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São Paulo aumenta restrições no estado e adota fase emergencial

11 de março de 2021

Atualizado às 14h19

O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (11) que o estado passa para a chamada fase emergencial, aumentando as restrições da fase vermelha, diante do colapso na rede hospitalar e a velocidade do crescente número de internações, casos e óbitos por Covid-19 em todo estado. As novas medidas começam a vigorar a partir de segunda-feira, dia 15 de março, e seguem até dia 30.

As principais alterações na fase emergencial são:

Atividades com restrição completa:
-Suspensão do serviço de retirada (take away) de todos os setores;
-lojas de materiais de construção (que estavam na categoria de serviços essenciais e funcionando na fase vermelha);
-celebrações religiosas coletivas (estavam na categoria de serviços essenciais de acordo com a última reclassificação para a fase vermelha, e estavam permitidos com 35% da capacidade. Estão permitidos apenas os atendimentos individuais).
-atividades esportivas coletivas (incluindo campeonato de futebol).

Teletrabalho obrigatório para atividades administrativas não essenciais:
-órgãos públicos;
-escritórios e qualquer atividade desde que o setor não seja essencial

Não autorizado a entrega de alimentos e produtos ao cliente no estabelecimento comercial:
-permitido somente serviços de drive-thru (entre 5h e 20h) e delivery 24h para restaurantes e outros estabelecimentos comerciais

Já os supermercados, mercados e similares, além de farmácias e postos de combustíveis, continuam sem restrição de funcionamento de horário, com as devidas medidas sanitárias.

Também foi instituído toque de recolher entre 20h e 5h (com maior fiscalização e abordagem das pessoas em circulação), além da proibição do uso de praias e parques, proibição completa de qualquer aglomeração, e a recomendação de uso de máscara em todos os ambientes, internos e externos, mesmo com número reduzido de pessoas.

Veja um resumo no link.

Nesta sexta-feira (12), a Prefeitura de Campinas informou também que as feiras livres do segmento de hortifruti (hortaliças, legumes e frutas) e gêneros alimentícios continuam autorizadas a funcionar, sem consumo no local. Já as feiras de artesanato e culturais estão suspensas. O decreto municipal com as alterações para a fase emergencial será publicado neste sábado (13).

Momento mais crítico da pandemia

O governador João Doria iniciou a coletiva de imprensa apresentando um vídeo mostrando hospitais do estado lotados, com 100% ou chegando a capacidade máxima. “É o momento mais crítico da pandemia, os hospitais estão chegando ao limite máximo de ocupação. A nova cepa do vírus é mais agressiva. O Brasil está colapsando, não seria diferente em São Paulo. Eram 3.500 leitos de UTI e agora 9.200. Não há profissionais de saúde para abrir mais leitos. Estamos tentando equilibrar a economia com a saúde. É uma decisão impopular, difícil, dura. Entendo o sofrimento, difícil não sair para trabalhar pelo sustento da família. Mas só há duas alternativas para controlar o vírus: vacina e distanciamento social”, disse.

O coordenador geral do Centro de Contingência Covid-19, Paulo Menezes, afirmou que mesmo na fase vermelha, a situação continua piorando, e por isso é necessário aumentar ainda mais as restrições para o isolamento social.

O Centro de Contingência apresentou o estudo que mostra que, com as medidas que aumentam as restrições de 14 atividades, mais de quatro milhões de pessoas devem deixar de circular. As medidas buscam elevar o índice de isolamento acima de 50%.

Segundo ele, o período foi decidido com base na ciência e conhecimento, que mostra que 15 dias é o período para que se quebre o ciclo de transmissão do coronavírus.

Números

O secretário de estado de Saúde, Jean Gorinchteyn, reforçou que este é o momento mais difícil da pandemia, e a maior crise sanitária de todos os tempos. Com a velocidade da pandemia mais rápida e acometendo o maior numero de pessoas em curto espaço de tempo, já há vários hospitais comprometidos com 100% da ocupação. São 53 municípios que já estão com 100% de ocupação. Na segunda-feira (8) eram 32 municípios.

A taxa de ocupação está em 87,6% no estado. No dia 22 de fevereiro, era 66% de ocupação. Eram 6.400 internados, e hoje há 9.184 pacientes internados, um aumento de 2.774 pacientes. A média é de 150 novas admissões em UTI por dia.

“Por mais que estejamos aumentando número de leitos, foram 1.118 desde última semana, é pouco, e não tão celere como é a pandemia no estado. Precisamos da ajuda de todos. É preciso a conscientização de que a pandemia é diferente da do ano passado. Tínhamos especialmente idosos internados e portadores de outras doenças. Hoje, em muitas UTIs, 50% da ocupação já é composta por pessoas com idade menor de 50 anos, mais jovens com saúde comprometida, em estado grave”, informou.

Houve 12% de elevação de casos da doença em relação a semana anterior, mesmo antes do fim da semana, e 12,3% em óbitos. “Batemos recorde de número de mortes”, informou o secretário. Em internações, o aumento foi de 9,8% a mais esta semana, e o crescimento já era de 19% na semana anterior, ou seja, já superou esta semana que ainda não terminou. São 2.046 pessoas aguardando regulações de exames, enfermarias e UTI no estado.

Transporte

Para o transporte, o secretário de saúde também apresentou recomendação de escalonamento do horário de entrada no trabalho para diminuir a aglomeração nos horários de pico no transporte para trabalhadores de serviços essenciais:
Das 5h às 7h – indústria
Das 7h às 9h – serviços
Das 9h às 11h – comércio em geral

Segundo ele, o escalonamento foi adotado em vários países.

O governador informou ainda que não haverá redução do transporte referente ao estado (ônibus, metrô, trens), e recomenda que os municípios também não reduzam e mantenham a oferta de transporte público.

Educação

Em relação a área da Educação, continua permitida no estado com 35% da capacidade apenas para quem precisa (crianças com necessidades em alimentação escolar, com dificuldade de acesso à tecnologia e suporte, com severa defasagem de aprendizado, cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais e com saúde mental em risco), mas a recomendação é para que todas as atividades sejam reduzidas ao mínimo necessário para diminuir a circulação. E quem puder, deve ficar em casa.

Também antecipou recessos de abril e outubro para o período entre 15 e 28 de março para as escolas estaduais. Os alunos não terão atividades obrigatórias e deverão permanecer em casa.

Em Campinas, a Prefeitura já havia determinado o fechamento de todas as escolas na cidade, municipais, estaduais e particulares, em todos os níveis, exceto os cursos superiores na área de saúde.

Mais informações sobre as restrições de todos os setores e orientações estão disponíveis no site do governo do estado.

Foto: governo do estado de São Paulo

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