Aniversário de Campinas

Requalificação do Centro de Campinas: Veja projetos e obras em andamento nos 249 anos da cidade

10 de julho de 2023

Por Stela Calafiori e Sara Silva

O Centro de Campinas há tempos é motivo de discussões sobre a necessidade de recuperação, seja pela qualificação e requalificação dos espaços públicos, dos marcos e prédios históricos que ele guarda ou mesmo pelo dinamismo comercial e de negócios, que aos poucos têm abandonado o Centro. O Campinas.com.br já promoveu algumas lives com especialistas sobre o assunto.

Em 2023, os 249 anos de Campinas, celebrados em 14 de julho, chegam com obras do programa municipal de requalificação do Centro da cidade em andamento, incluindo reformas em espaços culturais. Entre elas estão o Centro de Convivência, um dos equipamentos culturais mais importantes de Campinas, que está fechado desde 2011; o Mercadão Municipal, o Museu de Arte Contemporânea, além dos projetos do Pátio Ferroviário, Museu da Imagem e do Som (MIS), as intervenções na Avenida Campos Sales, entre outras (veja ‘raio-x’ das obras abaixo).

Para o prefeito Dário Saadi, a área central está entre os maiores desafios do seu governo. “Estamos investindo muito para que possamos qualificar e trazer ainda mais atrações e, consequentemente, mais gente para esta área do nosso município”, afirma.

Foto – crédito: Adriano Rosa/ Prefeitura de Campinas (divulgação)

Segundo ele, uma das obras mais emblemáticas do “Nosso Centro”, o Plano de Requalificação da Área Central de Campinas (PRAC), é o Pátio Ferroviário. Atualmente, está em fase de recuperação as instalações da Oficina de Locomotivas da Mogiana, local conhecido como Prédio do Relógio, com recursos de mitigação de Estudo/Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV/RIV) de um empreendimento imobiliário. O prédio receberá a edição da Campinas Decor 2023. Depois, ficará sob responsabilidade da Secretaria de Cultura e Turismo para a realização de eventos.

No total, estão previstas quatro intervenções na fase 1 de requalificação do Pátio Ferroviário. Dário comenta também sobre o Parque Escola, que vai funcionar no local, e tem como objetivo atrair as crianças para o Centro da cidade. Também está prevista a implantação de um projeto de paisagismo a partir das Estação Cultura, e do Espaço de Inovação para empresas de tecnologia/startups, em parceria com a PUC-Campinas.

Demais obras

Foto – crédito: Fernanda Sunega / Prefeitura de Campinas (divulgação)

Sobre o Centro de Convivência Cultural, a primeira fase da obra está prevista para ser concluída em novembro de 2023, e em junho foi aberta a licitação da 2ª etapa. As propostas das empresas concorrentes serão conhecidas no próximo dia 17 de julho. “Estamos na segunda e última etapa do Centro de Convivência. No caso da avenida Campos Salles, estão em um ritmo muito bom e já passaram da metade. No caso do Mercadão, estamos começando com a transferência dos permissionários para conduzi-la sem problemas”, enumera o prefeito.

O MIS, localizado no histórico Palácio dos Azulejos, também deverá passar por reforma, depois de anos de anúncios de revitalização. “Estamos trabalhando com um processo de reforma e melhorias do Museu de Imagem e Som, que tratará da parte do telhado e fachada, cuja licitação deve iniciar nos próximos meses. Outro projeto em licitação é a requalificação da José Paulino”, completa o Saadi, citando também as mudanças do Procon para o prédio pertencente a AFPSP, na Rua José de Alencar.

Para o segundo semestre, de acordo com o prefeito, está prevista a reforma da antiga academia de ginástica do viaduto Cury, que será feita pela Fumec. “Lá, teremos um centro de profissionalização, em parceria com a Unicamp e a Secretaria de Assistência Social”, anuncia. “Todos os projetos, antes de serem executados, são apresentados para o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, Conselho de Cultura, Conselho da Cidade, discutido e encaminhados para o CONDEPACC. Tudo está sendo feito com bastante discussão e participação dos nossos conselhos municipais”, diz o chefe do executivo.

