Blog do Vinho

Espumante brasileiro… Porque nós merecemos

por Suzamara Santos
Publicado em 31 de outubro de 2017

CARLOS ABARZÚA É O ENÓLOGO DO ANO

Merecido o título de Enólogo do Ano 2017 para Carlos Abarzúa, um mestre na elaboração dos espumantes. Ele é bastante conhecido entre enófilos e entusiastas do vinho brasileiro, mas nunca é demais informar. Abarzúa é chileno e se transferiu para o Brasil na década de 1980 para assumir a função de enólogo da Vinícola Geisse, posto que ocupa há mais de 30 anos, ao lado do também chileno e proprietário da marca Mario Geisse. O prêmio é uma iniciativa da Associação Brasileira de Enologia (ABE), que desde 2004 homenageia profissionais que se destacam no meio.

Abarzúa é o 14º profissional a receber a distinção.  A escolha foi feita por 98 enólogos entre 40 indicados. A carreira de Abarzúa é extensa. Formou-se pelo Inacap de Santiago do Chile, participou de mais de 20 congressos mundo afora, tem especialização na Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França e Portugal. É degustador em concursos internacionais no mundo inteiro, tendo participado de eventos no Brasil, Bulgária, Espanha, Eslovênia, Estados Unidos, Itália e Panamá. Mas, mais importante do que ficar listando seu bem-sucedido currículo, é experimentar qualquer rótulo da grife Geisse, o espumante de quem gosta de espumante.

 

CHUVA DE OURO NO CONCURSO DE ESPUMANTES

O 10º Concurso do Espumante Brasileiro, realizado recentemente em Garibaldi (RS), foi uma chuva de ouro. Foram 97 espumantes premiados. Sabe quantos ganharam Medalha de Ouro? 97, ou seja 100% dos vinhos. As degustações foram às cegas, seguindo métodos internacionais. Mas, atenção, isso não quer dizer que todos os espumantes receberam pontuação 100. O critério é o seguinte: vinhos pontuados acima de 88 pontos são ouro. Aqui vai um recado: esses concursos e premiações devem ser celebrados, claro, mas com parcimônia. É mais sensato comemorar as vitórias dentro de cada contexto. Uma medalha no evento X não quer dizer que o vinho é destaque mundial, e sim, que é destaque no evento X, combinado?

Em breve volto a esse assunto. Isso posto, esse concurso é mais uma ação da Associação Brasileira de Enologia (ABE) para incentivar, promover e reconhecer a produção de vinhos espumantes brasileiros, modalidade em que somos craques. A edição deste ano é a maior já realizada, com a participação de 80 vinícolas e 308 amostras, das foram classificadas 30% em cada categoria. Assim, esses 30% obtiveram pontuações correspondentes à Medalha de Ouro, de 88 a 91 pontos. A avaliação foi feita por 53 profissionais entre enólogos, sommeliers e jornalistas especializados, nos dias 18 e 19 de outubro.

 

COURMAYEUR, PARA QUEM BUSCA DE CUSTO-BENEFÍCIO

A degustação de espumantes, na tarde de sábado, no Empório D’Elisa, teve dois rótulos da Vinícola Courmayeur, que eu ainda não tinha provado: Tévere Brut e o Coumayeur Rosé. Fica a dica para quem procura custo-benefício: o primeiro custa menos de R$ 30 e o segundo, menos de R$ 50. São vinhos honestos, fáceis de tomar, daqueles que cabem em qualquer ocasião, seja uma tarde na piscina, seja num encontro com amigos e até num jantar mais formal.

A vinícola foi fundada em 1976, em Garibaldi, RS, cidade que cada vez mais vem se consolidando como “terra da perlage”, e desde 1990, estimulada pelas particularidades de clima e solo da região, tem seu foco voltado para a elaboração de espumantes. Comandada pelo sommelier Leonardo Pavesi (Cave Pavesi e Gallo Nero Restaurante), a degustação era parte do evento em comemoração ao Outubro Rosa, com renda revertida ao Grupo Rosa e Amor, de Valinhos.  

 

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