Cinema

“O Homem do Futuro”, com Wagner Moura, é rodado em Paulínia

7 de setembro de 2010

Após tirar a farda do intenso capitão Nascimento, em “Tropa de Elite 2”, que estreia em outubro, Wagner Moura muda completamente de cenário para ‘vestir’ um novo personagem em mais uma comédia romântica, agora com toques de ficção científica, de Cláudio Torres: “O Homem do Futuro”.

O filme, rodado em Paulínia, traz a história de Zero (Moura), um homem solitário e infeliz com a vida que leva. Ele é um cientista que está tentando inventar uma nova forma de energia quando cria, acidentalmente, uma máquina do tempo. Ao voltar ao passado, encontra-se consigo mesmo 20 anos mais novo, no dia em que sofreu buyling na universidade. Humilhado, também perdeu a mulher da vida dele (Alinne Moraes).

Na pele de Zero, escrito especialmente para ele, Wagner Moura diz que está se divertindo com o ambiente leve e agradável, após concluir “Tropa de Elite 2”. O ator diz que gosta muito de fazer comédia, já fez vários papéis do gênero, como em “Saneamento Básico”, apesar de considerar difícil. “Na comédia, há o perigo de ficar caricato. É preciso achar o tom e o time”, diz.

Moura parece, de fato, estar à vontade. Apelidou o ator Fernando Ceylão, que faz Otávio, o melhor amigo de Zero e amigo pessoal do diretor Cláudio Torres na vida real, de “Panda”. “Ele já disse que vai me chamar de Panda o filme inteiro”, diverte-se Ceylão.

Fazer as pazes com o passado

Este é o quarto longa do diretor Cláudio Torres, que também é responsável pelo roteiro. Novamente, ele trafega pela comédia, embora o julgue um filme muito humano, “mais romântico do que engraçado”. Após o sucesso de “A Mulher Invisível”, Torres parece ter se firmado no gênero.

Ao criar a possibilidade de uma viagem no tempo e se encontrar com quem se foi no passado neste “O Homem do Futuro”, o diretor filosofa: “Se há uma mensagem no filme é de assumir quem você foi para ter um futuro. Se ficar ligado ao passado, vai ser um neurótico a vida inteira”.

Aos 47 anos, o filho de Fernanda Montenegro e irmão de Fernanda Torres, o diretor diz que é impossível não ter um sentimento de nostalgia em relação à juventude. Tanto que uma das poucas locações no Rio de Janeiro, onde a história do filme se passa na ficção, tem relação com a vida de Torres. “Um dos lugares é na universidade onde estudei”, revela.

Paulínia e Campinas

O filme, de R$ 7,5 milhões, foi contemplado pelo edital de Paulínia em 2009 e deve chegar às telas em 2011. O diretor, assim como os atores, não poupou elogios à Paulínia. Das cinco semanas previstas de filmagens, quatro foram no município e região. “Encontrei na cidade as condições ideais para filmar. Este seria um filme do futuro, e não do presente, se não fosse Paulínia”, afirma.

Torres disse ainda que usou pouco estúdio e mais locações, entre elas a fachada do suntuoso Theatro Municipal, e o laboratório Síncroton, na Unicamp, em Campinas, o único na América Latina que possui um acelerador de partículas, usado no filme.

“Os grandes diretores estão filmando em Paulínia, é uma demonstração de progresso. A forma como acontece também é importante porque gera emprego e renda e vai formar gente de cinema na cidade”, avalia Torres.

E como bom viciado no trabalho que faz, conclui a entrevista: “cinema é uma cachaça”.

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