Blog do Vinho

Guia para você se apaixonar de vez pelo Jerez

por Suzamara Santos
Publicado em 12 de novembro de 2019

A Semana Internacional do Jerez já passou, mas o homenageado continua sendo um mistério para você? Então, veja esse guia rápido que Marcelo Copello* , um dos mais respeitados especialistas em vinho do País, preparou com tudo o que realmente interessa para você se apaixonar de vez por esse tesouro do Sul da Espanha. Para ler, apreciar e guardar. Conta Copello:

 

O Jerez é tão cultuado quanto versátil. Este vinho espanhol, feito na região de Jerez de la Frontera, é fortificado, elaborado com adição de aguardente vínica. Suas tipologias principais vão desde um dos vinhos mais secos do planeta, os Fino e Manzanilla, passando pelos de caráter mais oxidativo, os fascinantes Amontillado, Oloroso e Palo Cortado, e chegando a um dos vinhos mais doces da galáxia, o Pedro Ximenez. Preparei para vocês um guia, o mais conciso possível, com algumas dicas para entender e melhor apreciar o Jerez.

TIPOS DE JEREZ

Os secos: Fino e Manzanilla, dois vinhos semelhantes, muda o local de produção, dentro da região do Jerez. Têm cor muito clara, cerca de 15% de álcool e são muito secos, quase salinos, leves e refrescantes. Devem ser bebidos jovens.

Os de caráter oxidativo, em ordem crescente: Amontillado, Palo Cortado e Oloroso. Têm cor amarronzada, são intensos, saborosos e mais encorpados, macios e complexos.

Os doces: Existem alguns tipos de Jerez mais doces, mas o principal é o Pedro Ximenez (também chamado de PX), de cor muito escura, textura viscosa e sabor muito doce, com aromas que geralmente lembram melaço e caldo de cana.

GARRAFA ABERTA

Umas das mais valias do Jerez é que suas garrafas resistem algum tempo depois de abertas. Quanto tempo? O vinho não é uma ciência exata, falamos de tempos aproximados, que serão maiores quanto mais cheia estiver a garrafa.

– Fino e Manzanilla – cerca de 10 dias
– Amontillado, Palo Cortado e Oloroso – cerca de 2 meses
– Pedro Xinemez – 3 meses ou mais

TEMPERATURA DE SERVIÇO

O ideal é que nenhum vinho seja bebido a mais que 20 graus. No caso dos Jerez, que são mais alcoólicos, sugiro que este máximo não passe 16 graus. Sugestões:

– Fino e Manzanilla – entre 5 e 7 graus
– Pedro Ximenez – entre 7 e 10 graus
– Amontillado, Palo Cortado e Olor, entre 12 e 14 graus


COMO COMBINAR JEREZ COM ALIMENTOS

Esse é o momento em que o Jerez brilha, quando corretamente combinado com alimentos. O Jerez vai aonde os outros vinhos não vão, pois combina-se bem com ingredientes pratos difíceis, com aspargos, raiz forte, alcachofras, picles, ovos, chocolate etc. Vejamos algumas dicas e sugestões:

Fino e Manzanilla
Estes são os mais versáteis entre os Jerez, a lista das combinações surpreendentes e sensacionais é longa. Provem, vale a pena!

– Jamon Serrano, Ibérico, presunto cru ou embutidos em geral – esta é uma combinação clássica e que, cuidado, vicia.
– Sushi e sashimi, com shoyo, wasabi e gengibre.
– Camarões, mariscos e peixes de carne branca em geral
– Mules et Frites – prato clássico belga de mexilhões com batata frita
– Queijos mais suaves e frescos, como minas (sem muita cura).
– Gazpacho, sopa fria de tomates e pepinos
– Ovo frito ou pratos com ovo em geral
– Aspargos, Azeitonas, picles.
– Frutas frescas
– Cevice
– Salada verde

 

Amontillado, Palo Cortado e Oloroso
– Carnes como frango, pato e outras aves, cordeiro e porco
– Peixes gordos como salmão, atum e bacalhau
– Curry (tente um frango ao curry com um Palo Cortado)
– Alcachofras (sugiro creme de alcachofras com Amontillado)
– Queijos curados, como Manchego, Canastra e Parmesão
– Ensopados (experimente uma Rabada com Agrião com Oloroso)
– Carnes de caça (javali assado com Amontillado)
– Defumados (salmão defumado com Palo Cortado)
– Cogumelos (tente um risoto ao funghi com Amontillado)
– Paté de fígado com Oloroso

Pedro Ximenez
– Chocolate, incluindo Fondue de Chocolate
– Queijos azuis, como gorgonzola
– Frutas em calda, em especial figos
– Doces portugueses
– Doces árabes
– Sorvetes, em especial os de nozes, avelãs e baunilha

Publicado originalmente no site: http://marcelocopello.com/post/guia-rapido-para-apreciar-o-Jerez

 

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