A protagonista deste episódio é a Rebeca que nasceu em Campinas, sua família veio de outro estado com seus irmãos, mas “ela” nasceu aqui. Enquanto seu pai abria seu primeiro restaurante, e este foi um primeiro de alguns outros entre bares e lanchonetes, Rebequinha nascia!
Sua mãe nunca soube cozinhar, as reminiscências de Rebeca sempre associaram o aroma do fogão pelas mãos da avó. Mas Rebeca cresceu e seu pai tão chegado à cozinha se casou com a cozinheira de um dos restaurantes cheirando a gordura, e largou a perfumada, arrumada e pacata esposa, sua mãe.
Nossa protagonista cresceu muito rebelde em virtude disso, assim como seus cabelos indomáveis comparados aos de Gal Costa nos primórdios da carreira, muito inteligente era sempre a primeira aluna da turma e foi estudar Psicologia e nem chegar perto de fornos e fogões, apenas para comer. Além de brigar com os cabelos, brigava um pouco com a balança devido a gula.
Logo cometeu o bom clichê de se apaixonar pelo professor mais velho que ela, saboreando assim seu bom Complexo de Electra, e logo se casaram e “ela” viveu um grande amor, até o amado professor cismar que queria abandonar essa sociedade cruel e capitalista e ir viver numa sociedade alternativa, bem longe daqui, onde o prazer carnal era proibido, muito mais que de um bom bife ou um bom sexo…
Rebeca o deixou partir e seguiu seu novo rumo. Já graduada, porem curtindo a noite, os bares desde a época da faculdade, resolveu abrir o seu próprio bar, para isso precisava de um sócio e a metade do capital. Ali o prazer da noite, dos bares e da sociedade começou, e acabou quando a sociedade virou paixão, se casando com o sócio, um amor boêmio, conversas inteligentes regadas a drinques e durou até ela vender a parte dela e voltar a se dedicar totalmente a Psicologia. Pois casar e trabalhar junto com o marido não deu certo. Isso fez com que mais um casamento no decorrer de anos acontecesse e se desfizesse.
Já trabalhando em sua área, num hospital, se deixou levar por amigos e passou a frequentar eventos depois da decepção de seus dois maridos. Num evento esportivo, apesar de odiar esportes e qualquer tipo de exercício físico, conheceu um belo jornalista esportivo e acelerou seu coração pôs todas as curvas nas estradas do amor. Sim, porque ele amava cobrir corridas, e eventos automobilísticos, viajava muito a trabalho por isso e entre uma corrida e outra, Rebeca apaixonada e de pneus arreados teve seu primeiro filho.
O tempo correu ainda mais e Rebeca já não aguentava mais as brigas e numa noite de fazer as pazes para cada um seguir uma estrada distinta, nossa protagonista ficou grávida do segundo, mas a união não decolou e Rebeca ficou solteira novamente. Balançada e balanceada por mais um homem inteligente em sua vida, só que para piorar era incrivelmente sexy
Nessa época já iniciavam os primeiros sites de relacionamentos e “ela” depois de alguns anos em carreira solo se dedicando ao trabalho e aos filhos decidiu procurar um futuro novo marido.
Depois de alguns encontros e candidatos frustrantes, achou o parceiro ideal. Pois vale comentar que Rebeca gostava de se relacionar com homens inteligentes, isso que a excitava, a famosa “sapiossexualidade”! Desta vez começava a namorar um professor de Filosofia e assim iniciava mais um amor cercado de livros e filmes de famosos diretores europeus aclamados pela crítica, entre outros. Um amor intelectual, não demorou a morarem juntos e logo casarem e viverem nessa primeira casa que comprou para ser o ninho da família no Jardim das Paineiras, onde escolheu para morar com este último marido.
Depois de tantos amores, descobriu o amor pela gastronomia, aquele mesmo amor dos aromas que vinham da cozinha da avó. Hoje ainda com o coração indomável, mas os cabelos domados pela abençoada escova definitiva, que ainda não alisou suas ideias. Já que Rebeca sempre diz que adora se casar, encontrar um novo marido, apesar de sua vida independente, gosta de trocar o personagem com o qual divide sua história onde ela é sempre a principal, logicamente.
Dia desses comprou um belo vestido preto com um decote bem pronunciado, pois já pensa na viuvez do marido bem mais velho, propiciando um novo casamento… uma nova história… será brincadeira? Ou verdade?
Entre as mentes humanas tão complexas e as panelas tão repletas de aromas e sabores “ela” vive e se lembra dos primeiros aniversários onde cantaram assim no momento de soprar as velinhas: Com quem será, com quem será? Com quem será que a Rebeca vai casar? Vai depender…
Por isso que alguns amigos a chamam assim: A Liz Taylor do Jd. das Paineiras, mas dela se defende dizendo que ainda falta muito para alcançar a Liz.
(Qualquer semelhança com alguma campineira real é mera coincidência, esta crônica é uma obra de ficção).
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