Muita gente ainda fica intrigada com aqueles “códigos” de siglas e números exibidos ao lado de alguns vinhos ou mesmo em selo fixado na garrafa. Pois bem, a explicação é simples. Existe no mercado uma categoria de profissionais especializada em julgar e dar notas aos vinhos. Aí, se um rótulo recebe uma pontuação alta, evidentemente, o feito será explorado como uma espécie de aval de qualidade da bebida, o que vai ser traduzido depois como mais venda, preços mais altos e mais lucros para lojas, importadores e vinícolas. E, espera-se, mais prazer ao comprador.
E não dá para falar em crítica de vinho sem tecer loas ao grande guru Robert Parker (foto acima), a quem é atribuído o mérito de ter introduzido profissionalismo e seriedade à prática de avaliar os vinhos para auxiliar o consumidor a fazer suas escolhas. Americano de Baltimore, Parker anunciou recentemente a sua aposentadoria, aos 71 anos de idade. Na real, isso não chegou a abalar o meio, porque ele já vinha pavimentando sua rota de saída há vários anos.
No comando da revista The Wine Advocate (ele é historiador e advogado), uma das mais respeitadas publicações do gênero desde seu lançamento, em 1978, Parker influenciou definitivamente a enologia mundial, com suas descrições claras e objetivas sobre qualquer vinho que merecesse a sua apreciação. Era capaz de dar nota baixa para uma joia consagrada de Bordeaux da mesma forma que elevava às alturas estrelas ascendentes do Novo Mundo.
A despeito de toda a lenda que ronda suas habilidades como degustador – sua prodigiosa memória a constar – , em 2011, Parker pegou de surpresa seus seguidores ao vender a sua revista a investidores internacionais e delegar a profissionais treinados por ele a nobre missão de avaliar os vinhos da Borgonha e Califórnia. Quatro anos depois, em 2015, foi a vez de Bordeaux perder seus mais prestigiado degustador. Na ativa ou não, Parker sempre será apontado como uma bússola para os apreciadores de vinho no mundo inteiro.
O sistema de avaliação que ele difundiu continua norteando o mercado, com esperadas variações de critério e regras, apontando os rótulos que merecem lugar nas adegas selecionadas no planeta todo. A britânica Jancis Robinson, (foto à esquerda), por exemplo, é uma das vozes mais respeitadas da enologia internacional. Como ela, o americano James Suckling (revista Wine Spectator), o britânico Tim Atkin e o português João Paulo Martins são “autoridades” de primeira grandeza na crítica de vinhos. Também são relevantes, as revistas e guias especializados que abastecem os enófilos com rankings, críticas e serviço.
Wine Enthusiast, Gambero Rosso, Wine & Spirit e Descorchados são alguns nomes que frequentam as bibliotecas dos apaixonados por vinhos. Mas, com tantos influenciadores, é importante não perder de vista que existem nos quatro cantos do planeta, milhares de rótulos que não chegam ao nariz dos críticos e merecem ser degustados. Além disso, uma pontuação alta de fulano ou ciclano diz que o vinho é bom, mas não garante que você vai gostar dele. Ainda: o vinho avaliado pode ser o mesmo rótulo que está na loja, mas não é a mesma garrafa (lembre-se que as garrafas fazem um longo percurso da vinícola à gôndola). Isso posto, veja aqui as principais siglas de avaliação de vinho que influenciam o mercado.
RP – Robert Parker
JR – Jancis Robinson
JS – James Suckling
JP – João Paulo Martins
TA – Tim Atkin
WS – Wine Spectator
WE – Wine Enthusiast
W&S – Wine Spirits
RV – Revue Des Vins de France
DEC – Decanter
GR – Gambero Rosso
DS – Descorchados
GP – Guia Peñin
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