Eu Por Aí

Cruze o Tejo e descubra Almada, onde natureza e história se fundem

por Eduardo Gregori
Publicado em 3 de agosto de 2024

Visitar Lisboa sem conhecer lugares históricos como O Elevador de Santa Justa, A Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, ou ainda saborear um pastel de nata na icônica Pastéis de Belém, assistir a um show de Fado em Alfama ou no Bairro Alto e, para além disso, degustar um bom vinho ou o tradicional licor de ginja, é como aquele ditado que diz que não conhecer o melhor de uma cidade é como ir a Roma e não ver o Papa.

E se tantas atrações na capital lusitana são um convite quase que irresistível para permanecer no lado norte da margem do Tejo, o horizonte aberto, voltado para o rio e para o mar inspiram a ir além, para ver, por exemplo, o que há a seguir da emblemática Ponte 25 de Abril ou do gigantesco monumento do Cristo Rei que insiste em dominar a paisagem lisboeta mesmo do outro lado da margem. E quem arrisca atravessar o rio vai ter não apenas uma, mas muitas e boas surpresas. Desde a melhor vista de Lisboa a partir do Santuário do Cristo Rei, às praias da badalada Costa de Caparica, até passeios por lugares históricos onde é possível visitar ruínas de instalações militares que outrora protegiam Lisboa.

Vista aérea da imagem do Cristo Rei: monumento domina o horizonte na zona ribeirinha de Lisboa

Talvez a primeira pergunta para quem está lendo este texto seja: “Como é que eu atravesso o rio e chego do outro lado?” O outro lado, na verdade, é o Concelho de Almada, que no Brasil é o equivalente a uma cidade.

Cruzando o Tejo 

Lisboa e Almada estão muito conectadas e para transitar entre as duas cidades há o serviço de barcos, que começa nas primeiras horas do dia e termina já quase às 2h da manhã; há também uma boa oferta de linhas de ônibus que saem de distintas partes da região central da capital e até mesmo próximo da Torre de Belém e que cruzam a ponte de norte para sul e vice-versa, desde cedo até a madrugada e, por fim, há o comboio, como é chamado o trem em português luso e que cruza a ponte em ambos sentidos também desde cedo até a madrugada. Chegar a Almada de táxi ou de transporte por aplicativos também é uma boa opção: uma corrida, por exemplo, do Centro de Lisboa até o Cristo Rei, sai, em média, 10 euros. (No fim do post veja os links para os serviços de transportes públicos).

A melhor vista de Lisboa

Vista da Ponte 25 de Abril e Lisboa ao fundo, a partir do mirante do Cristo Rei

Se a melhor vista do Rio de Janeiro está em Niterói, o mesmo acontece em Lisboa, onde a melhor vista da cidade fica mesmo em Almada, especificamente no Santuário do Cristo Rei. Situado em uma posição estratégica, a 133 metros acima do nível do Tejo, o santuário é, antes de tudo, um lugar de contemplação e oração. Um grande mirante voltado para a Ponte 25 de Abril e para Lisboa dão a dimensão da beleza que a capital de Portugal é dona. Vale lembrar que o acesso ao mirante é gratuito, sendo cobrado apenas a ida ao alto do pórtico, mesmo aos pés da Estátua do Cristo Rei. O valor do ingresso é de 6 euros. Uma dica é visitar o local próximo da hora do pôr do sol, o que deixa a vista ainda mais deslumbrante e pintada de tons dourados. 

Santuário do Cristo Rei

É bom lembrar também que o lugar é um santuário e conta com uma uma pequena capela dedicada aos confidentes do Sagrado Coração de Jesus, onde ficam relíquias desses  confidentes: de São João Eudes, de Santa Margarida Maria Alacoque, de Santa Faustina Kowalska e da Beata Maria do Divino Coração Droste zu Vischering. Além de uma oportunidade de apreciar a beleza da capela, não deixa de ser também um refúgio de oração e reflexão para católicos.

Outra dica de quem vai ao Cristo é fazer o percurso para Cacilhas a pé. Cacilhas é o bairro, ou a freguesia, de onde partem e chegam os barcos de e para Lisboa.

Pelo caminho abaixo um passeio agradável, que pode levar até a base da ponte e também passar pelas ruínas da Quinta da Arealva, uma antiga propriedade produtora de vinhos que fica bem na beira do Tejo. Com a fragilidade das ruínas recomenda-se cuidado ao subir ou descer escadas e ter atenção por onde se pisa, mas o passeio vai render boas fotos e ainda outras perspectivas da Ponte 25 de Abril de Lisboa ao longe. 

