Carnaval 2016

Berra Vaca abre o Carnaval do distrito de Barão Geraldo

6 de fevereiro de 2016

O maior e mais tradicional bloco de Barão Geraldo, o Berra Vaca, abriu a folia madrugada adentro nesta sexta-feira. O grupo carnavalesco volta às ruas do distrito para fechar o Carnaval na madrugada de quarta-feira de cinzas (10). A chuva não atrapalhou a saída do bloco, que fez questão de manter a tradição de uma festa criativa, com diversas manifestações culturais, simples e familiar, como nasceu o Carnaval de rua.

Esta edição teve um novo componente: os participantes do bloco também pediram paz ao distrito e manifestaram-se a favor de um Carnaval pacífico. Comerciantes e moradores de Barão Geraldo temem a violência neste período. O Carnaval do distrito chegou a ficar ameaçado, porque nos dois últimos anos, enfrentou confusão causada por pessoas que promoviam o chamado “pancadão” com carros de som. A concentração começou na Rua Júlia Leite de Barros e o trajeto do bloco seguiu pelas ruas Luís Vicentim sobrinho, Vitório Ferrari e Avenida Santa Isabel.  Nas ruas, muitos policiais e guardas municipais acompanharam a folia.   

Neste ano, o Berra Vaca fez quatro homenagens: aos Dzi Croquettes (grupo de teatro e dança dos anos 1970 e recentemente retratado em um documentário), As Frenéticas (famoso grupo vocal feminino), a lendária Carmen Miranda, que faria aniversário no dia 9, e ao Dia do Frevo, comemorado na terça-feira de Carnaval.

Um pouco da história do bloco Berra Vaca

Desde 1999, o bloco mais tradicional do distrito, o Berra Vaca, é composto e mantido por voluntários de diversas áreas de atuação e busca resgatar um pouco da leveza dos carnavais. A origem do nome surgiu por alusão à lenda mais popular do distrito, a história do “Boi Falô”. Nasceu de forma bem descontraída, e no início atraía a participação de moradores e pessoas ligadas de alguma forma com o distrito. Nos últimos anos tem contado com a integração do público de outras partes de Campinas e mesmo de outras cidades da região. Ao longo dos anos, o grupo que iniciou o projeto foi agregando profissionais de várias formações ligados ao reduto cultural que se formou o distrito, como atores, músicos, engenheiros, psicólogos, advogados, médicos, professores, jornalistas etc. Todos unidos para resgatar composições brasileiras do passado, bem como trazer novas contribuições para a festa popular. Hoje é considerado um dos mais importantes e tradicionais blocos de rua de Barão Geraldo.

Toda essa atividade vem sendo feita de forma voluntária e colaborativa pela comunidade, sem fins lucrativos. Com fantasias, enfeites, sonorização, instrumentos que levam a multidão a cantar e dançar nas noites de Carnaval, tudo com a colaboração e doação de seus membros, moradores e simpatizantes.

Barão Geraldo: Maior concentração de Blocos

Com a maior concentração de número de blocos da cidade, com nove grupos, a folia do carnaval de Barão tem atraído um número cada vez maior de foliões. O distrito onde está localizada uma das maiores universidades do país, a Unicamp, concentra muitos grupos artísticos. Os blocos reúnem pessoas envolvidas com cultura em geral, como teatro, música, dança e outras linguagens artísticas, além de várias outras áreas.

Confira a programação dos blocos de Barão Geraldo:

06/02

Matinê Infantil das Caxeirosas – das 14h às 18h
Concentração: Praça José Barbuti (Praça do Coco)

