Atualizado às 17h35
Em transmissão ao vivo nas redes sociais na tarde desta segunda-feira, 30 de novembro, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, disse que não sabia da decisão de regressão da cidade da fase verde para a amarela anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria, e que, em sua opinião, deveria ter sido feito um comunicado prévio. “Acho ruim no sentido de que, um dia após as eleições, tenha sido feita essa divulgação sem prévia consulta aos prefeitos e também aos prefeitos eleitos”, comentou Jonas, dizendo que fez esta consideração ao vice-governador, Rodrigo Garcia, e ao secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. Ele informou ainda que aguarda a publicação do decreto estadual para tomar as medidas necessárias, que vão passar a valer a partir do dia 2 de dezembro.
O prefeito de Campinas informou ainda que a reunião anunciada pelo governador para a terça-feira, 1º de dezembro, com 62 municípios, não inclui Campinas, mas algumas cidades que compõem a regional da saúde (DRS 7) e a RMC, como Indaiatuba, Paulínia, Sumaré, Valinhos, Santa Bárbara d’Oeste, entre outras. “Até então, se tratava como regional de saúde, agora as cidades foram pinçadas individualmente, e a justificativa é que nelas estaria uma preocupação maior. Embora Campinas não seja chamada, há uma preocupação porque há cidades conurbadas”, disse.
Jonas disse que aguarda o decreto estadual para padronização das normativas municipais, e ressaltou que não haverá fechamento de estabelecimentos, ou de qualquer tipo de atividade nesta fase amarela. O funcionamento dos locais é permitido nesta fase por 10h diárias, com 40% da capacidade (na fase verde era 60%) e no limite de horário até 22h. Em Campinas, os bares e restaurantes estão funcionando com uma tolerância de mais 2h para o público que já está dentro do estabelecimento, ou seja, com fechamento no máximo até meia-noite, e o prefeito disse que vai atender o pedido da Associação de Bares e Restaurantes da Região Metropolitana de Campinas (Abrasel RMC) e deverá manter esta tolerância.
Também reafirmou que espaços culturais, como teatro e cinema, além de parques públicos, continuam funcionando, assim como escolas que já estavam abertas. Os shoppings já teriam se manifestado sobre a abertura ou das 11h às 21h ou das 12h até 22h. O comércio do Centro fica sem alteração, uma vez que os estabelecimentos podem funcionar por 10h. Já os eventos com público em pé estão proibidos. “Sem grandes mudanças na parte das atividades econômica”, ressaltou Jonas. “Não existe restrição de fechamento, mas uma maneira de dizer que precisa de mais cuidado para que não tenha resultados ruins. Acho compreensível, mas teria que ser discutido com os prefeitos”, avaliou.
O prefeito disse ainda que as fiscalizações vão continuar.
Pandemia em Campinas
Ainda durante a transmissão ao vivo, o secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza, informou que o coeficiente de letalidade na cidade está pela primeira vez em 3.1, abaixo da média do estado, e que continua tendo um número de casos relativamente baixo e os óbitos estão caindo. Também houve uma redução de síndromes gripais gerais (não Covid) nas emergências em relação às semanas anteriores.
Também anunciou que começou nesta segunda-feira, dia 30, os testes para contactantes, ou seja, além dos sintomáticos, pessoas da família que tiveram contato e que estão assintomáticas. Todas as unidades de saúde poderão fazer a coleta no período da manhã. “Reconhecemos que a transmissão domiciliar é importante no enfrentamento. Esta possibilidade (de testar contactantes) que não tínhamos antes é importante para o enfrentamento da pandemia em Campinas”, afirmou o secretário.
Ele explicou ainda que um plano de contingência está sendo elaborado para a próxima administração, e que entre as ações estão leitos com contratos emergenciais vigentes que devem ser prorrogados por mais seis meses; a adoção de uma modalidade de licitação chamada credenciamento, em que se abre a possibilidade para os hospitais que querem oferecer leitos; e a outra trata do aumento de número de leitos dos dois hospitais municipais. “Essa ampliação ocorre por meio de habilitação solicitada ao Ministério da Saúde. E com a publicação no Diário Oficial garantimos mais 10 leitos no Mário Gatti e 20 no Ouro Verde”, detalhou o secretário.
Conforme o prefeito, esta medida está prevista no Plano de Contingência de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 e o aumento do número de leitos ocorrerá de acordo com a necessidade. “Essa habilitação feita pelo Ministério da Saúde permite que tenhamos uma reserva de leitos para que possamos aumentar de acordo com a demanda do município. Neste momento, não temos necessidade”, afirmou Jonas Donizette.
“Continua (a cidade) tendo número de casos relativamente baixo, óbitos caindo, não quer dizer que a população não deva tomar cuidado. Vamos cuidar insistindo para que as pessoas nos ajudem”, reforçou o secretário de Saúde.
Números
Nesta segunda-feira (30), foram registradas mais três mortes por Covid-19 em Campinas, sendo que duas ocorreram em junho e setembro, só uma é recente. Entre as vítimas, duas eram mulheres e um, homem. Duas tinham comorbidades. Duas tinham mais de 80 anos e uma entre 50 e 59 anos. São 1.373 mortes pela doença na cidade e ainda há 14 óbitos em investigação.
No total são 43.043 casos confirmados, sendo 349 a mais do que no último boletim de sexta-feira, dia 27 de novembro, e 504 estão em investigação. Outras 41.394 pessoas já se recuperaram e 101.434 foram descartados. Há ainda 172 pessoas internadas e 101 em isolamento domiciliar.
Sobre a quantidade de casos confirmados que poderiam estar aumentando nas últimas semanas, o prefeito disse que aumenta também o volume de testagem e de casos descartados, e que a positividade de casos tem se mantido abaixo de 10%.
Campinas conta nesta segunda-feira, dia 30, com 182 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 nas redes pública e particular. Deste total, 117 estão ocupados, o que equivale a 64,3%. Há 65 leitos livres somando as redes pública e particular.
Os leitos estão divididos da seguinte maneira:
-SUS Municipal: 64 leitos, dos quais 50 estão ocupados, o que equivale a 78,1%. Há 14 leitos livres.
-SUS Estadual: 30 leitos, dos quais 5 estão ocupados, o que corresponde a 16,6%. Há 25 leitos vagos.
-Particular: 88 leitos, dos quais 62 estão ocupados, o que equivale a 70,45%. Há 26 leitos disponíveis.
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