Para Crianças

Gostoso como antigamente

por Kátia Nunes
Publicado em 15 de maio de 2012

Precisei trocar um brinquedo repetido e para completar o valor, achei, no fundo da loja, quase que esquecido na prateleira, o jogo Pega-varetas. Custava R$ 10,00, era o que eu precisava. Eu amava jogar e todas as crianças da minha rua também, mas não imaginei que fosse fazer sucesso lá em casa. Ledo engano. Moises e alguns amigos com os quais compartilhamos a brincadeira adoraram e quando falo em jogo é o primeiro que ele sugere (depois do videogame, claro).

Não sei por que um jogo tão simples, legal, que une, ensina e desafia foi deixado tanto de lado. Há alguns anos li em algum lugar, quando nem mãe eu era, que estudiosos da infância e pediatras criticavam o Pega-varetas por oferecer perigo às crianças devido às extremidades pontiagudas dos palitos. Nossos pais sabiam disso. E nós sobrevivemos. De qualquer forma, atualmente o brinquedo está à venda na versão plástica e as pontas um pouco arredondadas. Com isso, temos que esquecer a manobra de usar a parte fininha da vareta que já tínhamos capturado para levantar a outra.

Cada jogada das varetas é um suspense e a posição em que param pode trazer decepção ou a sensação de “já ganhou”. Taí um dos ótimos ensinamentos do jogo: toda vez que está fácil demais o jogador relaxa, não toma cuidado e põe tudo a perder.

Destreza com as mãos, concentração, matemática, paciência, lidar com a frustração e com a euforia ter raciocínio para encontrar o melhor caminho são outros ensinamentos preciosos do jogo. Mas tem um aprendizado que eu considero o mais importante: honestidade.

O jogador tem que ser verdadeiro e passar a vez quando alguma outra vareta mexe. É aí que “pega”. Na roda, dificilmente alguém admite que perdeu a vez e o disfarce entra em cena quando a falha é apontada. Malandragem também existe nesse jogo e deve-se aprender também a ficar longe dela.

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