Ricardo Oliveira brinca de jogar bola

Entrega. Ricardo Oliveira fala em entrega. E as palavras do melhor centroavante do Brasil hoje – o que é incrível pelos seus mais de 30 anos – soam como música dos Stones para quem gosta de rock como eu.

Ele fez dois gols no clássico contra o Timão como se estivesse brincando de jogar bola. No primeiro, pegando um rebote do goleiro Cassio, no melhor estilo oportunista. Clássico. No segundo gol, Paulinho roubou a bola de Alan Mineiro no meio campo e passou para Ricardo Oliveira que driblou o menino Yago e na saída de Cassio tocou com grande categoria e a calma de quem sabe. Um 2 a 0 que poderia ser mais. Porque o Corinthians estava sem seis titulares poupados para a Libertadores do meio de semana. E por que Lucas Lima, um dos donos do jogo – o outro foi Ricardo – sobrou, jogou tanto que em alguns momentos acabou sendo mais para o torcedor que para o Santos.

Mas o que eu queria mesmo falar era sobre essa mania dos treinadores brasileiros de poupar o time para um torneio “maior”. O Corinthians está jogando pouco faz tempo, mas vence por que transpira mais, se prepara fisicamente mais e obedece mais ao seu treinador taticamente. Aí, como o treinador é Tite, funciona e o time vence e vence. Sofre, faz gols no final e vence de novo. A dúvida era quando esse time jogasse sem seus melhores jogadores e contra um time grande, e que estivesse em boa fase. Aconteceu e tomou dois.

Não é regra, mas aconteceu, e é aí que eu entro com minha mania, longe de uma teoria por que sou de simples pensamentos e palavras. Vivo o meio há 35 anos e vou pela minha intuição. E ela me diz que poupar sem uma viagem no meio entre um jogo e outro é loucura e frescura. Jogo Domingo contra o Santos e na quarta contra o Cerro Portenho, aqui no Paraguai? Medo de que? Lesão, cansaço?

Na Europa, Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo, pra falar de cima para baixo, jogam todas. Ou não? O papo é longo e as opiniões a esse respeito eu nem falo. A minha é esta, baseado no que vi e vivi, ou vivo, por que ainda não morri. Até.