Obras do Centro de Convivência Cultural de Campinas serão entregues em julho

A Prefeitura de Campinas anunciou nesta sexta-feira, dia 23 de maio de 2025, que as obras de revitalização do Centro de Convivência Cultural (CCC) serão entregues em julho de 2025.

Com investimento total superior a R$ 60 milhões, com R$ 30 milhões de recursos do governo estadual e o restante com financiamento da Prefeitura com a Caixa Econômica, a reforma é uma das maiores intervenções culturais já realizadas em Campinas, segundo a administração municipal. A modernização do espaço foi executada em duas fases e envolveu o uso de materiais importados e soluções técnicas complexas, com o objetivo de restaurar completamente um dos espaços mais simbólicos das artes na cidade.

Na entrega da obra em julho, a Prefeitura também deverá apresentar um cronograma sobre o funcionamento e apresentações de espetáculos no local, além da licitação para o uso do espaço do restaurante.

Mais sobre a obra

A primeira fase da reforma foi iniciada em outubro de 2020 e concluída em novembro de 2023, com investimento de R$ 23,5 milhões. Contemplou a reforma total do palco, camarins, sala de ensaio da orquestra, áreas expositivas, foyer e espaço do café/restaurante.

Foto – Campinas.com.br

Já a segunda fase, que teve início em maio de 2024 e estava prevista para ser entregue em maio de 2025, agora será em julho. Em visita técnica pelo espaço, o prefeito Dário Saadi, acompanhado de secretários municipais, explicou à imprensa que a obra teve vários desafios, como a impermeabilização, por exemplo. O impermeabilizante usado para garantir as estruturas teve que ser preparado na Alemanha, especificamente para o local.

Foi preciso fazer a regularização das superfícies das arquibancadas e escadarias para depois aplicar o produto para impermeabilizar toda a área com a película de polimetilmetacrilato (PMMA), essencial para proteção do espaço contra infiltrações, principal problema que levou à deterioração da área interna do CCC. O produto foi escolhido por ser uma solução avançada e eficaz para proteger estruturas contra infiltrações de água.

A segunda etapa incluiu as novas instalações e automação da luminotécnica de toda a área do complexo, a iluminação cênica, áudio e vídeo e a cenotecnia.

Entre outros serviços executados nesta etapa estão a estrutura do piso do palco e fosso da orquestra, maquinaria cênica totalmente motorizada, estrutura metálica da passarela técnica e urdimento (armação posicionada ao longo do teto do palco que permite o funcionamento e fixação dos dispositivos cênicos), forro de gesso acartonado, piso vinílico, poltronas e carpete na plateia. De acordo com a Prefeitura, esta segunda fase da reforma teve investimento de R$ 38,9 milhões.

Segundo o prefeito, estes dois meses até julho, ainda será um período de testes dos equipamentos, treinamentos e transferência de tecnologia, chamado “comissionamento” (operação assistida). O secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, explicou que a secretaria da Cultura vai receber o conhecimento para depois operar o teatro.

Tecnologia e estrutura

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Com a revitalização, a sala do teatro interno do Centro de Convivência será uma das melhores do estado de São Paulo, senão do país, de acordo com a administração municipal. O espaço foi equipado com varas cênicas motorizadas e automatizadas, áudio e complementos de última geração, automação de todo o sistema luminotécnico, comunicação entre camarins, mesa técnica, palco e fosso por meio de monitores.

“Será um dos mais modernos, com equipamentos de ponta, do país. Então, demanda todo esse tempo de conhecimento, de testes, de mostrar para os técnicos da secretaria que vão operar, então, é um grande desafio”, comentou o prefeito. “É uma obra extremamente complexa, foi na parte estrutural, e foi complexa nos equipamentos.”

Saadi comentou ainda sobre o fosso para a orquestra, que foi recuperado. “Era impossível usar por conta da infiltrações, inundava. Tanto que foi aventada a possibilidade de não ter fosso no projeto, mas foi garantido o fosso e hoje ele é uma realidade, sem inundação”, garantiu o prefeito.

O secretário Barreiro completou: “Estamos aqui abaixo do nível da rua, então aqui temos um sistema complexo de bombeamento para absorver a água para que não permita que volte a acontecer o problema que existia aqui. Eu diria que o teatro está blindado para essa situações adversas.”

Outro diferencial é a instalação da concha acústica, rebatedores de som, que proporcionará uma experiência totalmente diferenciada nas apresentações da orquestra.

O teatro conta também com infraestrutura para tradução simultânea e cabine para áudio descrição, uma raridade nos teatros nacionais.

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“Lembrando que é um centro cultural, não é só um teatro. É um local de ensaio da Orquestra Sinfônica, que merecia um espaço de ensaio aqui dentro, com toda acústica. Também vai ter um café, restaurante cultural, com apresentações em uma sala adequada com isolamento acústico, exposições. Então, não só um teatro, o que já seria maravilhoso, mas é um centro cultural”, ressaltou o prefeito.

Mais sobre o Centro de Convivência

O complexo do Centro de Convivência tem área de 6 mil m². São 4 mil m² de área externa, onde fica o Teatro de Arena com capacidade para 3 mil pessoas. A área interna tem 2 mil m², com saguão, 6 salas (de espetáculo, de ensaio, técnica e administrativas), Teatro Luís Otávio Burnier, com 500 lugares (homenagem ao ator e diretor de teatro campineiro), 4 galerias e 10 camarins – 6 individuais e 4 coletivos, sendo um para PCD. Há banheiros masculino e feminino e PCD no espaço do café, no teatro, na praça e nas áreas administrativas.

Inaugurado em 9 de setembro de 1976, foi projetado pelo arquiteto Fábio Penteado. Nunca havia passado por reforma completa, somente reparos pontuais. Está fechado desde 2011, ano em que foi interditado.

Após a reforma, o Convivência também voltará a ser a casa da Orquestra Sinfônica de Campinas para ensaios e administração. A Coordenadoria Departamental de Teatros e Auditórios (Cotea) da Secretaria de Cultura e Turismo também ficará no local.

 

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