O assunto que está bombando nesta semana na imprensa e em redes sociais é a glória do espumante Casa Perini Moscatel, posicionado como o 5º melhor vinho do mundo no ranking da Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores (World Association of Writers and Journalist of Wines and Spirits – WAWWJ). Logo que saiu a lista, espocaram manchetes para todo lado, chamando a atenção para o fato de ser um rótulo brasileiro entre os primeiros e custar menos de R$ 50.
Eu acrescento aqui outro fato: é encontrável até em supermercados e hortifrútis. Como fã da Casa Perini e torcedora convicta do vinho nacional, também comemorei o feito. Mas, no fundo, no fundo, não ligo muito para ranking, listas, medalhas e troféus anunciados com pompa e circunstância por aí pela simples razão de que quase todos – para não dizer todos – os resultados são discutíveis.
No caso da Casa Perini mesmo, o Espumante Brut Rosé, elaborado com Chardonnay, Gamay e Pinot Noir, me encanta mais do que o Espumante Moscatel premiado, e também custa menos de R$ 50. Gosto do frescor, da delicadeza dos aromas, da perlage fina e da linda cor entre cereja e salmão desse vinho. Quem me conhece, sabe que não me canso de indicá-lo a amigos e alunos.
É interessante saber ainda que o ranking da WAWWJ não é exatamente uma competição com degustações às cegas para eleger as melhores amostras inscritas para a ocasião. Esse ranking soma as notas obtidas pelos vinhos em vários concursos internacionais (homologados pela The International Organisation of Vine and Wine) realizados no período de um ano. Assim, as vinícolas que buscam dar visibilidade a seus produtos participando de muitos eventos têm chance de se colocar na lista.
Por outro lado, não são poucas as vinícolas de qualidade que não ligam a mínima para esse tipo de aferição e apostam em outras estratégias para conquistar território e promover oportunidades para que o público conheça o seu vinho. Degustações para convidados, encontros de confrarias, boa comunicação com a imprensa, esquema de distribuição esperto e, principalmente, um bom vinho para oferecer estão entre as ações mais eficientes.
Assim como existem consumidores que se orientam por listas e pontuações, há os que apostam no boca-a-boca e na própria intuição e também fazem ótimas escolhas. De minha parte, o critério que mais prezo é a relação custo-benefício. E sempre tenho boas surpresas com garrafas acessíveis. Nesse quesito, o ranking da WAWWJ parece juntar o útil ao agradável, pelo menos no que diz respeito à presença brasileira.
Os 11 vinhos nacionais, todos espumantes, que marcaram posição entre os 150 selecionados, custam entre R$ 37 e R$ 120. Mas quem brilhou mesmo foi a Austrália com três vinhos no “top ten”, inclusive os dois primeiros lugares, acompanhado pela Espanha, com três. Se você curte listas e está procurando sugestões para a próxima compra, aqui estão os 10 primeiros colocados do ranking geral e os 11 brasileiros com suas classificações.
OS 10 MAIS
1 – Taylors Jaraman Shiraz 2014, Austrália
2 – Taylors St Andrews Single Vineyard Release Shiraz Clare Valley 2013, Austrália
3 – Noe Pedro Ximenez Vors, Espanha
4 – Taylors St Andrews Single Vineyard Release Shiraz 2014
5 – Casa Perini Espumante Moscatel, Brasil
6 – Beronia Rioja Reserva 2011, Espanha
7- Los Noques Finca Don Juan 2013, Argentina
8 – Matusalem Oloroso Dulce Muy Viejo VORS, Espanha
9 – Taylors Shiraz Clare Valley 2015, Austrália
10 – Beviam Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2012, Argentina
BRASIL TEM 11 ENTRE OS 150 DO RANKING
5 – Casa Perini Espumante Moscatel, Brasil
14 – Garibaldi Espumante Chardonnay Brut
32 – Garibaldi Espumante Moscatel
41 – Marcus James Espumante Brut
43 – Garibaldi Espumante Prosecco Brut
61 – Ponto Nero Rosé de Noir
65 – Ponto Nero Brut
83 – Aurora Espumante Moscatel Branco
117 – Zanotto Espumante Moscatel
125 – Zanotto Espumante Brut
144 – Privillege Peterlongo Espumante Brut Rosé
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