Caminho aos pés do Cristo que vai até Cacilhas

Antes mesmo de chegar a Cacilhas este passeio pode incluir um pôr do sol de tirar o fôlego no gramado do Jardim do Rio, onde muitos locais e turistas costumam fazer piquenique, principalmente no verão. E quem quiser esticar a visita para comer e bebericar, mais adiante e bem junto ao rio ficam dois conhecidos restaurantes: o Ponto Final e o Atira-te ao Rio. Se quiser voltar para Lisboa deste ponto, há um serviço de táxi-barco que leva para alguns lugares em Lisboa, o mais central fica no Cais do Sodré. 

Barco cruzando o Tejo de Lisboa a Cacilhas

No Jardim do Rio fica também o Elevador Boca do Vento, que faz a ligação entre as partes baixa e alta da cidade. Se preferir subir, há lugares interessantes para ver, como Almada Velha, como diz o nome, a parte histórica da cidade, com seus restaurantes típicos, bares, pastelarias, tascas, cafés entre ruas estreitas e charmosas. Antes de chegar lá, outra oportunidade para ver o horizonte fica mesmo no mirante do  Elevador Boca do Vento de onde é possível observar a ponte, Lisboa, Cacilhas, os barcos cruzando o Tejo e mais ao longe outra ponte icônica, a Vasco da Gama.

Barco que faz ligação entre Almada e Lisboa aguarda passageiros no terminal fluvial de Cacilhas

E quem gostou e quer aproveitar um pouco mais, pode visitar a Casa da Cerca, um antigo palacete que foi transformado em museu de arte moderna e que conta com um lindo jardim e ainda uma pastelaria com mesas ao ar livre de frente para o rio. Uma ótima opção para ficar no ócio apreciando a vista de Lisboa e saboreando doces como o pastel de feijão ou um pastel de nata, salgados como empadas, risoles, entre outros, acompanhados de um cafezinho ou até mesmo de um vinho. 

Onde fica:
Rua da Cerca, 2
Visitas
Terça a Domingo, das 10h às 17h30

Se os planos incluem um jantar mais requintado, uma opção é o restaurante Amarra Ò Tejo, com uma vista para Lisboa e para a Ponte 25 de Abril que fica ainda mais bela à noite.

História viva

Quem viaja também para conhecer parte da história do destino que está visitando, vai encontrar em Almada muitos lugares que são como uma janela para o passado de Portugal. Uma das mais recentes descobertas é o sítio arqueológico da antiga Fábrica Romana de Salga de Peixe, que existiu no tempo em que Lisboa era chamada de Olisipo e pertencia ao Império Romano. Mesmo pertinho do terminal de barcos de Cacilhas é possível ver parte do local onde a salga do peixe aconteceu do século I ao III d.C. Ali, há mais de dois mil anos, salgava-se peixe como forma de conservação e faziam-se preparados como pastas e molhos derivados dos excedentes do peixe, muito apreciados na gastronomia do Império Romano, como o garum–uma mistura altamente nutritiva, feita a partir da maceração em sal das entranhas de peixe.

Passeando Por Cacilhas

Navegar e aprender é preciso

Cacilhas é a guardiã de outras muitas joias portuguesas. A apenas alguns passos do sítio arqueológico da antiga Fábrica Romana de Salga de Peixe estão o Submarino Barracuda e a Fragata D. Fernando II e Glória. Recentemente aberto ao público como museu, O NRP Submarino Barracuda começou a sua jornada pelos mares em 1968 e durante 42 anos desempenhou diversas missões nacionais e internacionais e sua última viagem foi realizada em 2010. Trata-se do mais antigo submarino de todas as marinhas de guerra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Visitas:
Terça a Domingo: 10h00 – 18h00.
Fechado às segundas-feiras

Farol de Cacilhas, uma das atrações históricas da freguesia junto ao Tejo

Ao lado do Barracuda, a imponente e belíssima Fragata D. Fernando II e Glória é guardiã de parte da história marítima portuguesa. Restaurada tal como era na década de 1850, navegou, durante 33 anos, entre Portugal e os territórios portugueses da Índia, o equivalente a mais de 100 mil milhas náuticas, correspondentes a cinco voltas ao Mundo. Está aberta ao público durante todo o ano.

Visitas:
Terça a domingo das 10h00 às 17h00
Fechado às segundas-feiras
Preços:
Fragata + submarino
Adulto:  13-64 anos  7 €
Criança:| 4-12 anos  3,5 €

O Havaí é aqui

Paraíso de surfistas, de praticantes de kitesurfe, vila de pescadores e lugar preferido de milhares de banhistas que se espalham por um areal que, de tão extenso, se confunde com o horizonte.

Este lugar bem poderia ser o Havaí, mas está a apenas 16 Kms de Lisboa e chama-se Costa de Caparica e é uma das freguesias de Almada. Sua história é muito conectada com a própria história de Portugal, de gente voltada para o mar, com seus barcos e que todos os dias se lança nas ondas para pescar. 