Benefícios e mais desafios

Para o arquiteto Marcos Tognon, os projetos de requalificação do Centro de Campinas e seus patrimônios vai valorizar ainda mais esta região da cidade. “Com isso, a qualidade de vida das pessoas que moram naquele local vai melhorar muito e com a revitalização a área central tem tudo para se tornar um lugar de referência, enriquecendo ainda mais o turismo cultural, de negócios e educacional”, avalia. “O patrimônio é algo findável, que se se perde, não existe mais. E é por isso que tem que ser valorizado e compreendido, pois alimenta a perspectiva de futuro justamente por ser ligado ao passado, guardando em si toda a identidade cultural, história e o seu valor material”, completa o profissional, que tem uma formação em história da arte da arquitetura e integra o Comitê Executivo do Plano de Ocupação do Pátio Ferroviário da Prefeitura, reunindo vários órgãos municipais, com coordenação da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplurb).

O chefe do Executivo também destaca que, com a requalificação do Centro da cidade, haverá maior oportunidade de geração de empregos, com um novo projeto de lei que ainda será anunciado. “Com a aprovação deste projeto, as empresas da área central, bem como as que se instalarão futuramente, receberão incentivos em forma de redução de impostos”, anuncia, citando também a Lei do Retrofit, já em vigor. “Esta lei tem como objetivo estimular moradores e comerciantes, através da isenção de IPTU, a revitalizarem construções – prédios e casas – contribuindo para a modernização de negócios e atração de pessoas e empreendimentos”, explica.

Ainda sobre a região central, perguntamos ao prefeito sobre as ações da administração municipal destinadas aos moradores de rua. “Nós temos vários projetos e convênios para ajudar no tratamento dessas pessoas e também o Programa Mão Amiga, que oferece cursos de qualificação remunerada. O que dificulta o trabalho do Executivo é que 85% das pessoas que estão nas ruas são dependentes químicas e existe uma resistência por parte delas para entrarem em nossos programas de recuperação. Não podemos obrigá-las a ir. Mas, mesmo assim, nossa equipe trabalha incessantemente para convencê-las a saírem desta condição e procurarem uma unidade conveniada com a Prefeitura”, comenta.

Raio X das obras:

1. Pátio Ferroviário

Estão previstas quatro intervenções na fase 1 de requalificação do Pátio Ferroviário de Campinas:

– Com as obras iniciadas em dezembro de 2022, atualmente está em fase de recuperação as instalações da Oficina de Locomotivas da Mogiana, local conhecido como Prédio do Relógio, com recursos de mitigação de Estudo/Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV/RIV) de um empreendimento imobiliário. A previsão de término da reforma é setembro de 2023. O prédio receberá a próxima edição da Campinas Decor 2023. Depois, ficará sob responsabilidade da Secretaria de Cultura e Turismo para a realização de eventos.

– Outras duas intervenções estão na fase de projetos executivos: implantação do paisagismo e de um Parque Escola. As duas propostas estão orçadas em cerca de R$ 25 milhões. Estão em análise do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc);

O projeto paisagístico foi desenvolvido pela empresa Alexandre Furcolin Paisagismo. O estudo para o projeto realizado com recurso de mitigação de (EIV/RIV) de empreendimento imobiliário. A licitação terá recursos do município e compreenderá o espaço a partir da Estação Cultura até a Rotunda.

Já o projeto da unidade Parque Escola é do escritório Ateliê Navio/arquiteta Úrsula Trancoso. Envolve a Fumec e o programa Primeira Infância Campineira (PIC).

– Também na fase 1 está prevista implantação do Espaço de Inovação para empresas de tecnologia/startups, proposta dos professores de arquitetura da PUC-Campinas, por convênio de cooperação com a prefeitura. Envolve a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação. Ainda está em fase de desenvolvimento.

– O plano de ocupação do Pátio Ferroviário envolve vários órgãos municipais, com coordenação da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplurb).

2. Estação Cultura

– Início: previsão de início em 20 de julho de 2023;
– Obra: reforma do sanitário com construção de novo banheiro com acessibilidade. A empresa vencedora da licitação foi a KMA Serviços Especializados LTDA.;
– Investimento: R$ 117.742,51, com recursos da Prefeitura;
– Prazo: 7 meses.