O bloco as Caixeirosas foi fundado em 2006 pela artista Cristina Bueno junto aos grupos de Campinas “Caixeiras da Guia” e “Caixeiras das Nascentes”, com o objetivo de proporcionar, em especial às crianças, um espaço onde possam brincar o Carnaval com alegria, tranquilidade e liberdade como nos antigos carnavais. Como arte educadora e pesquisadora de manifestações populares brasileiras desde 1986, e trabalhando em diversas escolas e instituições, Cristina observou que as crianças estavam cada vez mais carentes de espaços para vivenciar manifestações populares e que o Carnaval seria uma ótima oportunidade para isso. O bloco resgata dois momentos tradicionais dos antigos Carnavais: a rua e o salão. O primeiro é um cortejo com os foliões em volta da praça, o segundo é a brincadeira num salão enfeitado com confetes e serpentinas, animado pelas bonecas e a Banda das “Caixeirosas” que toca marchinhas, frevos e sambas tradicionais, no bar Almanaque Café.

A praça do Coco em Barão Geraldo se tornou aos poucos um espaço cultural de encontro entre pessoas de todas as idades, com sua feira de artesanato, seu quiosque de alimentação, sua programação cultural e o parquinho para as crianças. Para que elas possam acompanhar o cortejo e não se cansem muito, o desfile acontece em torno da praça. Quanto às fantasias, cada um cria a sua, com inspiração nas tradicionais de baile de carnaval ou roupa branca com chapéu enfeitados com flores e fitas, marca das Caixeirosas. O bloco não possui fins lucrativos.

Grupo de Pífanos Flautins Matuá – das 18h até 22h
Concentração: R. Raul de Souza, 80
Percurso: Praça Américo Ferreira de Camargo (Praça Vila São João), Rua José Martins, 733, término Praça Zelia Seixas de Siqueira

Influenciado pelas tradicionais bandas de pífanos, os Flautins Matuá cria um espetáculo interativo repleto de danças e ritmos brasileiros. A concentração na Vila São João é um espetáculo à parte, onde música, alegria e ritmos se misturam à paisagem da natureza da praça, repleta de árvores. O grupo viaja pelo imaginário popular, convida o público para participar de dinâmicas interativas e coreografias. Sempre em um figurino improvisado e criativo com cores alegres e vibrantes.

JegueGerso – a partir da 0h até 6h
Concentração: Praça Zelia Seixas de Siqueira – Barão Geraldo
Percurso: Rua Francisco Andreo Aledo, R. Jerônimo Pátaro, Rua Josefa Antonia Maria Picelia

O bloco JegueGerso é a maneira que uma galera amiga, a qual já se reúne e se curte ao longo do tempo e de outros carnavais, encontrou para compartilhar um pouco mais de sua alegria e amizade. O nome do bloco não teve sua origem em nenhuma história específica ou marcante, mas apenas pelo simples fato da figura folclórica de um jegue ter contagiado a maioria dessas pessoas, que prontamente se identificaram como ‘jegueiros’. O bloco sai pelas ruas com o intuito de manter a tradição dos carnavais com suas marchinhas, paródias e composições autorais.

07/02

Matinê infantil do Bloco do Zé Coquinho – das 14h às 19h
Concentração: Praça José Barbuti (Praça do Coco)
O Bloco Zé Coquinho surgiu por iniciativa dos pais e frequentadores da praça do Coco que. em conjunto com o Sr. Valdir, idealizador da praça, criaram um bailinho destinado às crianças e suas fantasias no domingo e na terça-feira de Carnaval.

União Altaneira – das 15h às 2h (concentração iniciando pontualmente às 15h e vai sair também pontualmente às 17h)
Concentração: Av. Santa Isabel, 1616, em frente à Moradia Estudantil da Unicamp
Percurso: até a Av. Santa Isabel, em frente a escola Br. Resende

O União Altaneira, que comemora 10 anos, leva como tema para as ruas de Barão Geraldo a sua história, e vem com a parceria do Afoxé Omi Aladò para realizar uma grande comemoração com muita batucada, dança ritmo e alegria.

