Desafios como “Fale uma verdade sobre Campinas que ninguém aceita”, citar lugares de Campinas de “A” a “Z”, brincadeiras com os bairros da cidade, as capivaras (eternas moradoras da Lagoa do Taquaral), os motoristas campineiros, o trânsito, os ônibus, o clima, os acontecimentos “bombásticos”, as notícias mais importantes do dia a dia, e até despertar a curiosidade dos seguidores sobre pontos históricos e turísticos…. Tudo é assunto no perfil sátiro-informativo “Campinas Depressiva”, que começou no Facebook em 2014 e hoje conta com 275 mil curtidores, além de mais 102 mil seguidores (até agora) no perfil do Instagram.
A ideia de criar a fan page no Facebook foi do empresário Luiz Lemos, que percebeu que a plataforma crescia na época, e as pessoas sempre buscavam informações do dia a dia, desde notícias sobre trânsito até a previsão do tempo. Assim, ele teve a ideia de criar uma página em que a população pudesse interagir entre si e receber essas informações a partir de outros usuários, um formato de comunidade mesmo, onde a página seria o ponto de encontro na rede social.
Com o decorrer do tempo, a página virou não somente uma comunidade para se informar, como também uma forma de “brincar” com os acontecimentos da cidade, levando à página uma ‘pegada’ de humor, a partir de memes e piadas, que geram interações dos seguidores.
Segundo o analista comercial Fabrício Oliveira, sócio de Luiz e também um dos fundadores da página, apesar de ter mais curtidores no Facebook, atualmente as interações ocorrem de forma mais evidente no Instagram.
Repercussão e inspiração
Desde o início dos perfis, a publicação que atingiu maior repercussão foi a microexplosão que aconteceu em Campinas em junho de 2016. Mais de 2 milhões de usuários do Facebook interagiram com a postagem e, de acordo com os fundadores, pessoas até de outros estados, como Amazonas e Amapá, acompanhavam a cobertura da página para ficar por dentro das informações.
As inspirações para criação do conteúdo no dia a dia vem justamente dos assuntos do momento. Um dos exemplos é o termo “cringe”, que ficou em evidência recentemente por designar algo similar a ‘brega’ e gerou um “auê” entre as gerações (será que “auê” é cringe?). De acordo com ele, apesar de ter conteúdos fixos, as publicações seguem os assuntos que estão dando o que falar no cotidiano.
Com a presença de memes e piadas em seu conteúdo, a página chegou a passar por algumas ‘saias-justas’ principalmente no início, mas os fundadores garantem que o conteúdo não é uma busca excessiva por “likes”.
“Nunca tivemos problemas judiciais, mas já tivemos que excluir algumas postagens como, por exemplo, uma vez que postamos uma briga de um casal que foi registrada por uma câmera de segurança. Posteriormente, o advogado do casal entrou em contato e pediu para retirar por conta dos direitos de imagem. A gente sempre toma muito cuidado para não expor ninguém, a gente não preza tudo pelo ‘like’, hoje a gente tem uma curadoria com o conteúdo para não prejudicar ninguém”, reforçam.
Paralisação e nova gestão
As páginas tiveram um período de paralisação entre julho de 2019 e março de 2020. De acordo com Oliveira, essa paralisação se deu a partir de um acordo entre ele e Luiz. “A página ficou parada por um tempo, pois o Luiz se mudou para Maringá e não conseguíamos tocar a página juntos. A gente deixou em stand-by, sem postagens, até resolver o próximo passo”, contou.
O próximo passo foi a venda da marca “Campinas Depressiva”. Ela foi vendida para um empresário, amigo de Fabrício, e após um mês e meio ele retornou para cuidar da área comercial das páginas, que foram reativadas em meio a pandemia, o que também rendeu assunto nos últimos meses.
No momento, as páginas não representam a principal fonte de renda de quem a administra. No entanto, de acordo com Fabrício Oliveira, ela gera uma “grana” principalmente por meio de publicidade via parcerias com empresas.
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