Acordei com um desejo insano de ir ao cinema! Acho que foi uma crise de abstinência. Eu estava longe deste hábito, fazia meses. Mergulhar nas emoções da telona em uma sala escura, algo bem “A Rosa Púrpura do Cairo”. Desde que os cinemas do centro como Cine Paradiso ou próximos como o Cine Jaraguá fecharam, cada vez mais perco filmes devido a ojeriza em me locomover até um Shopping Center e me digladiar com um centro de vícios de consumo. Prefiro filmes que oferecem arte a entretenimento. Hoje em Campinas os melhores do gênero estão no Cine Topázio do Parque Prado, não é propaganda. Enfim, neste dia nada estava me atraindo e optei por ver algo bem leve como uma comedinha romântica “Amor & Outras Drogas”. Todas as sinopses que achei vendiam uma história bem previsível que compara o vicio do amor as drogas.
Me surpreendi absurdamente, Jake Gyllenhaal faz o filho fracassado de uma família bem sucedida, “um galinha” assumido que acaba entrando no mercado de um grande Laboratório farmacêutico e revelando ao público um nicho desconhecido para a maioria, a vida dos representantes de laboratório. Eu já tive alguém na família e me surpreendi ao ver este mundo retratado nas telas com doses de realidade. Nesse quesito o filme já havia me ganho, depois a mocinha Anne Hathaway (o casal infeliz de “Brockeback Mountain”) não é entregue de bandeja logo de inicio, e não aparece da maneira que uma mocinha deveria aparecer, está rebelde e num visual um tanto “dirty”. Anne mostra a que veio, depois de filmes de princesas e mocinhas. Se não bastasse estas surpresas o filme ainda passa a revelar mais ao público sobre uma doença conhecida, mas não tão detalhada, ainda mais quanto a precocidade das vitimas.
“Amor & Outras Drogas”, título traduzido ao pé da letra e que me chamou a atenção, promete apenas falar do vicio que pode vir a ser amar alguém, como uma droga e deixar a vida mundana de lado, mas é bem mais que isso, é imprevisível. È disso que gosto, do filme que foge das bulas obvias que Hollywood oferece em overdose. Achei que iria ver uma droga de uma comédia romântica, nada contra o gênero, existem várias excelentes, mas geralmente só mudam de nome e endereço. O mais curioso é que o filme cumpre o título mostrando até o final do que um amor de verdade é capaz, e o mundo das drogas lícitas, seus bastidores e a doença.
Aproveitando a minha locomoção adentrei outra sala para ver um amigo querido da infância, o “Zé Colméia”, urso viciado em cestas de piquenique. Quando se anunciava “Zé Colméia – O Filme” eu entendia que seria o primeiro longa metragem do personagem, isso já aconteceu com Tom & Jerry, o Filme, Meninas Super Poderosas, O Filme… O choque foi ver o Zé Colmeia em meio a atores e atrizes, pessoas de carne e osso. Quando se trata de animação até acho as dublagens bem toleráveis tratando-se de desenhos que cresci ouvindo na TV, com vozes em português. Mas tive que engolir a droga sem direito a refrigerante, já que evito nas salas, este tipo de droga que é o maior lucro das salas de cinema.
Meu amigo Zé continua engraçado e simpático, achei ele um tanto mais explorador do amigo Catatau, porém eles tem volume, a pelagem tem movimento, se molham, mas fiquei decepcionado com a tal opção de colocar atores. No tal Parque Jellystone não existe o guarda chato e engraçado, colocaram um bonitinho para criar um clima romântico com Anna Faris, que está irritante. Além de o parque não ter mais nenhum animal, acho que os desenhistas estavam em greve, somente uma participação de uma tartaruga numa história bem previsível e devagar, bem pouco divertida. Prefiro o Zé chapadão, não de drogas, falo do desenho chapado, gostei de vê-lo, mas o filme, uma droguinha nada viciante. Aliás tenho certeza que emagreceram o Zé, será que foi com remédios traja preta?
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