O Torcedor

Torcedores de uma organizada corintiana cercaram um ônibus e cobraram garra, menos celulares nas mãos dos jogadores. Queriam um time mais técnico e mais na frente, procurando o gol e melhores jogadores. Ameaçaram os jogadores fisicamente, era evidente, e pressionaram a diretoria. E você me pergunta, como, se o Corinthians venceu tudo no ano passado, um timaço?

Era um ônibus de meninos do sub 15, garotos da base que haviam perdido na Copinha deles. Isso aconteceu? Sim, os torcedores das organizadas fizeram isso com os meninos. “Era para eles saberem o que é coríntia”, ameaçou um brutamontes.

Na briga deste final de semana entre a Guarda Municipal de Mogi das Cruzes e uma organizada do São Paulo, um velhinho de quase 80 anos passou mal com o gás que a polícia mandou pra cima dos baderneiros. Teve que ser atendido e foi embora sem ver o segundo tempo. Ele era o olheiro oficial do Chelsea. Foi embora sem cumprir sua função. Olhar, ver quem era de bola. E passar suas informações para um dos times mais ricos do planeta.

No mesmo jogo, a Polícia Militar foi chamada por um guarda municipal que estava de folga. Apenas guardas municipais faziam a segurança dos torcedores. Sim, havia torcedores no campo. Não só de organizadas. Tinha muita criança e famílias inteiras, mais de 7 mil pessoas. E as organizadas, claro. E gente do lado de fora. Pelo telefone combinaram a ação e os que estavam dentro foram pra cima da guarda civil, como se dizia antigamente. Poucos em relação aos organizados e sem preparação adequada, tomaram um coro, um sapeca e foram colocados pra fora do estádio. No pau, como mostraram as imagens da TV.

Iam abrir o portão, mas a PM chegou e o galo cantou. O pau comeu de quina, com pancadaria e bombas. A patuleia recuou, mas ninguém foi em cana. Tudo certo e tudo errado. Como, com tantas imagens, nada aconteceu?

A Federação Paulista disse que vai cobrar ingresso no próximo jogo – a Copinha é de grátis – mas isso não é punição.

Por enquanto, neste momento em que escrevo, é só isso.