Bem-estar

Joelho forte, vida longa. Saiba como a saúde da articulação impacta a longevidade dos brasileiros

13 de outubro de 2025

Para muitos brasileiros com mais de 60 anos, o desejo é simples: ter autonomia. Caminhar sem apoio, praticar esportes, dançar ou fazer musculação não são apenas formas de lazer, mas atitudes que preservam o corpo e mantêm a independência ao longo dos anos.

Entre as articulações mais exigidas do corpo está o joelho, essencial para o movimento e também um dos pontos mais vulneráveis com o passar do tempo. Quando bem cuidado, ele sustenta muito mais do que o peso do corpo e garante liberdade de movimento e qualidade de vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 9,6% dos homens e 18% das mulheres com mais de 60 anos em todo o mundo convivem com osteoartrite sintomática, condição que afeta principalmente os joelhos e está entre as principais causas de dor e limitação física nessa faixa etária.

O ortopedista e traumatologista do esporte Bruno Canizares, com vasta experiência clínica no tratamento das condições ortopédicas que afetam ombro, cotovelo e joelho, explica que o aumento da longevidade no Brasil torna essencial o cuidado com as articulações. Dados recentes do IBGE mostram que a expectativa de vida do brasileiro chegou a 76 anos, sendo 79 anos para mulheres e 73 anos para homens.

“O joelho sofre com o desgaste natural, mas também com hábitos de vida e esforço repetitivo. A boa notícia é que grande parte dessas lesões pode ser prevenida com movimento, fortalecimento e acompanhamento médico”, afirma o especialista.

Lesões em homens e mulheres

O especialista explica que as lesões mais comuns nos joelhos incluem rupturas de menisco, entorses de ligamentos como o ligamento cruzado anterior e degeneração da cartilagem, especialmente em mulheres na pós-menopausa, quando alterações hormonais favorecem o desgaste.

“Homens costumam apresentar lesões ligamentares ou traumáticas, principalmente aqueles que praticam esportes ou sofrem quedas. Já as mulheres relatam dores graduais, dificuldade para subir escadas ou levantar após longos períodos sentadas, sinais típicos de desgaste articular”, comenta o ortopedista.

Ainda dá tempo de cuidar?

Sempre. O movimento é um dos maiores aliados da saúde articular. Caminhar, fortalecer a musculatura que sustenta o joelho e manter hábitos ativos fazem diferença direta na preservação da articulação em qualquer fase da vida.

O médico reforça que a idade, por si só, não é a vilã. O verdadeiro fator de risco é o sedentarismo. “A prática regular de exercícios, associada ao controle do peso corporal e ao acompanhamento médico, ajuda a retardar o avanço de doenças, reduz a dor e melhora a autonomia. Mesmo em casos de artrose já diagnosticada, o fortalecimento muscular pode devolver parte da mobilidade e adiar ou até evitar a necessidade de cirurgia”, explica.

Além da atividade física, o ortopedista recomenda avaliações biomecânicas, observação da postura e acompanhamento com profissionais especializados, como ortopedistas, fisioterapeutas e educadores físicos. Essas ações reduzem a sobrecarga nos joelhos e diminuem o risco de lesões futuras.

Com alimentação equilibrada, controle de peso e prática regular de movimento, é possível envelhecer com saúde, independência e qualidade de vida.

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