Eu não me lembro se eu era assim na infância, mas Moises parece exagerar no gosto por brincar. Falo pra ele que vou trocar seu nome para Moises Brincalhão. Ele brinca o tempo inteiro, nem que seja com uma mão mexendo na outra.
Pode ser que eu não me recorde e que, na realidade, eu fosse igualzinha. Ou então, pode ser que seja diferente porque as oportunidades e os tempos são outros. Eu só tinha um compromisso: estudar meio período do dia. Aulas de inglês ou de esporte só eram iniciadas na adolescência. Moises, assim como muitos de sua idade, tem um número maior de cursos e atividades e, consequentemente, as horas para o lazer tornam-se ainda mais preciosas.
Toda vez que preciso interromper sua brincadeira sofro por antecipação. É um martírio porque sei o que vem em seguida: negação, reclamação, insistência, negação, reclamação, insistência… e, muito possivelmente, desobediência e castigo. Todo mundo sofre, mas, graças a Deus, o mal estar passa e todos aprendemos mais um pouquinho.
As férias chegam como um grande alívio para toda a família e não só para o estudante. A hora para dormir, acordar, comer e tomar banho torna-se flexível e sem esses imperativos a coisa muda de figura; e nós, pais, ficamos mais legais porque “falamos” menos.
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