Público recorde da City Banda agita praça Arautos da Paz

Depois de 22 anos desfilando pelas ruas do bairro Cambuí, a City Banda, maior bloco de Carnaval de Campinas, mudou o percurso em 2017 e atraiu mais gente ainda neste sábado, dia 18. De acordo com dados da Guarda Municipal (GM) mais de 30 mil pessoas estiveram no local, público maior do que no ano passado no Cambuí.

O desfile saiu da Praça Arautos da Paz pela Avenida Heitor Penteado e seguiu até o cruzamento com a Barão de Itapura, retornando no sentido contrário da avenida até a praça. O trajeto do trio elétrico durou cerca de 2 horas, encerrando às 18h30. O desfile seguiu tranquilo em clima de carnaval, bem descontraído com alguns blocos uniformizados e foliões fantasiados com as mais diversas alegorias. O comandante da GM, Márcio Frizarim, responsável pela operação informou que houve pequenas ocorrências pulverizadas de briga, pricipalmente na parte da concentração na Praça Arautos da Paz, mas que foram rapidamente resolvidas pela GM. Até as 21h20, fechamento desta matéria, foram registradas 4 ocorrências, todas atendidas no local e sem maiores tumultos. Participaram da operação mais de 150 guardas municipais, com uma base operacional instalada bem no meio da praça, de fácil visibilidade e ação para os guardas. A segurança da área externa e arredores contou também com o apoio da Polícia Militar.

De acordo com o diretor da City Banda, José de Oliveira, de 78 anos, desde o início na direção do bloco, o resultado foi surpreendente e o espaço é maior que o Centro de Convivência. Ele comemorou que a banda encerrou no horário, o que facilita a dispersão mais cedo e que o carnaval certamente veio pra ficar na Arautos. Reforçou que a segurança é extremamente importante por conta do aumento de público e que o único ajuste que faria é diminuir o público, mas que isso não será possível, brincou Oliveira.

O repertório durante o desfile trouxe marchinhas clássicas de Carnaval e sambas enredo com a banda ao vivo.

A homenageada deste ano foi a sambista campineira Ilcei Miriam, que além de intérprete e cavaquinista, tem dois CDs gravados: “Samba de Batom” e “Minha Identidade”, onde mostra as suas referências musicais dos grandes mestres do samba e também de compositores da nova geração de sambistas paulistanos e cariocas.

Apesar de opiniões divididas entre o saudosismo do local onde o bloco começou e se consagrou como maior bloco de Campinas e de pessoas que aprovaram o novo endereço por ser mais espaçoso, a maioria dos foliões aprovaram o carnaval no Taquaral.

O Robin, da dupla Batman e Robin, foliões tradicionais da cidade, que há 18 anos saem na City Banda, disse que também aprovou o novo endereço. “É um novo momento do bloco, um carnaval diferente para a City, mas funcionou, até me surpreendeu. Ficou mais amplo e deu tranquilidade”, disse Irineu Argenton, comerciante e dono da identidade “secreta” do Robin.

Para a foliã Maria Helena Monte, de 67 anos, professora de inglês, que sai na City Banda há 20 anos, o bloco deu certo no taquaral, mas “eu gostava do Cambuí pela história de tradição no bairro”. E emendou “aonde a City Banda for eu vou, por amor”, declarou.

Segundo o diretor fundador da banda Paulo Lima, a mudança ocorreu principalmente pelo crescimento do público nos últimos anos, o que dificultava o acesso ao bairro Cambuí. “Uma das nossas maiores preocupações foi com a entrada de pessoas e ambulâncias aos hospitais da região, como o Irmãos Penteado e a Santa Casa, por exemplo. Foi um pedido da Guarda Municipal e aceitamos”, afirmou. No ano passado o bloco chegou ao máximo de público que o Cambuí suportava, o que segundo dados oficiais foi cerca de 20 mil pessoas, já a estimativa para 2017 era reunir entre 25 e 30 mil pessoas, de acordo com Lima.

Questões técnicas também foram consideradas na decisão pela mudança do local do desfile. De acordo com o diretor do bloco, os foliões já reclamavam do som. Quem ficava no fim do bloco, já não conseguia ouvir a banda tocando, mas, segundo ele, não havia a possibilidade de levar um caminhão de som maior para as ruas estreitas do Cambuí, e com várias curvas no trajeto. Com mais espaço no Taquaral, foi possível um trio elétrico, mas os fios atrapalharam um pouco. Para 2018 haverá alguns ajustes e 2019 o bloco fará bodas de prata, com 25 anos de atividades.

Neste domingo (19) é a vez dos blocos Nem Sangue Nem Areia, na Vila Industrial; o Bloco do Bob, com os cães de estimação e seus donos pelas ruas do Cambuí; além do Sem Preguiça (Jardim Novo Campos Elíseos), Nação Bantos Savuru (Vila Renascença) e Bloco Vermelho (Novo Campos Elíseos), que levam alegria para outros bairros da cidade.