Unicamp na Agenda

Uma visita indigesta

por Hélio Costa Júnior
Publicado em 11 de fevereiro de 2016

Domingo é dia de angústia e sofrimento do povo do futebol. Duas torcidas em ritmo de espera. Se ela fica, o bicho come, e se ela corre, o bicho vai pegar. Então, o que fazer com dois times em formação, companheiro torcedor?

Nem o mais fanático torcedor afirma que vai ter outro 6 a 1 do Timão sobre o Tricolor. E ninguém pode dizer que o São Paulo vai à forra. Simples. Início de temporada, jogadores ainda doloridos pela preparação das pré-temporadas e o mais importante: os 2 times não tem mais de 6 titulares. Times em formação técnica e taticamente. Tem gente chegando, tem teste da questão tática e técnica. Quem é o cara certo para tal posição…

Vi o Corinthians jogar. Claro que é outro time. Saíram vários jogadores da chamada espinha dorsal. Mas os que chegaram são mais jovens e tem talento. Falo de Willians, Guilherme, André e Giovanni Augusto. Todos sabem o que fazer dentro de campo. E com uma vantagem. Tem “o cara” pra mostrar o caminho. Tite vai fazer, de novo, um Corinthians como o torcedor quer. Mas leva um tempo. Não tá pronto agora e nem estará domingo.

E o São Paulo está de treinador novo. Paton Bauza. Estilo de futebol que a diretoria sonhava. Time mais guerreiro, mas marcador, trabalhando o tempo todo pelo resultado. Marcando pressão, preparo físico na ponta do casco pra aguentar o tranco. E um centroavante enfiado. O que Paton Bauza tem agora, o Calleri, que o torcedor canta em verso e prosa, não é do tricolor. É da Inter de Milão e vai embora no segundo semestre. Até lá alguém que tem se apresentar ao treinador e dizer: posso fazer o que o moleque argentino faz. Briga, corre, não vê bola perdida e por aí vai. Kieza é meu preferido. Vi o cara jogar na Série B pelo Bahia. Arrebenta, mas precisa de um pouco de tempo pra ganhar o espaço. E o Paton precisa definir quem bate o que. Quem é o cara dos penais e quem é o substituto de Ceni nas faltas. O São Paulo não tem nenhum dos dois e pode acontecer mais vezes o que rolou no jogo contra o nanico Cesar Vallejo. Faltas mal executadas e o pênalti de Michel Bastos. Uma piada. O torcedor saiu feliz. Mais ou menos feliz. Nenhum torcedor gostou do que viu. Torcer para este time do São Paulo é como dançar com a irmã. Não rola.

Assim, amigos, estão os dois times que neste domingo se enfrentam na Arena de Itaquera e que depois, lutam, e essa é a palavra certa, na batalha insana da Libertadores de América. Tem que ter coração de aço.

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