Prof. Dr. Celso Falaschi
A junção de arte e terapia numa única palavra é bem recente no panorama brasileiro. Começou a ser conhecida há pouco mais de 20 anos, com os primeiros cursos de formação de arteterapeutas, em São Paulo, que se expandiram por todo o país nos últimos anos e vem sendo tornando cada vez mais conhecida, como um processo de fazer artístico espontâneo com potencial de avaliação, reabilitação, prevenção nas áreas de saúde mental, física, emocional e espiritual. Relatos científicos, apresentados em congressos nacionais, latino-americanos e internacionais, apontam procedimentos arteterapêuticos capazes de cura para diversas patologias, notadamente aquelas decorrentes dos processos comportamentais e ambientais; pode ser aplicada em crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, individualmente ou em grupo.
Hoje, a arteterapia integra o Catálogo Brasileiro de Profissões. Para atuar nessa área, o profissional deve frequentar cursos de pós-graduação lato-sensu, específicos para a área, regulamentados pela UBAAT – União Brasileira das Associações de Arteterapia, ministrados por entidades profissionais, conveniadas com instituições superiores credenciadas pelo Ministério da Educação. A atuação profissional depende de associação às entidades estaduais de classe. Em Campinas, curso de pós-graduação em Arteterapia vem sendo oferecido pelo NAPE – Núcleo de Arte e Educação (www.napesjcampos.com.br) e Faculdade Vicentina já há três anos.
A terapia por meio da arte espontânea pode ser considerada uma terapia não verbal, já que o sujeito desse processo não precisa falar sobre seus conflitos, traumas, problemas e dificuldades. Ele vai se manifestar por intermédio das diferentes manifestações artísticas, como desenho, pintura, colagem, moldagem em argila, construção com sucatas e representação corporal e escrita. Para isso, durante o processo são disponibilizados materiais como papeis de diferentes formatos e texturas, lápis de cor, giz de cera, tinta guache, tinta aquarela, argila, revistas, tecidos, colas, sementes, miçangas, entre outros. Os sujeitos desse processo são convidados a se expressarem espontânea e livremente, sem preocupações acadêmicas, de forma que essa linguagem não verbal materialize momentos e sentimentos, cuja simbologia pode fazer aflorar conteúdos inconscientes capazes de promover transformações em diferentes níveis pessoais. Por isso, pode-se dizer que o processo arteterapêutico é uma importante via para desvendar e revelar as cores de alma, no sentido de promover a inteireza do ser.
O processo arteterapêutico dinamiza e coloca em movimento a história de vida do indivíduo, revela seus conflitos mais íntimos e profundos. Torna conscientes as emoções secretas em relação aos fatos reais da vida. Facilita também a identificação do potencial criativo, auxiliando na tomada de decisão frente aos conflitos da vida, tais como relacionamentos intra e interpessoais, estresse, doenças, morte, divórcio, acidentes e crise econômica, assim como dos traumas decorrentes dos abusos verbais, físicos e sexuais.
“Cores da alma” (foto acima) é nome do procedimento arteterapêutico desenvolvido pelo arteterapeuta Celso Falaschi. O trabalho é desenvolvido em pranchas de papel, com tinta aquarela e consiste em uma série de pinturas espontâneas que revelam importantes etapas/episódios da vida do indivíduo em terapia.
Celso Falaschi é arteterapeuta (AATESP 248/1012). Atua em consultórios em Campinas e Indaiatuba (celsofalaschi@hotmail.com) e ministra aulas de Criatividade, Valores Humanos e Metodologias de Pesquisa em cursos de pós-graduação em Arteterapia em Campinas, São Paulo, São José dos Campos, Curitiba e Belo Horizonte.
Newsletter:
© 2010-2025 Todos os direitos reservados - por Ideia74