Cerca de 4 mil pessoas comemoraram os 30 anos do bloco “Tomá na Banda” pelas ruas do centro de Campinas

Um dos blocos mais antigos da cidade, o “Tomá na Banda”, recebeu cerca de 4 mil foliões para o tradicional desfile pelas ruas entre os bairros Cambuí e Centro, com direito a marchinhas de carnaval.

Por causa do calor, o desfile deste ano fez um percurso mais curto, saindo do Centro de Convivência sentido a Praça Carlos Gomes, passando pelas ruas General Osório, Antônio Cesarino, Benjamim Constant, Francisco Glicério e Conceição, retornando ao Centro de Convivência, onde foram homenageados alguns personagens cativos do bloco, entre eles, a bailarina, que neste ano, foi de bailarina de caixinha de música, o Pedro Turco, o Senhor Madrugada, as Beijoqueiras, entre outros. Figuras tradicionais que já acompanham o bloco há anos.  

A festa contou com a presença do criador do bloco e agitador cultural da cidade, Camilo Chagas, que esteve internado recentemente, mas conseguiu estar presente para abrir o desfile de mais um ano do bloco, que desde 1985 sai às ruas. Na concentração, o pandeiro de Atahaualpa Barros deu início ao desfile, que foi puxado pela elegante rainha Toma na Banda 2015, Juliana Alves, conduzindo os músicos pelas ruas. 

Em clima família, a folia foi divertida e contou com muitos fantasiados, além de confete, serpentina e espuma, o que estava um pouco em excesso. Foi quase uma festa de salão, porém a céu aberto, tomando as ruas do centro de forma descontraída, relembrando os antigos carnavais.

História do bloco Tomá na Banda

O tradicional bloco surgiu em uma madrugada de 1985. Na mesa de um bar, no Cambuí, um grupo de amigos, inconformados com a solidão das ruas campineiras às vésperas de Carnaval, decidiu que a cidade merecia alguma animação.

Os planos viraram projeto quando o extinto Bar Ilustrada promoveu uma feijoada para arrecadar fundos para a criação de uma banda de Carnaval. O nome escolhido é uma brincadeira em alusão à maldosa fama de Campinas. Na estreia, os carnavalescos contrataram quatro músicos da banda da Polícia Militar para animar a festa em frente ao famoso Ilustrada, comandado por Camilo de Lellis Chagas. A casa era um ícone da vanguarda cultural campineira, de 1985 a 1995, trazendo a Campinas artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, como Arrigo Barnabé, Jards Macalé, Cida Moreira, Vania Bastos, Passoca, Tom Zé, Paulinho Nogueira, Luis Melodia, entre outros, além de ceder espaço na época para apresentações de teatro, artes circense etc.

No fim daquela festa de estreia, já noite alta e as ruas vazias, dez boêmios decidiram que Carnaval não era só aquilo e saíram cantando e dançando pelas ruas do Centro. Quando voltaram ao bar, perceberam que uma pequena multidão de mendigos e outros frequentadores da madrugada havia engrossado o cortejo, surgindo daí o Tomá na Banda, inspirado em bandas famosas como a Banda de Ipanema do Rio de Janeiro e tantas outras. Estava criado o bloco. Desde então, nos sábados de Carnaval, o Tomá na Banda desfila pelas ruas do Cambuí e Centro.