Produção de azeites no Sul de Minas recebeu consultoria técnica da EPAMIG. foto Erasmo Pereira
Para começar o ano com o pé direito, compartilho aqui um ótima notícia que recebi da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e promete colocar uma das regiões mais bonitas do País, na rota do turismo enogastronômico profissional. Fica a torcida para que a ideia vingue e, em breve, possamos explorar a hospitaleira Mantiqueira com todos os sentidos. Acompanhe aqui:
Conhecida pela grande diversidade de atrações turísticas, roteiros gastronômicos, religiosos e de ecoaventura, a Região da Serra da Mantiqueira destaca-se também na produção de cafés especiais, vinhos, azeites e queijos premiados mundialmente. Com o intuito de promover essas potencialidades, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, em parceria com as Secretarias de Turismo de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Ministério do Turismo e nove circuitos regionais, lançou em dezembro o projeto Destino Mantiqueira. “Poderemos estimular a geração de emprego e renda via turismo de experiências, fortalecendo os circuitos do azeite, o balonismo, os roteiros de café e outros nove roteiros estaduais”, avaliou o secretário de Cultura e Turismo, Marcelo Matte.
Localizada entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, a região possui condições de clima e solo propícias para o cultivo de fruteiras de clima temperado. Trabalhos realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária da Minas Gerais (EPAMIG) fizeram da Mantiqueira pioneira na extração de azeites extravirgens no Brasil. Atualmente são cerca de 160 olivicultores e 40 marcas próprias, que se destacam no circuito gastronômico ao oferecer um produto de excelente qualidade caracterizado pelo frescor e por sabores mais suaves e frutados, de amargo e picância distintos aos de outras regiões produtoras.
Pesquisa: há 11 anos, Maria da Fé lançava seu primeiro azeite. Foto: Divulgação
Passados 11 anos desde a extração do primeiro azeite, realizada no Campo Experimental da EPAMIG, no município de Maria da Fé, pesquisadores e olivicultores investem na qualidade do produto, por meio de técnicas de cultivo, tratos culturais, extração e apresentação do produto ao público. “Nosso objetivo é ofertar aos consumidores produtos de boa qualidade. Não temos condições ou intenção de competir em termos quantitativos, com os grandes polos”, explica o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira.
A olivicultura tem atraído também o interesse de turistas que querem conhecer os olivais e o processo produtivo. Para atender a esse público alguns produtores têm investido em lagares próprios(espaço destinado à extração de azeite) e circuitos para visita guiadas. Em Maria da Fé (MG), o olivicultor Armando Gonçalves, proprietário da marca Fio de Ouro, está construindo uma agroindústria para extração de azeite e uma estrutura para receber os visitantes. Recentemente, adquiriu uma máquina para a extração de azeite capaz de processar 1.500 kg por hora, produzida sob demanda por uma empresa nacional, sediada em Santa Catarina. O espaço deve ser aberto ao público já na próxima safra, com início previsto para fevereiro de 2020.
Na Fazenda Irarema em Poços de Caldas (MG), Moacir Carvalho Dias e a família dividem-se entre as atividades agrícolas, dentre elas a olivicultura, e a administração de um restaurante, uma cafeteria e as visitações à propriedade que foi fundada em 1870. Em 2019, o blend das cultivares Koroneiki, Arbequina, Arbosana e Grapollo da marca recebeu a Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Azeite, realizado em Nova Iorque. “Plantávamos apenas café. Depois de experimentarmos um azeite aqui da região, ficamos impressionados com a qualidade e começamos com a olivicultura”, conta Moacir.
Vinhos finos: a nova vocação da Mantiqueira, produto da dupla poda
UVA E VINHO
O enoturismo também tem se destacado na Mantiqueira, a experiência já é oferecida por vinícolas de municípios mineiros, paulistas e fluminenses, que utilizam a tecnologia de inversão do ciclo da videira, desenvolvida pela EPAMIG, para a produção de vinhos finos. Em Andradas (MG), a vinícola Casa Geraldo possibilita aos turistas conhecer a estrutura da propriedade, experimentar os vinhos e cursos de degustação.
A técnica da dupla poda, desenvolvida e aplicada pela Epamig, faz com que as uvas destinadas à produção de vinhos sejam colhidas no período seco de inverno, quando apresentam mais aroma e concentração de cor. A produção têm conquistado o circuito gastronômico e garantido prêmios em concursos nacionais e internacionais.
Entre as uvas que se adaptaram bem à região estão a Chardonnay e Viognier, entre as brancas e Syrah, entre as tintas. Espumantes produzidos, por meio de técnica similar à francesa “champenoise”, por vinícolas encubadas e orientadas pela EPAMIG têm se destacado em concursos qualidade. Casa Verrone, Bramansole, Guaspari, Maria Maria, Luis Porto são algumas vinícolas que já despontam nesse cenário, oferecendo estrutura para receber visitantes.
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