A Costa mantém sua tradição e vocação da pesca e oferece um espetáculo diário quando os pescadores retornam do mar no fim da tarde e o céu em torno deles é tomado por gaivotas em busca de alimento. Para além deste momento de interação entre homem e natureza, é preciso destacar a importância destes trabalhadores que ali vivem e que cuja atividade é que vai colocar nas mesas das famílias e dos restaurantes – dos mais simples ao mais sofisticados da Grande Lisboa – a fina estampa da diversidade de peixes e frutos do mar que habita esta região fronteiriça entre o mar e o Tejo.

Pôr do sol na Costa de Caparica

A Costa não é apenas praia, é lugar para quem gosta de sair para dançar ou assistir a um show. Durante todo ano, mas mais focado entre a primavera e verão, há festas promovidas por bares na beira da praia com DJs de todas as partes do mundo e entre julho e agosto acontecem o Sumol Summer Fest e Sol da Caparica, festivais de música que reúnem diversos gêneros musicais, desde a tradicional música portuguesa, pop, rock, além de artistas brasileiros, africanos e até funk. 

Quem procura algo mais tranquilo para um fim de tarde pode ir ver o esplendoroso pôr do sol sentado confortavelmente em um dos cafés ou restaurantes. Se for a um café pode desfrutar de salgados e comidinhas deliciosas, como a tradicional empada de galinha ou croquetes e se a fome for um bocadinho maior, uma tosta mista, recheada de queijo e presunto e muito, mas muito bem servida. 

E quem aprecia peixes vai encontrar nos restaurantes da Costa cardápios recheados de opções, desde as sardinhas, o robalo, ou o tradicional bacalhau (preparado de diversas maneiras), e frutos do mar muito apreciados pelos portugueses como a saborosa amêijoa, chamada no Brasil como marisco-pedra e o mais famoso de todos, o choco, molusco meio parente da lula e do polvo. 

Praias mais tranquilas da Costa 

Se o turista quer mesmo é aproveitar o dia na areia, então a Costa de Caparica é mesmo um paraíso, com praias para todos os gostos, desde as badaladas Praia do Norte até a Praia Nova, que contam com grande infraestrutura de bares, restaurantes, cafés e quiosques, até outras movimentadas como a Nova Praia até a Praia da Nova Vaga, que contam com uma oferta menor de estrutura, apenas com bares e restaurantes pé na areia e com serviço de aluguel de espreguiçadeira e guarda-sol.|

Para quem gosta de praias mais selvagens e naturistas, a Praia da Bela Vista e da Adiça não têm infraestrutura de apoio, mas em contrapartida estão livres de multidões e do barulho. Ali, o barulho é mesmo o das ondas quebrando na praia. Se bater a fome e a vontade de bebericar à beira-mar, a praia da Fonte da Telha é a melhor opção. Sempre lotada desde as manhãs até a noite, conta com muitos bares e restaurantes, além de serviço de aluguel de guarda-sol e espreguiçadeiras. 

Calçadão da Costa de Caparica

 

Entre a mata, o sagrado e o patrimônio histórico

Na Costa de Caparica, natureza e história estão ainda mais ligadas. Um dos expoentes desta fusão tem um nome que pode suscitar, a princípio, uma certa curiosidade e apreensão: a Mata dos Medos.

Não, não é um lugar assombrado e muito menos perigoso. Medos são chamadas as dunas que cobrem o solo da gigantesca falésia que domina toda a Costa e que, do seu topo, tem uma vista que vai desde o Cabo Espichel, em Sesimbra, e que é o segundo ponto mais ocidental de Portugal continental e da Europa continental, até a Serra de Sintra, na margem norte do Tejo.

Medos 

Vista aérea da Mata dos Medos no topo da Arriba Fóssil da Costa de Caparica

A mata dos Medos é obra do rei D. João V (1706-1750), que mandou semear o topo da falésia, cujo nome oficial é Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, com o objetivo de proteger a área agrícola interior da progressiva invasão das dunas. É um ecossistema espalhado por 340 hectares onde predominam árvores como a sabina-da-praia e a aroeira. Pinhais de pinheiro-manso e matos mediterrâneos são outras das espécies existentes, num rol de biodiversidade que conferiu à mata a classificação de Reserva Botânica em 1971.

Durante a pandemia a Mata dos Medos ganhou passadiços que percorrem boa parte da reserva e se ramificam em várias direções, o que torna o lugar um exemplo de turismo sustentável, uma vez que o solo mantém-se preservado do vai-e-vem de visitantes. Além de contemplar a belíssima vista oferecida por seus três mirantes e a diversidade de sua fauna, com sorte é possível avistar também águias-de-asa-redonda ou corujas-do-mato. Quem gosta de caminhadas, de correr e andar de bicicleta vai encontrar um estímulo a mais da fauna, flora e de toda beleza natural que habita o lugar. Quem quer apenas apreciar, pode, se quiser, levar comidinhas e sentar-se em alguma das mesas em áreas próprias para alimentação.