É formado por diferentes grupos culturais e mescla elementos de diversas manifestações carnavalescas e da cultura popular, embalado por muito samba e ritmo. O bloco une diferentes grupos artísticos-culturais de Campinas e mescla elementos de diversas manifestações carnavalescas e da cultura popular, embalando com muito samba, ritmos afro-brasileiros e alegria de seus seguidores. Além do samba, interpreta diversos ritmos afro-brasileiros adaptados para a formação de bateria de escola de samba. Ritmos tradicionalmente tocados com atabaques, alfaias, djembês e outros instrumentos são adaptados para surdos, caixas, repiniques, tamborins, chocalhos, reco-recos, pratos, timbau e agogôs de quatro bocas: maculelê, coco, afoxé, samba reggae, funk, carimbó e ritmos criados pelo grupo integram o repertório. Os integrantes cantam e dançam os diferentes estilos interpretados, transmitindo não só a cultura do samba, desenvolvendo de maneira ampla a musicalidade afro-brasileira. O grupo dialoga com outras manifestações artísticas e culturais, como dança, artes plásticas, circo e capoeira: fantasias e alegorias diversas criadas coletivamente misturam bonecos gigantes a mini-carros alegóricos.
O bloco se formou pela união da Bateria Alcalina (samba e ritmos afro-brasileiros), Bateria Pública (Samba), Semente de Esperança (Capoeira e dança), músicos de Campinas e São Paulo, artistas circences e artistas plásticos da Unicamp, além de outros colaboradores interessados em desenvolver uma festa popular de rua. O bloco une diferentes talentos, promove a inserção das pessoas, e qualquer um pode participar. A pessoa que se torna um novo integrante aprende a tocar instrumento, dançar, no caso se for participar da ala de dança.

Roda de Samba – das 22h às 6h
Concentração: Praça Durval Pataro (antiga Bicicross)

A ‘Roda de Samba da Madruga’ surge do encontro dos sambistas, músicos e foliões do distrito que, em roda, tocam e cantam sambas tradicionais e atuais, construindo um espaço descontraído, mas com muito respeito pelo samba.

08/02

Cupinzeiro – das 16h às 22h
Concentração: Av José Martins, nº 613
Percurso: Av. Modesto Fernandes, Av. Sta Izabel, Rua Agostinho Páttaro com término na esquina com R. Jerônimo Pátaro

O Cupinzeiro surgiu em 2002 e desfila pelas ruas de Barão Geraldo reunindo jovens, crianças e adultos para cantar e brincar o Carnaval. Mantendo a tradição dos blocos de rua, desfila com um samba mais lento, e traz este ano a “Loucura Libertária com a Nau dos Loucos”. Com esse enredo pretende relacionar arte e loucura, sendo a loucura libertária a expressão nascida fundamentalmente livre, e potencializa a vida em todas as suas dimensões.

Confira a letra do samba:

“Louco é quem escraviza
Loucura é opressão
A cura é inventiva
A Louca é a pura razão

Loucura é o abandono
Louca é a omissão
A cura é liberdade
Arte é vida é sonho, é Carnaval”

09/02

Matinê infantil do Bloco do Zé Coquinho – das 15h às 19h
Concentração: Praça José Barbuti (Praça do Coco) – Barão Geraldo

Berra Vaca – das 0h às 6h
Concentração:Praça da R. Júlia Leite de Barros
Percurso: R. Luís Vicentim Sobrinho, R. Vitórino Ferrari, R. Lucinda Carvalho Marquês, Av. Santa Isabel, Rua Jerônimo Páttaro, Término na Praça Manuel Sebastião Siqueira (escola Br. de Resende)

Bloco Sonhos Havaianos – das 2h às 6h
Concentração: Esq. Rua Agostinho Pátaro c/ Rua Jerônimo Páttaro
Percurso: Av. Santa Izabel, Pç. Angelina Caselatto Antoniolli

Os Sonhos Havaianos surgiu de uma viagem da Bateria Alcalina. É um bloco sem regras, mas com muita alegria, que vai usar o samba-reggae para interpretar diversos estilos: de Olodum a garotos podres, passando, é claro, por Leandro e Leonardo.

 

(*) Programação sujeita a alterações

Fonte: com informações da Secretaria de Cultura de Campinas

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