Cultura

Projeto “CulturAr” promove exposição virtual de fotos da Lavagem das Escadarias da Catedral de Campinas

13 de abril de 2020

O projeto “CulturAr” está promovendo uma exposição virtual de fotografias da tradicional Lavagem das Escadarias da Catedral Metropolitana de Campinas, que este ano, em virtude do novo coronavírus, deixou de ser realizada pela primeira vez em 35 anos.

A mostra reúne trabalhos de 20 fotógrafos, entre profissionais, amadores e entusiastas, com cerca de 80 imagens da celebração e está disponível no site culturarculturando.wixsite.com.

A 35° da lavagem não foi realizada neste sábado de Aleluia, dia 11 de abril, e entre as ações deste ano estava prevista uma exposição fotográfica na Estação Cultura.

A celebração é uma mistura de fé, religião, tradição, cultura e celebra a resistência dos povos negros vindos de todas as partes do território africano, com seu rico legado cultural e religioso.

Mãe Dango juntamente com Mãe Corajacy, matriarcas e zeladoras das tradições ancestrais de matriz africana, são as organizadoras da celebração. Vale ressaltar que, fora do Estado da Bahia, Campinas foi a primeira cidade a celebrar o ritual no Brasil.

A celebração se originou após Mãe Dango, que exercia a função de gari, ter sido vítima de preconceito cultural e religioso, em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, a quem Mãe Dango, no momento, rogou em prece para que não mais permitisse tal constrangimento, pois muitos dos africanos escravos e seus descendentes trabalharam para erguer tal construção, assim, prometera lavar as escadaria da catedral, em atitude contrária a intolerância, mas sim para disseminar o amor, a paz e a união.

A celebração vai além do ato da Lavagem das Escadarias. Inicia-se com um grande cortejo que inicia na Estação Cultura e segue pela Rua 13 de Maio em direção à Catedral celebrando com cânticos, flores e muita água de cheiro. Durante o dia, várias atividades culturais de matriz africana integram a celebração. Entre as apresentações estão: o Jongo, a Congada, Dança Afro, a Capoeira, o Samba. No local ainda há barracas de comidas típicas e artesanatos. Hoje, o evento reverencia a união entre as religiões, a diversidade e a confraternização entre raças e culturas.

O evento faz parte calendário oficial cultural de Campinas desde 1997. A celebração também se encontra em processo para se tornar Patrimônio Imaterial da cidade.

Foto – crédito: João Almeida (divulgação)

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