O Conjunto Arquitetônico Solar do Barão de Itapura, conhecido como Pátio dos Leões, no Centro de Campinas, recebe a partir desta terça-feira, 12 de novembro de 2024, um novo visual, a partir do Projeto “Colheita”. As artistas Ana Mercúrio, Mari Junqueira e Renata Lembro criarão, juntas, um mural vibrante com narrativa que traz à tona elementos da cultura histórica de Campinas, como o ciclo do café, no século XIX.
O processo de pintura seguirá até o dia 15 de novembro e a ação faz parte do início da agenda de eventos culturais que seguem com apresentação de corais e fazem referência ao Centro Cultural e Museológico que será implementado após o restauro do prédio.
Entre os elementos explorados no mural estará uma jaguatirica, simbolizando a rica biodiversidade e a força bruta da natureza antes da intervenção humana. Ramos de café se entrelaçam e leva a narrativa para um cenário de colheita e paisagens da vida cotidiana da época. O último segmento traz capivaras humanizadas cultivando o café.
Para a confecção, as artistas utilizarão spray e tinta acrílica, que colocam como destaque a cor amarela, simbolizando a iniciativa, e a luz impulsionando a inovação, reforçando a energia vibrante da mulher campineira. O azul representa o céu cheio de sonhos, simbolizando um desejo de construir o futuro.
“Participar desse projeto significa transformar o Centro em um espaço vivo e pulsante, onde a cor e a arte trazem novos significados e resgatam memórias coletivas. Ocupar o Centro com simbolismos visuais é uma forma de devolver a cidade às pessoas, especialmente às mulheres, que encontram nesses espaços um lugar de expressão, presença e identidade. É uma oportunidade de recontar histórias e marcar, nos muros e paredes, a força de quem ali vive e trabalha, criando uma conexão entre o passado e o futuro, onde cada intervenção se torna um ato de resistência e renovação cultural”, disse a artista Ana Mercúrio.
Processo de criação
Na segunda-feira, 11 de novembro, foi realizada a projeção no muro do Pátio dos Leões, de modo a guiar os rascunhos das artistas. Nos dias 12 e 13 de novembro, haverá o preenchimento do desenho, e nos dias 14 e 15 de novembro, serão realizadas as sombras detalhes e a assinatura das obras.
Esse é mais um passo para a revitalização do espaço. No último dia 9 de setembro, a PUC-Campinas anunciou projeto de restauro do Conjunto Arquitetônico Solar do Barão de Itapura. O espaço, após sua completa restauração, abrigará atividades museológicas, exposições artísticas e culturais, além de formações em empreendedorismo cultural e artístico. Também desenvolverá programas educativos voltados especialmente para jovens e crianças em situação de vulnerabilidade, em parceria com escolas públicas.
Sobre as artistas
Ana Mercurio
Comunicadora que utiliza as artes visuais urbanas para registrar e contar histórias da cidade e das mulheres. Natural de Campinas, começou a se expressar pelas ruas em 2019, durante um evento de graffiti exclusivo para mulheres, e, desde então, encontrou nos muros uma forma de dialogar com a cidade. Com um estilo vibrante e livre das convenções tradicionais, sua arte é influenciada pelo modernismo e cubismo. A cidade de Campinas é sua maior inspiração, e suas obras buscam retratar a memória local.
Mariana Junqueira
Mineira nascida em Poços de Caldas e atualmente vivendo em Campinas, Mari Junqueira é uma artista multidisciplinar com formação em Design de Moda pelo Istituto Europeo di Design (2015). Desde jovem, influenciada por sua mãe e cercada de antiguidades, Mari desenvolveu um olhar sensível e detalhista, começando suas exposições aos oito anos. Ao longo de sua carreira, participou de exposições internacionais, como a Galerías Virtuales no Chile, e de mostras renomadas como a Campinas Decor, onde suas obras se destacam pela profundidade emocional e impacto visual. Trabalhando entre muralismo e artes visuais, ela explora formas e cores que capturam a atenção, criando obras que refletem tanto influências mineiras quanto cosmopolitas. Atualmente, expõe na Galeria Lígia Testa e no marketplace Artsy.
Renata Lembo
Artista visual residente em Campinas, é formada em Arquitetura e Urbanismo (2022) pela Universidade São Judas Tadeu. Começou a se dedicar à produção artística ainda durante a graduação e atualmente trabalha sobre diversas mídias: telas, murais, ilustração digital e tatuagens. Seu trabalho se caracteriza pelo uso de linhas fluidas, gestuais e simples, como num esboço em que brinca com a imaginação, no limiar entre o figurativo e o abstrato. Algumas temáticas recorrentes em suas obras são a cultura, a fauna e flora brasileiras; desenhos lúdicos que remetem ao traçado livre da infância e a representação de mulheres para além do lugar de musa inspiradora, mas como personagens ativas, criativas e agentes de transformação da própria realidade.
Fonte: assessoria de imprensa PUC-Campinas
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