Artista francesa retrata mulheres em momentos de intimidade, com aquele ar de “mundo da lua”
As mulheres de Francine Van Hove, artista francesa, nascida em 1942, sempre me chamaram a atenção. São jovens sonhadoras, visitadas em momentos de intimidade, em que a nudez, ora insinuada ora em parte revelada, compõe cenas quase literárias. Francine gosta de exibi-las acompanhadas de livros, gatos, xícaras, espelhos e taças de vinho. Muitos as identificam com mulheres sonhadoras, como as que conhecemos e admiramos do Renascentismo. Mas, para mim, são mulheres entediadas, blasés, que estão sempre com pensamento longe, meio deslocadas do seu ambiente – aposto que muitos brasileiros estão se sentindo assim, depois de meses de tanta intensidade emocional.
E isso é o que mais gosto na arte de Francine. Essa habilidade de flagrar o estado de espírito em que tudo ao redor parece cansar e que passar horas em branco, desapegada do resto, tomando um vinho ou um chá, chega a ser uma necessidade restauradora. É assim que eu vejo as pinturas dessa artista. Ela nasceu em Saint-Mandé e estudou Belas Artes em Paris, onde se qualificou como professora, profissão que exerceu por um curto período no Lycee de Jeunes Filles, em Estrasburgo. Seu estilo e técnica são frequentemente comparados aos pintores renascentistas italianos dos séculos 16 e 17. Sua obra inclui pinturas, desenhos e pastéis, quase sempre tendo o personagem feminino como referência.
Com um vasto histórico de exposições e menções mundo afora, Francine é uma artista de intensa produção. Selecionei aqui algumas obras que sintetizam o universo onírico e ainda assim realista da artista. Francine Van Hove inaugura neste blog o espaço para arte relacionada ao vinho. Sempre que surgir um tema legal – música, literatura, artes plásticas, cinema, fotografia etc – compartilho aqui. Aceito sugestões. Espero que curta.
As obras de Francine remetem às pinturas renascentistas: olhar distante e sonhador
Dois elementos recorrentes na obra de Francine: o vinho (champanhe) e o gato
Em torno na mesa: encontro entre amigas selado com vinho
Mulher e gato, duas inspirações: a mesma expressão entre “longe” e sonhadora da personagem
Novamente o jogo de espelhos: chá, nudez sugerida e precisão ao reproduzir detalhes
Momentos de solidão: livro como companhia e seios à mostra compõem a intimidade da jovem
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