Bem-estar

Uma reflexão sobre o “Setembro Amarelo”, campanha mundial de prevenção ao suicídio

18 de setembro de 2023

(*) Por Antonio Terzis

Setembro é o mês de uma campanha mundial de prevenção ao suicídio. O tema será incluído no manual de diagnósticos de problemas emocionais, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera prioritário em suas ações devido à sua significativa incidência em diferentes países e culturas.

O mês colorido de amarelo, cor cheia de vida e calor humano, conclama e põe em alerta as pessoas para superarem medos, angústias e preconceitos e compreenderem o problema e os sinais de quem corre risco de tirar a própria vida, força fundamental à continuidade das espécies. Só o homem, pela via da sublimação e responsabilidade, tem o poder de vencer a deformação mórbida psíquica. O homem pode e deve, através do funcionamento sadio da psique, dominar a si mesmo e ao mundo. É a lei fundamental da vida.

Dia 10 de setembro foi oficialmente designado como Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. No Brasil, desde 2014, o Centro de Valorização da Vida e várias associações e conselhos da saúde promovem eventos como parte de uma campanha que procura abrir espaço para debates e discussão deste importante assunto. Há estudos científicos que muitos casos de suicídio podem ser detectados e encaminhados para tratamento psíquico. Também é possível evitar desenlace fatal quando a pessoa pode contar com acolhimento de alguém que receba a angústia e pedido de ajuda em momentos críticos.

A pessoa predisposta à suicídio sente uma grande necessidade de se sentir amada. O seu estado emocional, como um todo, teria um significado oculto: um desesperado grito por amor, precipitado por uma perda real ou fantasiada que a pessoa vivenciou como ameaçando sua segurança emocional e material.

A experiência clínica psicanalítica no CEFAS (Centro de Formação e Assistência à Saúde) é fortalecer as capacidades adaptativas da pessoa, melhorando sua autoestima, fortalecendo e expandindo o seu ego e sua moral. A ênfase é relacional, essencialmente sobre relações humanas, tanto externas como internas.

Imagens: Giovanna Pascke/divulgação

Considero que, para a prevenção ao suicídio, há recursos próprios a serem explorados para contribuir com a contenção da impulsividade e desenvolvimento de aspectos criativos dos indivíduos, atenuando e transformando seus sofrimentos. Considero ainda que o apoio ao indivíduo deva ser explicitamente de suporte nas suas atitudes: um apoio empático, receptivo, flexível, de continência, paciência e persistente. Para reduzir na pessoa a sua ansiedade, tranquilizando e reforçando a autoestima, confortando, reenquadrando os sintomas, como tentativas para que possa lidar com os mesmos e resolvê-los.

Assim, temos mostrado a eficácia de prevenção ao suicídio, especialmente, resultando o fato de que, independentemente de sua etiologia, o suicídio ocorreria sempre dentro de um contexto interpessoal.

(*) Dr. Antonio Terzis é diretor e professor do CEFAS – Escola de Psicanálise, em Campinas

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