O Rio Wine and Food Festival, que está rolando nesta semana na capital fluminense, produziu uma notícia animadora para os que torcem pelo vinho brasileiro. Um dos eventos mais aguardados do programa foi a degustação às cegas batizada de Desafio Brasil x Resto do Mundo. Ganha um Cave Geisse quem adivinhar quem venceu. Acertou. Deu Brasil nas duas primeiras posições. O painel, composto por oito grandes marcas especialmente selecionadas para o confronto, contou com representantes da França, Itália, Espanha e Portugal.
O Cave Geisse Extra Brut 2013 levou o primeiro lugar, o que não surpreende os apreciadores das nossas borbulhas. O vinho é assinado por Mario Geisse, seguramente um dos enólogos que mais colaboraram com a qualidade e o prestígio do nosso produto. A vitória chama a atenção também para o terroir de Pinto Bandeira, RS, que já tem o selo de IP (Indicação de Procedência) e está em vias de obter a certificação de DO (Denominação de Origem) para espumantes elaborados exclusivamente pelo Método Tradicional.
O segundo lugar ficou para o Viapiana 575 Dias, de Flores da Cunha, RS. Esse vinho amadurece por nove meses em carvalho francês e 575 dias em contato com as leveduras, daí o seu nome. O terceiro brasileiro incluído no desafio foi o Valduga 130, que ficou em 8º lugar. O Champagne Taittinger Brut Reserve, da França, ficou em quinto lugar, sendo superado pelo Brasil, Itália e Espanha. A banca de jurados reuniu sommeliers, professores e especialistas convidados. Veja a classificação completa.
DESAFIO BRASIL X RESTO DO MUNDO
1º lugar – Cave Geisse Extra Brut 2013, Brasil
2º lugar – Viapiana 575 dias, Brasil
3º lugar – Prosecco Le Coste Lapieve, Itália
4º lugar – Cava Anna de Codorníu, Espanha
5º lugar – Champagne Taittinger Brut Reserve, França
6º lugar – Marques de Marialva Baga Blanc de Noir, Portugal
7º lugar – Prosecco Sperone, Itália
8º lugar – Valduga 130, Brasil
ESPUMANTE AO MAR
Em novembro acaba o suspense em torno do primeiro vinho brasileiro amadurecido em cave submarina. É quando a Miolo deve retirar do mar da província de Bretagne, Atlântico Norte, França, o lote do espumante Miolo Cuvée Tradition, que dorme nessas águas desde o final de 2016. Espera-se, então, que o otimismo em torno do procedimento se confirme, ou seja, que o prolongado banho de mar tenha gerado “um vinho de sabor mais rico e floral, com notas apuradas de manteiga e castanha.” Mídia, blogs e veículos especializados, que receberam a novidade com entusiasmo há quase um ano, aguardam esse momento.
Em seu site, a Miolo informa que “toda a operação foi realizada em caves submarinas, criando condições ideais, não apenas para envelhecer, mas também para conferir características singulares aos vinhos submetidos ao processo. Mergulhadas na Ilha de Ouessant, na região conhecida como Baie du Stiff, as garrafas do Miolo Cuvée Tradition Brut estão acomodadas em container, na posição horizontal, em contato com as temperaturas do mar (entre 11 e 13 °C) e do ar (de 8 a 10 °C), além de receberem as influências benéficas da constante e suave agitação marítima.”
Diz o enólogo Adriano Miolo, que os surpreendentes efeitos resultantes das condições de conservação das garrafas foram observados em testes laboratoriais e degustações, realizados com frequência para acompanhar o amadurecimento da bebida submetida em imersão. “Em uma análise de espectometria de massa, por exemplo, um espumante submerso apresentou dez vezes mais compostos moleculares do que os envelhecidos pelo método convencional. Esses compostos são responsáveis pela formação dos aromas e da complexidade do vinho.” O Miolo Cuvée Tradition Brut é elaborado no Vale dos Vinhedos (RS) com uvas Chardonnay e Pinot Noir, pelo Método Tradicional. As garrafas serão comercializadas em edição especial no Brasil e na França.
QUEM TOMA VINHO BRASILEIRO LÁ FORA?
O primeiro semestre deste ano registrou aumento de 37% em volume e 24% em valor nas vendas de vinhos e espumantes para o mercado externo, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram exportados 1,14 milhão de litros, contabilizando US$ 2,74 milhões. O desempenho pode ser creditado às ações do Wines of Brasil, entidade que se dedica em promover o vinho brasileiro lá fora, em parceria com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
São 40 vinícolas associadas ao Wines of Brasil (dez recém-chegadas) e elas respondem por 90% das exportações brasileiras. Os espumantes foram o grande destaque no período. Apesar de representarem cerca de 18% do faturamento total das exportações, a categoria obteve um incremento de 84% no valor comercializado. Esse resultado se deve à venda de rótulos de categoria superior para destinos como Estados Unidos, China e Japão.
Para onde vai o nosso vinho
1º – Paraguai
2º – Estados Unidos
3º – Japão
4º – China
5º – Reino Unido
6º – Cuba
7º – Chile
8º – Angola
9º – Uruguai
10º – Bolívia
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