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Campinas tem fila de espera por leitos de UTI e enfermaria. Prefeitura faz mudanças no atendimento para evitar colapso

10 de março de 2021

Matéria em edição – atualizada às 17h23

Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quarta-feira, dia 10 de março, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, informou que cerca de 100 pessoas estão na fila de espera por leitos de UTI e enfermaria na cidade, sendo em torno de 70 por UTI e 30 de enfermaria. O município registra 100% de ocupação na rede pública e quase 90% na rede particular.

O prefeito ressaltou que as pessoas na fila estão em leitos de retaguarda, dentro de prontos-socorros com estrutura de atendimento, distribuídas em várias unidades. “As pessoas não estão desassistidas, todas foram atendidas e aguardam a regulação para encaminhamento”, afirmou o prefeito.

Segundo Saadi, a situação na cidade é grave e preocupante.

Para evitar o colapso hospitalar, otimizar recursos humanos e leitos, o secretário de Saúde, Lair Zambon, apresentou uma série de mudanças no atendimento.

Os pronto-socorros dos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde vão atender somente os casos de urgência, emergência e trauma, e três postos de saúde estão sendo preparados para os atendimentos referenciados de Covid-19. São eles: CS São Bernardo, CS Capivari e CS Costa e Silva. Os 64 centros de saúde também vão passar por reorganização de horários de atendimento para pacientes com síndromes respiratórias.

Além disso, serão disponibilizados 200 concentradores de oxigênio visando alta hospitalar com assistência do paciente em casa, com equipe de atendimento do SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar), para aqueles que estiverem em condições de alta, mas ainda precisam receber oxigênio nasal. O médico irá fazer esta avaliação do paciente e, segundo o secretário, uma equipe vai até o domicílio para verificar se o local tem condições de receber o equipamento.

Outra medida que a prefeitura já está adotando é procurar instituições na cidade com residência médica ou enfermaria, com profissionais de outras especialidades, para captar mão de obra especialmente para enfermarias.

As autoridades de saúde informaram ainda que os cinco centros de vacinação funcionando na cidade também estão consumindo recursos humanos, e que estão sendo chamados profissionais aposentados ou recém-aposentados para entrar como voluntários na campanha de vacinação para que esta mão de obra seja destinada aos atendimentos na cidade. Os profissionais podem entrar em contato com o Devisa pelos telefone (19) 2116-0233 ou e-mail devisa@campinas.sp.gov.br.

As mudanças no atendimento começam a ser implantadas na segunda-feira, dia 15 de março.

O secretário de Saúde reforçou que o perfil do paciente mudou e há casos de pacientes mais jovens e com maior gravidade. No novo boletim da pandemia na cidade nesta quarta-feira (10), há uma morte de um homem de 23 anos sem comorbidades, de uma mulher de 43 anos, e dois homens, um de 52 e outro de 54 anos, que não tinham outras doenças.

O prefeito disse que recebeu informações que o estado vai adotar mais medidas restritivas e que serão anunciadas na coletiva de imprensa marcada para esta quinta-feira (11).

Ampliação de leitos e hospitais de campanha

De acordo com o prefeito, a administração municipal trabalha há mais de um mês para ampliação de leitos de UTI e enfermaria. Na quinta-feira (11), mais 10 leitos de UTI serão abertos no Hospital Metropolitano que foi requisitado administrativamente pela Prefeitura, além de 12 de enfermaria abertos nesta quarta (10) e oito até o fim de semana, e em uma ou duas semanas serão mais 20 leitos de UTI no hospital Mário Gatti após os remanejamentos, e mais 28 de enfermaria no Ouro Verde.

Dário disse ainda que o estado informou que serão implantados mais 20 leitos de UTI no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que funciona ao lado do Mário Gatti, até final de março.

Ainda segundo o prefeito, há cerca de 10 dias também foi iniciada a contratação de empresa para retomada do Hospital de Campanha na sede dos Patrulheiros, e a previsão é de ativação de 36 leitos de enfermaria em até 4 semanas.

Segundo o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, Hospital de Campanha é considerada toda estrutura montada provisoriamente, e há na cidade, portanto, Hospital de Campanha também na UPA Carlos Lourenço, Anchieta Metropolitano e até no Ouro Verde, uma vez que está sendo adequada uma estrutura de fisioterapia para atendimento Covid no local.

Sobre o Hospital de Clínicas da Unicamp, que está superlotado e restringiu o atendimento no pronto-socorre e suspendeu as cirurgias eletivas, o prefeito disse que está em conversa com o reitor Marcelo Knobel e pediu um esforço na ampliação de leitos para pacientes Covid.

Balanço da Guarda Municipal

Apesar do cenário da pandemia em Campinas, a Guarda Municipal da cidade atendeu 883 ocorrências desde o dia 3 até 9 de março, com 661 ações diretas por denúncias de descumprimento das medidas sanitárias na cidade. O restante foi relacionado a apoio às ações da Vigilância Sanitária, Setec e Secretaria de Planejamento.

As autoridades reforçam a necessidade de colaboração da população neste que é considerado o momento mais agudo e mais difícil da pandemia.

Denúncias podem ser feitas pelos telefones 153 e 156.

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