Dérbi: frustrações antigas, otimismo renovado

No último domingo (22/04/2012) estive no estádio do Pacaembú em meio ao pequeno grupo de torcedores pontepretanos presentes para assistir ao confronto Corinthians e Ponte Preta, que garantiu a vaga na semi-final para a nossa Nega Véia, vencedora do jogo por 3×2. Às vésperas de um Dérbi, que vai garantir a presença campineira na grande final do Campeonato Paulista, me recordo da última vez que assisti a um jogo da Ponte no Pacaembú. Um Dérbi, em 1979, pelo terceiro turno do Paulistão, em que o Guarani venceu a Ponte por 2 a 1 com gols de Capitão e Zenon, de pênalti. Um jogo triste para mim e todos os outros torcedores, que retornaram a Campinas nas caravanas de cabeça baixa. Este jogo bateu o recorde de público em Dérbi com quase 39 mil torcedores, a grande maioria bugrina.

Outra lembrança triste foi no mesmo ano, em 78, agora pelo Campeonato Brasileiro, quando o Guarani novamente bateu a Ponte por 2 a 1 com dois gols de Careca, que estava começando a carreira, e o atacante Lucio marcou pela Ponte. Lembro como se fosse hoje a furada de Marco Aurélio que deixou a bola sobrar limpinha para Careca marcar. Época de Dicá na Macaca. É importante registrar que nesta época três jogadores da Ponte estavam na seleção brasileira da Copa de 78: o goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi. Eles foram substituídos por Rafael, Juninho e Nenê. Por isso, o Guarani entrou em campo com grande vantagem e venceu o jogo. Bom, mas vamos falar também sobre coisas boas da Ponte Preta. Quem não se lembra quando a Ponte venceu o Guarani e conquistou o primeiro turno do Campeonato Paulista de 1981? 3 a 2 para a Macaca. No segundo gol da Ponte teve aquela falha incrível do goleiro Birigui, que rebateu a bola na linha de fundo do lado direito deixando a sobra e um gol vazio para Serginho chutar.

Enfim, a chegada de um Dérbi sempre nos traz muitas lembranças de uma época de ouro do futebol campineiro, nem sempre com boas lembranças para nós pontepretanos. Quem bate esquece, mas quem apanha não esquece jamais! Hoje muitas coisas mudaram, o dinheiro e a importância que o futebol alcançou, não existiam essas cotas reduzidas para a torcida visitante (a torcida da Ponte ocupava as duas cabeceiras do Brinco), era uma época muito mais romântica. Mas, assim como estes jogos do passado, a partida do próximo domingo também vai entrar para a história. Um encontro de times com poucos recursos, que venceram equipes milionárias (Corinthians e Palmeiras) e meu sentimento é muito diferente daquela época.

Será um grande jogo, muito disputado e desta vez acredito que o resultado será favorável para a Macaca. E que esta semi-final seja o início da volta por cima do tradicional futebol de Campinas.