Faça as Malas

A Alemanha descobriu o Brasil e levou a Copa

por Marcos Craveiro
Publicado em 14 de julho de 2014

Goetze recebeu o cruzamento que veio da esquerda. Matou no peito e com muita categoria e frieza ele fez o gol do título da Alemanha. Moleque de ouro, imprevisível por que joga em qualquer posição no ataque. Loew disse isso na coletiva, não sou eu quem está dizendo. Iluminado, essa é por minha. Ninguém que entra em campo num final de jogo, numa finalíssima de uma Copa do Mundo, no Maraca superlotado, contra a Argentina um tremendo bicho papão faz o que ele fez de graça. O cara é iluminado. Tava escrito.

O jogo foi truncado com lances de gol certo que não saíram, um dos pés de Messi. Ele veio jogar? Veio, mas estava cansado, esgotado e marcado. Mesmo assim ele mostrou em alguns lances que é gênio. Mas as luzes dos Deuses da bola não estavam com ele, estavam com Goetze. A Argentina chorou, mas não jogou para vencer, jogou o que sabia e o que podia, mas foi pouco para a imensa classe da Alemanha, um time pronto há mais de seis anos, preparado para o que aconteceu.

A Alemanha não veio para treinar, para afinar seu time, para acertar questões técnicas ou táticas. Ela veio para se divertir, jogadores com suas esposas e filhos na paradisíaca Cabrália. A Alemanha redescobriu o Brasil. Só que não invadiram, como Cabral, descobriram como nosso povo é feliz com pouco, como é carente de carinho e conhecimento. Amoroso. Caridoso. Sabe receber com seu jeito simples e humano. Aí o Brasil venceu.

Dentro de campo não veio para a Copa. O truculento treinador não sabia como competir com o que há hoje de melhor no planeta bola. Mostrou-se perdido na imensidão de conhecimento e modernismo do que aqui vieram. Está atrasado. Na Europa onde a maioria dos jogadores atua, são um sucesso. Aqui eles não tiveram um comando à altura de seu futebol. A maioria de nós prega a repaginação de nossa seleção. Não dá, não é essa nossa cultura. Não me sinto seguro para afirmar que algo possa mudar. Conheço os caras lá de cima e não é de hoje. Conheço os políticos. Não vai acontecer nada de novo. E se bobear, o brutamontes do treinador e sua trupe de horror ficam. Esse osso é gostoso, saboroso, cheiroso. Felipão levou cerca de 22 milhões em salários e comerciais nesse um ano e meio à frente da seleção. Dá pra largar? Veremos a seguir.

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