão frontal é independente, tipo McPherson, e a traseira tem eixo de torção, solução adotada pela Nissan em outros modelos de sua linha. Não há nada de novo ou revolucionário aqui. Porém, o conjunto se apresenta resistente e forte. Isso sugere um carro que provavelmente deve durar bastante em condições de uso severo. Em nosso teste não houve uma única lombada ou valeta que o carro tenha raspado.

Mercado

O Nissan March está disponível nas cores sólidas branca e preta, e nas metálicas prata, cinza, vermelho, laranja e azul. O preço da versão avaliada é de R$ 37,4 mil. Não há opcionais. O March vendido no Brasil é produzido no México. Mas em 2014 será fabricado em solo brasileiro.

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