Adriano, o Imperador, faz falta? Pra quem?

Dunga convocou o mesmo do mesmo. Quando se fala na novidade Robinho ou na volta de Marcelo para resolver o problema da lateral esquerda, você sinaliza para o contraste entre o que ele fala e o que faz. Prega a renovação, mas leva a rapaziada dos trinta e tantos anos. Pode? Pode, mas ele tem que dizer que vai fazer isso mesmo, e com clareza.

E eu tenho uma dúvida. Ricardo Goulat é o melhor atacante deste momento, desde o ano passado. Tá fora. E Éverton Ribeiro joga mais que Oscar um caminhão inteiro. Armador canhoto que vira atacante. Um craque. Pelo menos foi assim que seus próprios companheiros e mais a imprensa de todo o Brasil o classificaram nos dois últimos anos. Está fora.

O que se passa na cabeça do Dunga? Ele tem medo de ter que escalar Ricardo Goulart e Éverton e ter que explicar para o time que vai mesmo mudar a forma de jogar do Brasil? Que a seleção vai mudar?

Bom, a convocação, fora esses dois, não é ruim, apenas fica o pensamento de que poderia, na minha visão, ser diferente um pouco. Mais inteligente com Everton Ribeiro, criando muita dificuldade para ser marcada.

E pra entender por que o brasileiro não liga muito mais para esse assunto de seleção, eu conto aqui uma pequena conversa que tive com meu filho mais novo João Antonio, de 17 anos. Ele viu alguns vídeos de Adriano depois que leu a reportagem sobre o encontro do ex-imperador com 18 putas num motel esta semana no Rio de Janeiro. Um encontro festivo regado a pagode e outras coisinhas estimulantes. E me perguntou com cara meio triste: “Por que Adriano, que só tem 33 anos, não entra em forma e joga esse futebol na seleção? Seria titular ou não, pai?”

Eu pensei bem bem e respondi que sim, que seria absolutamente titular e que, sim, faz muita falta a sua qualidade na seleção.

Mas expliquei que Adriano é um perdedor na vida. Perdeu para ele mesmo, para seus problemas particulares, para sua falta de capacidade de entender a vida como ela é, com perdas pessoais (o pai), e principalmente para o alcoolismo.

Tudo isso tem cura? Tem sim, mas é outra conversa. Para Adriano não há mais tempo, João.