Com sua primeira unidade inaugurada em Campinas no dia 30 de maio, o Hospital Revitare traz um conceito inédito na Região Metropolitana (RMC): atender pacientes que já podem ter alta hospitalar, mas ainda não estão prontos para voltar pra casa.
Está instalado no local onde funcionou o Hotel Sleep Inn, ao lado do Galleria Shopping, em um prédio de quatro andares que foi reformado, e agora conta com estrutura completa de atendimento e residencial, com 110 leitos voltados à recuperação e cuidados de doenças crônicas para pacientes a partir de 18 anos.

Foto: sala de recuperação, exercícios e fisioterapia. Crédito: Matheus Campos/divulgação
O conceito do Revitare, que remete aos hospitais de transição – ou hospitais de retaguarda, como também são chamados –, é relativamente novo e ainda pouco difundido no Brasil. Consiste, portanto, em oferecer cuidados específicos para as demandas de pacientes em processo de reabilitação após um evento agudo, ou pacientes com indicação de internação de longa permanência ou ainda em processo de finitude.
De acordo com o hospital, as principais diferenças em relação ao perfil tradicional de hospitalização estão na equipe multiprofissional envolvida e no tempo dispensado por cada um dos profissionais. A ideia é oferecer um local onde as taxas de contaminação e infecção hospitalar sejam bem mais baixas.
“É uma complementariedade do processo de envelhecimento, da saúde. A união entre uma residência voltada ao repouso com um hospital”, afirma a médica Joyce Duarte Moraes, especializada na área geriátrica e fundadora da Terça da Serra – maior rede residencial de idosos do país com mais de 140 unidades em 23 estados e com mais de 2 mil leitos –, que uniu-se a outros seis sócios que são referência em cuidados e reabilitação para fundar o Revitare. Entre eles também está o Grupo SMZTO – private equity especializado em franquias fundado pelo empresário José Carlos Semenzato.
Para os sócios, unir o conceito de residência para idosos com os cuidados e estruturas de uma equipe médica é o futuro desta área, que tem crescido paralelamente às mudanças demográficas no país. Dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, naquele ano, quase 33 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais. Proporcionalmente, os idosos representavam 15,7% da população.

Foto – crédito: Matheus Campos/divulgação
Estrutura
De acordo com os idealizadores, a demanda por esse tipo de hospital já vinha em uma curva crescente antes da pandemia e se intensificou com o contexto da Covid-19. Com a crise sanitária, os períodos de internação em estruturas privadas de saúde aumentaram, especialmente nas faixas etárias mais altas.
“É uma questão que vem de fora. Outros países estão sendo protagonistas nestas mudanças para estruturas de recuperação e atendimento aos idosos”, argumenta a médica. “Temos uma estrutura premium de hotel aliada a um hospital para pacientes crônicos de baixa complexidade”, finaliza.

Foto – crédito: Matheus Campos/divulgação
Todos os quartos são suítes e equipados com armários, mesa de leitura, frigobar e televisão smart. Além disso, dispõem de um poltrona confortável e um sofá cama para o acompanhante. Os banheiros são todos adaptados, dotados de barras de segurança, e oferecem amplo espaço.
“Idosos, por vezes, têm problemas de saúde e vão para os hospitais. Depois, retornam para as residências”, diz Pedro Moraes, economista, CFO do Terça da Serra e sócio no Revitare. “Vamos otimizar toda essa dinâmica e reduzir os riscos para os idosos, como as possibilidades de infecção hospitalar, por exemplo”, complementa.
O hospital de transição ainda poderá prevenir uma série de problemas de saúde dos pacientes, que poderão ter tratamento constante, menos invasivo e aliado ao conforto de um hotel premium. O Revitare disponibiliza leitos para longa permanência, cuidados paliativos e reabilitação, e também vai atender planos de saúde, em consonância com as necessidades e categorias dos usuários, podendo ser apartamentos e enfermarias.
Carência na região
De acordo com dados do hospital, na RMC os planos de saúde cobrem uma média de 42,26% da população de 3,2 milhões de habitantes. Ou seja, quase 1,8 milhão de vidas são cobertas pelos planos, e a região, assim como a maior parte do interior de São Paulo, carece de uma estrutura voltada para reabilitação, longa permanência e cuidados integrados.
Ainda segundo informações do hospital, o Revitare também está em contato com municípios da região com o objetivo de disponibilizar leitos para pacientes do SUS através de convênios com as Prefeituras.
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