Cultura

Morre o maestro Benito Juarez. Prefeitura de Campinas decreta luto oficial

3 de agosto de 2020

O maestro Benito Juarez morreu na madrugada desta segunda-feira, dia 3 de agosto, em São Paulo, aos 86 anos de idade. Deixa cinco filhos e netos. O filho, André Juarez, postou em uma rede social a seguinte mensagem: “Meus amigos, comunico o falecimento do meu amado pai, o maestro Benito Juarez. Descanse em paz, Baxoca. Vou honrar seu nome sempre. Muita força, moleque”.

Benito Juarez foi diretor artístico e regente da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas por 25 anos. Teve atuação marcante e esteve à frente do histórico concerto em favor das Eleições Diretas para Presidente, em 1984, convidado pelo Movimento Diretas Já. O prefeito Jonas Donizette decretou luto oficial de três dias em Campinas. “Meus sentimentos à família, amigos e aos milhares de admiradores”, disse o prefeito.

Na Unicamp, Benito Juarez foi um dos fundadores do Instituto de Artes, na década de 1970, quando era apenas o Departamento de Música da Universidade. Também foi um dos idealizadores do curso de Música Popular Brasileira (MPB), primeiro no Brasil e único oferecido em universidade pública no Estado de São Paulo.

“Lamentamos profundamente a perda não apenas do artista e do docente, mas sobretudo do cidadão que soube traduzir em sua obra o espírito de nosso tempo e a necessidade de levar a cultura para todas as camadas da sociedade”, disse o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel. “Benito foi uma personalidade fundamental para o desenvolvimento das artes e da cultura de Campinas, privilegiando a sua difusão para a população em geral, pioneiro nesse tipo de atuação, e que certamente contribuiu para a aproximação das pessoas com um patrimônio da cidade, que é a Orquestra Municipal”, acrescentou.

Benito Juarez estava aposentado na Unicamp há mais de 20 anos, quando também deixou suas atividades na Orquestra de Campinas. Segundo o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Hashimoto, o maestro foi um dos grandes incentivadores da popularização da Orquestra Sinfônica e de corais. Hashimoto esteve envolvido com a Orquestra e com o maestro por 16 anos. “Quando entrei para a Sinfônica, em 1996, ela era considerada uma das principais orquestras do país. Mantinha um corpo de profissionais muito bons e era muito estável”, conta o pró-reitor.

Uma das características marcantes do maestro era o repertório diversificado. Ele incluía composições de vários artistas brasileiros como, por exemplo, Hermeto Paschoal e Milton Nascimento. Neste sentido, a orquestra trouxe fama à cidade de Campinas e também mostrou a importância de se valorizar não apenas o repertório erudito, mas também compositores de música popular.

“Toquei como músico da Sinfônica de Campinas por muitos anos com o maestro Benito Juarez, e também convivi com ele na Unicamp”, disse o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Hashimoto. “Posso destacar duas marcas importantes de sua trajetória: o compromisso na execução e gravação do repertório nacional, e seu trabalho de aproximação das músicas popular com a erudita”.

Fonte: com informações do site da Unicamp e Prefeitura de Campinas
Fotos – créditos: acervo Unicamp divulgação (alto da página) / concerto – foto Luiz Granzotto (Prefeitura de Campinas)

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