Estamos no mês da esbórnia e o remédio mais confiável para fugir da ressaca (moral e etílica) do dia seguinte é beber certo ou não beber. Como a segunda alternativa é tão procedente quanto a teoria da terra plana, resta-nos apostar na bebericagem consciente. Isso começa com a regra básica de não misturar bebidas diferentes, tipo fermentado com destilado, cerveja com uísque, vinho com vodca… Quanto mais sortida a oferta, maior a chance experimentar o efeito de ter uma sonda prospectando a sua terceira visão de dentro pra fora do cérebro.
Outra ameaça ao fim de ano é o famoso estômago vazio. Um convite para um day after nas profundezas, com direito a amnésia e vexame para além da toalete. Antes que o seu fígado entre em combustão espontânea, vá se abastecendo de frutas, algum carboidrato, petisquinhos variados, água, depois água, água de novo e água. Manter-se hidratado é meio caminho para acordar vivo na manhã seguinte. Eu disse “meio caminho”, pois sempre há o imponderável.
Por exemplo, o seu amigo sobrevive a volumes oceânicos de álcool enquanto você praticamente morre com os efeitos de um conta-gotas. Prezado, as pessoas são diferentes entre si e, na roleta da resistência etílica, você pode ter tirado a sorte pequena. Outra recomendação útil (de nada!) é fugir das bebidas de má qualidade. Não precisa virar o ano no vermelho para se cercar de garrafas de boa procedência. Em plena temporada de ofertas, quase todas as lojas bacanas oferecem produtos bacanas a preços bacanas. É só procurar.
Já disse neste blog que festa de fim de ano não é jantar harmonizado, portanto, ninguém precisa perder o sono com as bebidas que vai servir. Isso não quer dizer que qualquer coisa está valendo. Não, senhor! Duvide das pechinchas generosas demais, verifique se o rótulo traz informações satisfatórias sobre bebida e, por favor, interprete corretamente o que está escrito. Por exemplo, filtrado não é espumante. Filtrado é uma bebida feita de maçã e gaseificada artificialmente. Espumante é feito com uvas viníferas e as borbulhas são parte do processo de fermentação da fruta.
Mais: vinho suave não é vinho doce ou de sobremesa. É vinho adoçado com açúcar de cana, enquanto que no vinho doce ou de sobremesa a doçura vem da própria uva. Ainda: vinho de mesa e vinho fino são universos diferentes no Brasil. O vinho de mesa, geralmente, é feito com uvas não viníferas americanas, a exemplo da Bordô, Niágara, Concord, Isabel. Já o vinho fino, é elaborado com uvas viníferas europeias, como as cabernets, as moscateis, sauvignons, pinots e por aí vai.
E atenção com os vinhos brancos. Por serem provenientes de uvas brancas, que são mais perecíveis, alguns produtores “capricham” no uso de conservantes (sulfitos) e o resultado disso você saberá assim que abrir os olhos no outro dia – se você for alérgico a essas substâncias, então, mantenha o disk ambulância à mão, pois os vinhos isentos de sulfitos são raros no mercado. Alertas dados, segue aqui uma seleção de rótulos para Natal e Réveillon, que chegaram ao meu e-mail nos últimos dias.
Ilustração no alto: reprodução de obra de Kathy Womack, artista americana conhecida por pintar mulheres em situações festivas e descontraídas
Além Mar: corte de Cabernet Franc, Merlot e Malbec cultivadas a 1.300 metros de altitude, em Água Doce, Santa Catarina. É assinado pelo premiado enólogo português Antônio Saramago, em parceria com a vinícola Villagio Grando. R$ 70, no site www.villaggiogrando.com.br
Marilla: vinho de sobremesa da vinícola catarinense Villagio Grando. É elaborado com as uvas Petit e Gros Manseng, de produção limitada em 1,2 kg por planta, o que garante concentração de sabor e aromas. R$ 250 no site www.villaggiogrando.com.br
Casa Valduga 130 Brut, Garrafa Magnum de 1,5 l: o emblemático espumante da Casa Valduga em uma versão perfeita para a sua ceia de Natal em família. R$ 199,90, na Adega Abadesco, r. José Bonifácio, 2120, f. (19) 3327-2370
Assobio Esporão: é o único vinho da vinícola Esporão produzido no Douro, Portugal. Junto a um dos limites da propriedade dos Murças, as encostas íngremes formam um vale onde se ouve o vento assobiar, o que explica o nome. R$ 84,50, na Adega Abadesco, r. José Bonifácio, 2120, f. (19) 3327-2370
Pé Rose: depois do Pé Tinto e do Pé Branco, acaba de chegar o Pé Rose, um vinho leve e fresco para acompanhar as ceias. R$ 35,20, na Adega Abadesco, r. José Bonifácio, 2120, f. (19) 3327-2370
Cerro Bercial Rosado 2015: rosé espanhol da região de Utiel-Requena, próxima a Valencia, agradável para acompanhar os aperitivos. Bom exemplo da redescoberta da casta Bobal, com seu aroma frutado e floral. R$ 84, no site www.loja.vindame.com.br.
Pinot Noir Verrenberg Spätburgunder 2012: da vinícola Fürst Hohenlohe-Oehringen, possui um aroma delicado frutado de framboesa e amora. R$ 139, no site www.loja.vindame.com.br
Baron K Riesling Kabinett 2013: vinho alemão de cor amarela palha com reflexos esverdeados, sabor levemente adocicado e elevada acidez. R$ 109, no site www.loja.vindame.com.br
Soave Classico Otto 2014: vinho branco da casta Garganega, de cor amarelo-palha. Aroma floral, de frutas tropicais, mel, menta, mineral e levedura. Bastante fresco na boca ideal para degustar com peixes. R$ 150, no site www.loja.vindame.com.br
VIC Espumante: vinho da linha #moments, da Bueno Wines, vinícola de Galvão Bueno. Refrescante e descontraído, ideal para o verão e as festas de fim de ano. Brut branco com intensa vivacidade aromática, elaborado pelo método Charmat com as castas Sauvignon Blanc e Pinot Noir, R$ 46, no site: www.buenowines.com.br
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