Passeio pela Mata dos Medos

O visitante poderá ainda visitar o Centro de Interpretação da Mata dos Medos, que atua como suporte de divulgação, sensibilização e conservação da natureza e biodiversidade da Reserva Botânica. O centro desenvolve atividades de educação ambiental, através de visitas guiadas, exposições e workshops.

Quem visita a Mata dos Medos deve levar água e algum alimento, uma vez que não há qualquer infraestrutura de apoio como bares ou restaurantes. E esta é mesmo a proposta do lugar, que tem a natureza e a tranquilidade como principal atração. E se o visitante esqueceu-se de levar algo para beber ou consumir, perto da mata há supermercados e outros locais para comprar.

Onde fica:
A Mata dos Medos fica na Estrada Florestal da Fonte da Telha
Entrada gratuita

Sacro

Vista da Costa de Caparica a partir do Miradouro do Convento dos Capuchos

Pertinho da Costa de Caparica, um lugar que não pode ficar de fora de uma visita é o Convento dos Capuchos. Erguido em 1558, a edificação foi o convento da Ordem de São Francisco. Foi completamente restaurado em meados do século XX pela Câmara Municipal de Almada e mais tarde foi convertido em um centro cultural vocacionado à música erudita e às artes plásticas. É palco anualmente de exposições e concertos. Além da bela edificação, o passeio deve incluir os jardins e o mirante, que oferece também uma belíssima vista desde Sesimbra, Costa de Caparica até à Serra de Sintra.

Convento dos Capuchos

Onde fica:
Rua Lourenço Pires de Távora, Caparica
Horário de funcionamento:
Terça-feira a sábado: 10h às 13h e 14h às 18h
Fecha: domingos, segundas e feriados

Bélico

Depois de passeios em belas praias, ver Lisboa do alto, apreciar prédios históricos, além de comer e beber bem, Almada reserva ainda um passeio em que a história da defesa portuguesa é o principal destaque. A Trafaria, outra freguesia de Almada, abriga relíquias bélicas que outrora serviram como defesa  de Lisboa contra ataques vindos do mar em direção ao Tejo. Construída entre os séculos XIX e XX sobre o Monte da Raposeira, a 5ª Bateria da Raposeira é parte do complexo da Frente Marítima de Defesa de Lisboa, ativo até os anos 1980.

Atualmente o local está abandonado, mas as instalações rendem uma visita surpreendente. Ali ainda é possível ver parte das construções militares e três peças de artilharia. Uma dica é explorar o local até a borda do monte, de onde há uma linda vista da praia da Cova do Vapor, da própria Trafaria e de Porto Brandão, até pontos turísticos icônicos de Lisboa, como a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos. 

Mais acima fica o Forte de Alpena, outra parte do complexo defensivo, de frente para a Costa de Caparica e que dá mais uma oportunidade de contemplar a imensidão da beleza natural que esta parte de Almada oferece ao seu visitante. Ali estão ruínas de construções subterrâneas, trincheiras, postos de guarda e um paiol desativado.  Dados históricos informam que os soldados que trabalhavam neste complexo ficavam alojados  no quartel da Trafaria, inaugurado em 1905 pelo rei D. Carlos I.

5ª Bateria da Raposeira

Visitar o Monte da Raposeira não é uma tarefa difícil para quem está em Lisboa. Há um serviço regular de barco que liga Belém a Porto Brandão e a Trafaria. Consulte os horários no site que está no final deste texto. Antes de ir embora ou mesmo à chegada de barco na Trafaria, vale destacar os restaurantes junto à orla do Tejo, especializados em peixes e frutos do mar, mas também com outras opções. São normalmente locais bem típicos e pitorescos onde se come bem.

Almada tem outros muitos lugares e atividades incríveis para conhecer. Se estiver pensando em viajar para Lisboa, tente colocar mais dias para explorar este recanto natural que domina a cidade. Se desejar ficar em Almada, a cidade conta com diversas opções de hospedagem que vão desde hotéis, pousadas, hostéis e alojamento local.

Serviço:
Ligação fluvial entre Lisboa (Cais do Sodré) e Almada (Cacilhas) e entre Belém e Porto Brandão/Trafaria: ttsl.pt

Linhas de ônibuscarrismetropolitana.ptcarris.pt

Trem/Comboio entre Lisboa e Almada: fertagus.pt

Cristo Rei:Horários e como chegar: cristorei.pt

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