3. Centro de Convivência Cultural

– 1ª fase – obras em andamento. Os trabalhos tiveram início em outubro de 2020 e devem se encerrar em novembro de 2023;
– Investimento: R$ 23.535.776,66 (recursos provenientes de um convênio entre a Prefeitura e governo do Estado de São Paulo);
– Obras previstas: reforma da parte hidráulica, elétrica, alvenaria, camarins, áreas de ensaio, circulação de pessoas e de exposição. Etapa na fase final: acabamento interno e impermeabilização na área externa;
– 2ª fase – aberta licitação da 2ª etapa em junho de 2023. As propostas das empresas serão conhecidas em 17 de julho
– Obras previstas: esta fase contemplará requalificação da luminotécnica, acústica, áudio e vídeo, instalações elétricas e cenotecnia;
– Orçamento: cerca de R$ 52 milhões;
– Prazo de execução: 12 meses;
– Gestão: Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).

4. Mercado Municipal de Campinas (Mercadão)

– Início: ordem de serviço dada em junho de 2023. Os permissionários estão sendo transferidos para a área externa do Mercadão, o que deve ser concluído até o começo desta semana (entre primeira e segunda quinzena de julho de 2023). A partir daí, as obras começarão em ritmo acelerado, segundo a Prefeitura;
– Obras: reforma estrutural e atualização arquitetônica, contemplando reforma física com substituição total da fiação elétrica, nova canalização de esgoto, revitalização da fachada e construção de um mezanino sobre os boxes na parte central do mercado, além da instalação de iluminação especial no interior e na área externa do prédio.
– Investimento: R$ 6.131.045,22 (R$ 5 milhões via convênio com o Ministério do Turismo, por meio de emenda parlamentar do deputado Marcos Pereira, e o restante via contrapartida do município);
– Prazo: a previsão para conclusão é de 12 meses;
– Gestão: Seinfra.

5. Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC)

– Início: o espaço cultural já está fechado e, segundo a Prefeitura, as obras começam em breve, e serão feitas pela empresa KMA Serviços Especializados LTDA., vencedora da concorrência;
– Obras: reforma da estrutura elétrica, com troca dos quadros de distribuição de energia e de todas as tomadas e interruptores. Instalação de iluminação mais moderna e econômica com painéis, refletores e lâmpadas de led. Serão implantados equipamentos de segurança como dispositivos de proteção contra surtos (dps), anulando descargas indiretas na rede causadas por descargas atmosféricas;
– Investimento: R$ 328.871,91, com recursos da Prefeitura;
– Prazo: a previsão é que o MACC seja reaberto no 2º semestre com uma exposição com o tema “Macunaíma”. A proposta é que vários artistas apresentem seus quadros juntamente com peças do acervo;
– Gestão: Seinfra.

6. Museu da Imagem e do Som (MIS) – Palácio dos Azulejos

– Início: ainda sem previsão;
– Obras: está sendo desenvolvido projeto para a reforma do prédio (telhado e fachadas). A previsão é que o projeto seja concluído em cerca de 90 dias. A partir daí, poderá ser iniciado o processo de licitação, segundo a Prefeitura;
– Investimento (estimativa): R$ 1 milhão, com recursos da administração municipal;
– Gestão: Seinfra.

7. Teatro Castro Mendes

– Início: previsão de início em 20 de julho de 2023;
– Obras: reforma das instalações elétricas. A empresa que venceu a licitação foi a Vergueiro Instalação Elétrica LTDA.;
– Investimento: R$ 416.373,12, com recursos da administração municipal;
– Prazo: 7 meses (o espaço cultural continuará em funcionamento, sem necessidade de fechamento);
– Gestão: Seinfra.

8. “Viva Campos Sales”

– Início: janeiro de 2023 (com as obras de abertura de valas para aterramento de redes elétrica, telefônica, internet, semafórica e dados);
– Obras: ampliação dos passeios, faixa exclusiva para ônibus à esquerda, novos abrigos, baias de estacionamento, ciclofaixa e requalificação dos pavimentos de pistas e calçadas, além de nova iluminação pública, nova sinalização semafórica, paisagismo e mobiliário, e mais câmeras de monitoramento. As áreas para mobilidade ativa (pedestres e ciclistas) e paisagismo e mobiliário serão ampliadas em 50% e as vagas de estacionamento em mais de 100%;
– Investimento: R$ 36 milhões  parceria entre Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), com aporte de R$ 14 milhões; CPFL Paulista, com R$ 16 milhões; e investimento municipal, com R$ 6 milhões;
– Prazo: 12 meses (previsão)
– Coordenação: Emdec.

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